Após cinquenta e quatro minutos abordo do trem bala, a condução adentra a estação de St. Pancras internacional. Aquele enorme arco em aço e vidro fazia as pupilas do Max realçar. Sua atitude de criança incomodava Amanda, pois ele estava praticamente encima dela, por sua vez, a fazia olhar para ele como alguém ousado, doido e muito divertido. Ele, como uma grande criança que é, não tirava o rosto do janelão, impressionado com toda aquela magnificência estrutural e com todo aquele estilo arquitetônico que o fazia suspirar de impressionado.
Amanda olhava para sua bochecha e lhe dava muitos beijos. Max abre um sorriso e fica vermelho por essa atitude pública ser um pouco incomum para ela em um país estrangeiro. O trem finalmente para na plataforma desejada e todos levantam, apanhando as suas bagagens dos bagageiros e saindo em fila por cada respectiva porta. Max levanta da poltrona confortável e vai pegar a sua mala e as de Amanda para que saíssem.
- Vamos? Chegamos, que empolgante! – Sua euforia não podia cessar diante aquela alegria.
Amanda responde sorrindo e negando como uma ambígua reação do seu corpo e seu cérebro em duas nuanças. Como se suas nacionalidades brigassem entre si. Eles seguem a fila até enfim saírem do vagão. Se dentro do trem a sua impressionante reação quase sufoca Amanda, diante a colossal estrutura o faz estarrecer.
- Amanda, olha só para... Uh! É muito grande. Chego a perder o foco da visão de tão amplo que é. Veja essa estrutura em aço, a transparência, olha os portais estilo neogótico, uau! Me cativou. Meu cérebro deu tela azul.
- Max, quantas vezes eu já te disse que baixasse ou comprasse o pacote antivírus?
- Amor, foi uma expressão e...
- E eu fui metafórica. – Falava olhando para o céu através do vitral único.
- Bem, para onde devemos ir? Porque não ficamos mais um pouco para você tirar algumas fotos minhas do lado dos trens e em alguns lugares da estação, ou lá fora... Estou muito apaixonado pela arquitetura do prédio.
- Eu sei que está. Não se preocupe. Daqui a pouco os capachos do meu pai estarão por aqui. Enquanto isso podemos sim registrar alguns momentos. – Amanda abria a bolsa e procurava o celular dentro do grande buraco negro que há em uma bolsa de mulher.
- Oi? Quer dizer que virão nos pegar? – Andava devagar coçando o seu queixo.
- Sim, amor. – Continuava atenta a outras coisas ao seu redor.
- São em quantos? - Sua preucupação deixava os seus sentidos alerta.
- São quatro. Todos eles vestindo terno preto, e gravata vermelha, óculos escuros, com fones no ouvido direito. – Se distanciava mais uma vez, indo para o outro lado com o celular em mãos tirando fotos de si e do lugar.
- Isso não é capacho, são seguranças do mais alto nível, acredito. Para que tanto? - Sua atenção fazia esquecer os motivos de estar distante e em pose de modelo fotográfico.
- Eu não sei muito. Mas pelo o que meu pai fala, sim. – Falava com a voz um pouco distante.
- Estou boquiaberto. Melhor esperar... Opa, não está à venda este cassaco, senhor... Quem são vocês? Opa... Opa, opa, opa... Moço, eu não nado! Amanda!
- Max? – Olhava para trás preocupada. – Max! Estou indo... "Get away from him!" – Falava em um tom autoritário.
- Oh... – Max estarrecia ao ver os seguranças se afastando dele, mas, tendo conduta.
- Max... Calma. – Abraça-o. – Sem medo. São esses os seguranças. "He is not a threat, he is my boyfriend".
- O que você disse a eles? - Seu olhar de susto fazia sua garganta travar.
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Amor de papel
RomanceOlá. Sejam bem-vindos a essa loucura que lera já, já. Chamo de loucura, pois os personagens não se comportam diante o que é "convencional". A trama perpassa por um passado duvidoso entre os protagonistas, e que na medida que for lendo, coisas serã...