Quatro horas da manhã

4 3 0
                                    

Triiiiiiiiimmm!

- Ah, que saco de relógio! – Falava Amanda pondo o travesseiro sobre a cabeça.

- Eu também, não aguento mais... esse barulho infernal... Aah! Relógio... – Max entendia do porquê dele está alarmando àquela hora. Serei franco, o Max tem a memória péssima em alguns aspectos.

Triiiiiiiiimmm!

- Max meu amor, joga essa droga de relógio no quinto dos infernos!

- Ok. Espera! – Tateia as cegas puxando para si e vendo as horas. – Ah, ele está marcando três e trinta! Nossa, a viagem! – Max arregalava os olhos, pulando da cama.

- Ai Max, que susto. O que foi isso? Ai, que droga! Vou tomar banho. Ai, e a coragem deixa? – Amanda ainda sussurra coberta até o pescoço, vendo o Max de pé, de cueca socada na bunda, dormindo de pé feito galinha no poleiro. – Max, a hora!

- Oi. – Roncava, acordando assustado. – Três... Invenção a minha de viajar.

Depois do momento de hibernação, Amanda sentava descabelada na beirada da cama, coçando a cabeça, tendo leves quedas de sono. Max estava empolgado no banheiro cantando funiculi funiculà em um horário onde barulho era mau-vindo.

Aí veja, eu quero dormir, só que eu não posso, tenho que narrar as loucuras desse maluco; viajar de madrugada não é legal. Por que não as dez da manhã? O dia deveria começar as dez...

- Nossa. Max!? Que audácia a dele, cantando essa música. Isso as três e alguma coisa da manhã, nem sei mais... esse meu namorado não tem um pingo de bom senso... Pensa ainda sonolenta. Filho! Max? Max!

- Oi amor... estou no banho!

- É. É auto subjetivo, querido. Por favor meu branquelo, cante mais baixo porque assim vai acordar a vizinhança. Você quer acordar a vizinhança? – Amanda encara a porta, como se o tivesse encarando com o olhar de matadora.

- Não. Desculpa! É que eu me empolguei! – Max era forçado a gritar.

- Jura que eu não percebi? – Fala ela ainda sentada, tremendo o pé pendurado.

- Oi? Sim, o quê? Não entendi coração, repete. – O cair das águas em seus ouvidos e o som que o piso fazia, dificultava a compreensão dele.

- Jura que eu não percebi!? – Replica dessa vez gritando.

- Sério? – Max achava ter ouvido algo novo.

- Não. Eu me faço de doida. Claro Max! Claro que eu percebi sua empolgação.

- Ah, estou quase acabando. – Max enxaguava a cabeça para tirar a espuma, e logo concluía o banho. Após está prontinho para sair, ele o avisa. – Pode...

- Ah, graças a Poseidon! Muito bem. – Aplaude meio que tirando um sarro tremendo daquela situação, quase derrubando ao passar por ele entrando no banheiro correndo.

- Por que você disse isso? – Diz ele na porta do banheiro segurando a maçaneta.

- Meu filho, haja água para as suas "gracinhas". – Amanda se despia sentando no vaso.

- Deixa de ser chata. "Quem canta os males espanta". – Ria debochando dela.

- Concordo. Agora quem é desafinado, assusta! Agora meu querido, desgrude da porta porque eu não consigo cagar com gente me ouvindo... Pum! Oiá, ouviu? É o aviso!

Amanda diante aquela situação, sofria um pouco na privada, derretendo-se em seus dejetos, suada. Parecia que o frango havia dado o troco diante a gula, perante uma carne muito temperada. Do antro do banheiro ouvia-se o sofrer de uma cagada forte, com bastante sonoplastia de força e de gargalhadas perante os sons emitidos.

Amor de papel Onde histórias criam vida. Descubra agora