Julieta II

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Algum tempo depois, já começo a sentir a minha cabeça tonta até porque essa bebida é forte e o efeito dela é mais rápido que as outras bebidas..

-Ei, adivinha com quem eu falei hoje?

-É, não sei..
Com quem?

-Chuta Ester..

-Da uma dica?

-É um homem e você quase fez parte da família dele..

-Oxe, não sei não..
Não me lembro de ter gostado de um cara durante esses 3 meses pra fazer parte da família dele..
Risos

-Não, aí meu Deus..
Tá, eu falei com o Lucas, irmão da..

-Julieta..

-Sim, esse mesmo.

-Seis falaram o que?

-A gente falou sobre uma menina que ele está gostando, na verdade ele me ligou pra pedir conselhos amorosos..
Risos.

-Falaram só sobre isso?

-No princípio sim, só que aí ele puxou assunto da irmã dele..

Ao ouvir essas palavras sinto um frio na barriga..

-O que ele disse sobre ela?

-Disse que está morrendo de saudade dela, que vai demorar um pouco pra ir ver ela..

-Ela tá namorando?

-Não sei Ester, ele não disse..

-Na sua opinião, você acha que ela está?

-Namorando pode ser que não, mas certeza que está ficando com alguém, ainda mais lá, já posso imaginar o tanto de moça bonita que deve ter na faculdade onde ela estuda..

-Hum.

Reviro os meus olhos e em seguida tomo um gole da minha cerveja.

-Mas, talvez ela não esteja pegando ninguém, talvez ela ainda não te esqueceu e tem esperança de vocês ficarem juntas um dia..

-Eu acho difícil, a essa altura ela já deve ter me esquecido..

-Que nada, você marcou d+ a vida dela e sabe disso..

-É, mas isso não impede dela ficar com outra.

-É, vai saber.
Risos

-Vai saber.
Ei, vou pegar outra cerveja, quer outra?

-Pega a garrafa de uísque lá, vamos inaugurar ela..
Risos

-Beleza.

Me levanto da cadeira vou até a cozinha.
Confesso que o fato dele falar que ela pode estar com outra me incomodou, tá eu sei que a gente não tem nada e que ela é livre pra fazer o que bem entender, só que isso ainda me machuca, não me recuperei dos seus efeitos e acredito que não vou me recuperar tão já.

Depois de ter pego as bebidas volto para o terraço, Miguel abre a garrafa de uísque pega um copo que ali tem, enche ele pela metade e vira como se estivesse tomando água.

-Quer um pouco Ester?

-Não, melhor eu não misturar..

-Aaaa, toma um pouco vai, só um pouquinho?

-Ta, põe pouco..

Ele coloca um pouco, pego o copo e viro.
Ao descer pela minha garganta sinto como se fosse um fogo de tanto que queima.

-AAAAA, que trem forte..
Não sei como se bebe isso

-Ah, acostumei
Risos.

Ambos sorrimos, o silêncio em si toma conta por segundos até que..

-Cara, liga pro Lucas..

-Pra que?

-Liga aí, pra eu perguntar algo a ele.

-Ta.

Miguel pega o celular do bolso, liga para o Lucas e me entrega o celular.
Na medida que chama, sinto o calor tomando conta do meu ser, olho para o Miguel e vejo ele surpreso, esperando pra ouvir o que tenho a dizer.

Depois de 3 toques...

-Eae Vitor, qual é a boa?

-Oie, sou eu a Ester..

-A oi Ester, aconteceu algo com o Vitor?

-Não, ele tá aqui comigo bebendo, fica tranquilo..

-Ufaaaaa, tá tudo bem?
Faz tempo que a gente não se fala né?

-Sim está, verdade faz um bom tempo, mas Lucas eu vou ser bem direta..

-Pode falar..

-Tem como você me passar o endereço da sua irmã?

Assim que faço essa pergunta olho para a cara do Miguel e ele parece não acreditar no que acabei de perguntar, seus olhos fixam nos meus e pra ser sincera eu não faço ideia do que está passando na sua cabeça agora.