A Chegada

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- Oi anjo. – O agrado do beijo matutino em seu rosto o faz arrepiar devido ao quente dos seus lábios, enquanto coava o café sobre o balcão de granito.

- Hm, oi. Bom dia. – Muito gentil ao receber o beijo cálido daquela mulher oferece-lhe café por educação.

- Sim. São... São nove horas da manhã... – Ela espreguiça e o abraça pelas costas de olhos fechados.

- O que aconteceu? – Pergunta coando o café com um pano de prato no ombro.

- Exame de rotina. Estou entrando já no sétimo mês... e já, já o bebê estará por aqui. Precisamos aprontar logo o quarto do...

- Como assim Amanda? Temos o nosso quarto e não é tão grande assim.

- Será nele. O berço, a cômoda, e ele estará próximo a nós. Os cuidados serão redobrados conosco grudados a ele. - Distancia o rosto e senta-se à mesa para aguardar o café.

- Você está inferindo muito ao gênero masculino... O que está dizendo é que o bebê é um menino? Por que não me contou? – Sua concentração dividia entre coar o café e prestar atenção aquela novidade.

- Desculpa por não te contar nada, é que estávamos sobre tribulação e eu sempre adiava. Preferi contar na hora certa. – Amanda desvia o rosto com vergonha.

- Calma anjinho... – Abria um sorriso rápido. – Não estou dando esporro, é que agora estou surpreso por ser um menino. Na verdade, sempre foi a minha vontade ser pai de um menino. Não que ser pai de uma menina seja ruim, é que, é um meio de retribuir tudo o que o meu pai não conseguiu oferecer a mim e ao meu irmão. Sabe? Ser o exemplo, ser presente e honesto... Não ser bondoso apenas quando está bêbado, ou ruim ao extremo quando se estar sobre os efeitos do álcool. É ser presente e atento as mudanças.

- Que lindo, Max. – Se emociona de leve, apenas fungando o nariz.

- Quer um lencinho? – Oferecia-lhe o papel toalha sem esboçar ironia na face.

- Não, obrigada. É, tomaremos café e iremos a clínica, tudo bem para você?

- Está bem. Avisarei antes de sair ao patrão que irei te acompanhar. Ele é bem maleável e confia no meu trabalho. Sabe o que ele disse?

- Não. – Dar contraponto, pondo o café na xícara da manhã. Eu sei. Muita frescura para uma pessoa só.

- Quando a sua mulher engravida, a sua companhia também engravida. – Sentava-se junto a ela para tomarem café da manhã carregando um sorriso.

- Que mentira que nem barrigudo tu és. Você é muito é do gostoso... Magrinho, barriga sempre zerada, não tem muitos músculos, tem um sorriso lindo, olhos cor de fogo, esses cabelos que só eu posso enrolar nos dedos...

- Cantada a uma hora dessas? – Max olhava franzindo as sobrancelhas em relaxo, levando o copo de café a boca, expressando um sorriso no olhar.

- Bom, não foi bem uma cantada... agora... – Amanda bebia o encarando. – Me chama de Google, porque tudo que você precisa estar em mim.

- Uau! – Gargalhada – Nossa!

- O que foi gatinho... – O tom da voz suaviza.

- Nada, disse nada. Apenas apreciando este café. – Sente o aroma, fechando os olhos.

- A quem você puxou, Max? – Amanda bebia a última porção da xícara.

- Em relação a quê? Desculpa. – Max soprava sobre a borda da xícara.

- Inteligência, beleza, astucia, sensatez, teimosia, essas qualidades.

- Bom, a inteligência veio dos dois, já a beleza veio também dos dois, a astucia veio da minha mãe, já a sensatez veio do meu pai e a teimosia também.

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