Max e Johann Strauss

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Max estava empenhado em preparar a comida a qual sua mulher não colocasse o seu filho pela boca. E agora estava sendo obrigado a criar e inventar algo que não a fizesse enjoar, assim que os aromas da comida entrassem em suas narinas.

Ele observa os armários para ver se tinha algum grão a qual não fizesse flertar e suas opções em termos de: "fazer algo que a grávida não enjoe" está entre um e milhão para dá ou não certo. Agora a questão será cientifica, de tentativa e erro.

Sob o balcão de mármore, o nosso culinário apanhava as panelas, e uma delas, escorrega e cai direto no dedão do pé. Não era qualquer panela, deixo claro, era de pressão e grande. Ao cair com todo amor em seu dedo, sua pupila contrai, tendo um dos olhos em tremulação diante a dor, no entanto, prendia o grito na garganta.

Ele se via diante o seu desespero agudo de dor, e o desabar de uma lágrima apenas. Para descansar a dor central, ele apoia sobre o fogão de indução, e suas duas mãos sentem o calor que a placa induzia. Em outras palavras o fogão só funcionava se tivesse alguma superfície metálica sobre as bocas, e em suas mãos haviam o anel de compromisso, e um que vez ou outra ele colocava por questões estética: moral da história, suas mãos queimam, mas nada de cair o couro.

Agora ele tem dois problemas: a dor no dedo, e a das mãos. E segurando o grito, não resistiu e dessa vez não podia ser evitado. Seu grito pôde ser escutado do prédio vizinho, e curiosos vão até suas varandas para saber o que estava acontecendo – curiosos ou gente que não tem o que fazer naquela hora da manhã.

Ao rugir de um grito nada afinado, Amanda captava a nota de dor aguda, penetrando todos os cômodos, inclusive o quarto. Imediatamente ela cobre e logo desce para ver o que aconteceu.

- Menino o que aconteceu? – vinha ela descendo as escadas com os pés molhados.

- Uma catástrofe das boas. Amanda, pelo amor de Jeová! Você quer morrer de uma queda? – Desvia a atenção para ela, esquecendo parte daquela dor.

- Como assim? – Do nada ela para.

- Você está seminua, você está molhada, e está em uma escada... E...

- Sim, é verdade..., mas o que tem a ver o meu desespero em querer te salvar?

- É... – Seu cérebro trava.

- O que aconteceu com você? – Muito preocupada já vendo o que aconteceu, vinha na ponta dos pés, ajeitando a toalha, indo até ele.

- Eu ia fazer a janta, só que... olha o que aconteceu. Saí machucado.

- Max, que eu saiba você cozinha muito bem e obrigado... – Se aproxima dele e ver a tragédia em suas palmas.

- Não seja modesta, por favor... aprendi na força do ódio para não morrermos de fome.

- Mas eu sei cozinhar, não íamos morrer de fome. – Seu olhar fixo ao ferimento, e o controle da calma, mantinha mesmo diante o caos o ambiente assaz.

- Antes. Hoje você pegou o gosto de cozinhar. – Ainda em dor, suas mãos ainda estão estendidas no balcão de granito.

- Ah amor... isso foi no passado. – Amanda voltava a puxar a toalha para dar um nó mais firme, dessa vez com menos gotas descendo sobre seu corpo.

- Por isso mesmo. Fui tentar seguir o programa de TV que eu adoro, e acabei o quê! Quase hospitalizado. Veja que as facas estão longe para ocorridos como esse não se tornar catastrófico. – Logo, logo o olhar de Amanda mudava diante o inchaço visível.

- As facas estão longe, porque: eu coloquei! Pelo menos com elas você não é uma ameaça potencial na cozinha. Sem elas você é um pônei. - Ela tenta tapear, mas ela não sabia como aborda-lo em dizer que o inchaço das mãos acontecia, e que o pânico dele o cegou.

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