Nem todos mudam

1.1K 130 278
                                    

Alerta de gatilho: Violência e abuso.
------------------------

Terceira pessoa

Após o casamento de Joyce e Jim, Will iria ficar sozinho com Jonathan e seu pai finalmente iria embora.

Will estava na casa de Mike, eles estavam conversando e às vezes se beijavam, mas já era quase noite, então Will tinha que ir embora.

-Você quer que eu te leve de carro?-Mike perguntou. Ele tinha acabado de tirar sua tão esperada carteira, e ele e Will já tinham ido a muitos lugares juntos.

-Não precisa, eu posso ir andando.-Will disse.

Mike insistiu mais um pouco, mas Will recusou.

Foi a pé pra casa, enquanto via o pôr do sol. Foram apenas 10 minutos de caminhada, então ele chegou em casa, e no mesmo momento que abriu a porta, recebeu um tapa tão forte que o desnorteou.

Ele não sabia quem era que estava em casa, e por um momento pensou em Jonathan, mas quando olhou, era seu pai, tão furioso e talvez um pouco bêbado.

-Voltou da casa do seu namoradinho sua bixinha?-Ele perguntou, atacando o pescoço de Will, o sufocando.

Will não estava conseguindo falar, nem mesmo respirar, mas estava lutando para tirar a mão de seu pescoço. A única coisa que passava em sua mente era "Onde está o Jonathan?".

-Você vai pagar por me desonrar, você vai pagar por ser uma bixa!- Ele estava falando, enquanto Will estava sem ar.

Ele não estava chorando, porque o que ele mais sentia não era tristeza, era raiva, era raiva de tudo aquilo.

Quando Will achou que iria ficar totalmente sem ar, seu pai o soltou, mas o empurrou para dentro da casa e trancou a porta. Ele levou socos e chutes, não conseguia se defender, seu pai era maior que ele.

Se pelo menos Mike estivesse lá.

Continuou o batendo, até que conseguiu o empurrar pro andar de cima, então Will conseguiu dar um chute certeiro no meio de suas pernas.

Enquanto estava se contorcendo de dor, Will foi direto pro telefone. Não dava pra ele sair, tinha deixado a chave pra fora, então o mais estratégico era pedir ajuda.

Ligou para Mike, torcendo pra que seu pai não o atacasse agora, ele precisava de pedir ajuda.

Quem atendeu foi Mike, então Will começou a falar.

-Mike, me ajuda por favor, meu pai, ele está aqui e ele…-Will começou a dizer, mas seu pai o puxou pela gola pra trás. Novamente estava sem ar.

-WILL???? O QUE ESTÁ ACONTECENDO? VOCÊ PRECISA DE AJUDA?? WILL????-Ele conseguia ouvir Mike gritando no telefone, mas não conseguia o pegar.

Seu pai o chutou na barriga, e então veio uma dor enorme, parecia que ele iria vomitar todos os seus órgãos para fora.

Levou um soco no nariz, e sentiu o sangue escorrer.

Conseguiu dar um tapa barulhento na cara de seu pai, mas aquilo o enfureceu mais ainda, a marca da mão de Will tinha ficado em seu rosto.

Forçou Will a se ajoelhar, ele tentava levantar mas não conseguia, estava sendo segurado pelos cabelos.

-Já que você quer ser gay, você vai ver qual é o papel de bixinhas como você!-Ele começou a desabotoar sua calça, mas Will não iria deixar aquilo acontecer, ele preferia morrer do que fazer isso.

Quando seu pai abaixou as calças e ele ainda não tinha conseguido sair dali, começou a chorar. Seu pai forçou sua cabeça até seu membro, mas ele não iria abrir a boca, ele iria lutar.

Mas não conseguiu, ele estava sendo forçado, então a única ideia que veio a mente dele foi morder seu pai e tentar sair de lá o mais rápido possível.

Quando mordeu, ele gritou de dor e teve que soltar Will, que estava indo em direção do quarto, tropeçando nos móveis e deixando coisas quebradas.

Will estava com tanto nojo do que tinha acabado de acontecer que vomitou no chão do quarto.

Ele tinha que pular da janela, era a única solução.

Quanto abriu a janela, seu pai já estava no quarto.

Ele viu o carro de Mike dobrar a esquina.

Mas era tarde demais, seu pai estava o enforcando em direção a janela, ele estava sem ar.

Então jogou seu peso pra trás, caindo da janela junto com seu pai.

Conseguia ouvir seu pai gritando, e parecia que tudo estava em câmera lenta, conseguiu ouvir um grito vindo de Mike.

Mas antes que pudesse pensar, o baque do chão em suas costas o fez apagar.

Too close to the stars-BylerOnde histórias criam vida. Descubra agora