Naquela noite de chagada e nada de recepção calorosa, Max se ver no papel de um torturador sem perfil. As intenções não eram aquelas, mas a ideia era causar temor. Em uma grande prancheta de desenho arquitetônico, o rato deleita sobre uma bandeja de aço, com suas quatro patas e cauda amarradas por uma liga forte retardando qualquer eventual movimento, e sobre ele era projetado uma luz forte clareando a cena de um audacioso serial killer, ou um Sucrilhos kellogg's se preferir – eu prefiro com frutas e leite.
O rato em respiração de medo, curado do grampo na barriga, através de um curativo feito pelo herói-vilão, abria os olhos lentamente, e percebia aquela dolorosa abordagem se vendo encurralado, servido, dado praticamente de bandeja para o seu torturador. Max aparecia misteriosamente por trás do abajur a qual o fritava em luz LED, trazendo a vítima medo através da máscara de cirurgião que utilizava e as luvas que completava o personagem macabro.
Em sua mão direita o bisturi brilhante e afiado trazia o fio do corte no ar, carregando a frieza, e já na mão esquerda, uma tesoura grande e pontuda. Max aproximava do rato... e no olhar daquela criatura apavorante vinda das profundezas do inferno, via-se o desespero dilatar em suas pupilas. Max se acomoda ao lado da vítima, e o vendo na prancheta inclinada, a um ângulo favorável, pergunta:
- Quem matou o Baiano? – Seu olhar aberto projetava no rato pavor.
(Ruídos)
- Não minta para mim seu roedor estupido! – Sua furia o faz apontar o dedo trêmulo.
(Ruídos)
- Irei repetir: quem matou o Baiano? – Sua voz se altera.
(Ruídos)
- Poxa Jerry! Não mente... Vou ter que usar a vassoura e o saco? – Usa seu deboche sádico.
De repente, do nada, Amanda abre a porta e se choca com o que ver.
- Max, o que está fazendo? – Seu tom esboçava medo e surpresa.
- Eu? O que tem de errado? – Sua fala saia abafado devido a máscara, distanciando-se da vítima.
- O que fez com esse rato? Na verdade, o que você está fazendo com essas luvas e essa máscara? E mais: com esses instrumentos de dor?
- Eu nada. Fiz alguma coisa, rato? – Pergunta rosto a rosto com o rato.
- Max, o rato não vai te responder, isso é óbvio. Liberte logo esse animal. Que bicho asqueroso! – Fazia gesto de nojo.
- Amanda... Ele não tem culpa de ser feio, não é rato?
- Já soltou? Estou esperando. – Batia o pé com bastante impaciência, tendo como plano de fundo os seus guarda-costas, acompanhada pelas sobrancelhas em dança.
- Vou soltar, calma. Ele me assustou. Estava eu, feliz da vida, preparando os produtos para limpar a bagunça que a sua "amiguinha" fez, e ao abrir a despensa, essa coisa feia saiu de lá, saltitando. Sem ofensa... E para não matar decidi captura-lo e ter um diálogo. Só que não deu tão certo... Graças a você! – A voz muda para passar intimidação.
- Eu tenho culpa? – Aponta para si. – Você ia matar o coitadinho. Dialogo... sei. Você não me engana... Você não me engana, senhor Max. - Seu toque forte nos ombros do cirurgião o deixava sem ação perante o que estava em jogo.
- Estávamos indo bem... ele quase colaborou. – O rato começa a se bater na bandeja.
- O que tanto dialogava? – Sua voz ecoava interesse e susto por ver o rato se bater.
- Perguntei se ele viu o Baiano. – Falava olhando para o dorso das mãos.
- Max, pelo amor de Deus! Eu vou te bater até você ficar transparente.
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Amor de papel
RomantikOlá. Sejam bem-vindos a essa loucura que lera já, já. Chamo de loucura, pois os personagens não se comportam diante o que é "convencional". A trama perpassa por um passado duvidoso entre os protagonistas, e que na medida que for lendo, coisas serã...