Até que fim Amanda toma coragem e compra as passagens áreas pela internet, isso semanas antes do dia aguardado. Enfim ela aceita ir a Londres mostrar aos seus pais o futuro neto que em breve iria chegar e o namorado. Sim, os pais de Amanda não sabem que a filha está gestante, é claro, esperando o futuro herdeiro da família Royal de Orleans.
E não, os pais não mantinham contato direto com a filha, igual fazemos quando a saudade aperta dos nossos pais. Só que a viagem a outro país iria requerer passaporte e visto, coisa que o Max até então não tinha. E dias atrás esse procedimento foi feito, devido a burocracia brasileira. Porque se fossem fazer encima da hora, perderiam o prazo previsto e atrasaria tudo, e que ainda não foi entregue. Bom, já que o Max nunca teve uma experiência internacional, o seu guarda-roupa não tinha obrigação de portar trajes pesados, ou seja, casacos, gorros, luvas de lã e fones de ouvidos de proteção térmica. Eu achava que eles iriam para Londres e não para o Ártico.
- Chegou o dia, o dia... – Saltita no meio da sala com a tigela de porcelana na mão.
- Que dia? Dia do lixo? Se for, terei que agir, porque são... – Max já estava saindo do sofá quando ele é interrompido permanecendo na mesma posição que saía.
- Não, Max! Não. Refiro ao dia da viagem. – Amanda ainda com a tigela na mão esquerda voltava para a cozinha.
- Ah! Hein? Viagem? Não tínhamos nada para essa semana. – Max se via em dúvida e voltava a sentar no sofá ficando em direção a cozinha.
- Menino! Lembra da viagem que faremos a Londres? Visitar os meus pais? – Copos, pratos e talheres eram guardados enquanto a sua atenção continuava firme.
- Você não disse nada a respeito. Isso é novidade. – Olhava a hora.
- Poxa, precisa se medicar contra o esquecimento seletivo. – Amanda se punha em ponta de pé para alcançar a parte alta do armário.
- Não foi por razão disso, meu cérebro estava fazendo um backup.
- Engraçadinho. Depois de muito tempo, foi que eu vim entender essa piada.
- Tão peculiar. – Ironiza.
- Bem. Depois que almoçarmos iremos até o shopping mais próximo para comprar a sua roupinha, que... deve ser nove e meia...
- Amanda, sem o diminutivo. Isso me faz ser criança.
- Acho tão lindo... Ai! Cansei. Ui.
- Você que acha lindo, eu detesto. – Max levanta do sofá e vai ajudá-la.
- Seu ingrato! Sabe que eu gosto – Dramatiza com um choro nada a ver de birra.
- Onw amor! Eu não queria dizer isso. – Max o abraçava forte, pegando o pano de prato.
- Sai, não encosta! Me toca que eu quebro os teus dedos.
- Ama... Aaahh! Ai, ai, ai, ai... solta, solta... Pinico, pinico, pinico!
Amanda caía na risada.
- Já!? Hum... eu avisei. Olha, presta atenção. Não tem feijão, não fiz... temos arroz para fazer... quiser risoto eu faço, é rápido. E para de me encarar... ora...
- Tudo bem. Oh... venha cá... – Max se aproxima devagar, olhando-a firme. Ela estava de lado, seu nariz estava empinado, seus braços cruzados...
- "Ei? Psiu! Beijo me liga, eu tô curtindo noite te encontro na saída".
- Vai me deixar sozinha? Isso que é namorado... uma palma e meia para você.
- Amanda... Isso é uma música. – Max põe-se em vergonha cobrindo o rosto com a mão.
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Amor de papel
RomanceOlá. Sejam bem-vindos a essa loucura que lera já, já. Chamo de loucura, pois os personagens não se comportam diante o que é "convencional". A trama perpassa por um passado duvidoso entre os protagonistas, e que na medida que for lendo, coisas serã...