Capítulo 3.

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— Por que você fugiu assim? — Hermione perguntou, ofegante, com uma mão no peito enquanto me encarava do lado de fora do bar. — O dono gato do bar vai achar que você é louca!

— Não é o Artur... — falei comigo mesma, enquanto o meu olhar estava fixado em uma pedra. — Não é o Artur!

— Não, não é. Mas agora ele te acha uma louca descontrolada, igual o Arthur. — ela se dirigiu ao carro e entrou.

Por um momento eu pensei que ele estaria ali naquela cadeira, mas o meu mundo caiu quando o tal se apresentou como Victor.

Victor.

Maldito Victor!

Acompanhei Hermione e sentei no banco do passageiro, coloquei o cinto enquanto balançava a perna descontroladamente e mil coisas passavam pela minha cabeça.

— Já sei! — a morena ao meu lado gritou, enquanto ligava o carro. — Vamos investigar o Victor.

— Ãhn... como? — perguntei.

— Você que é a jornalista, deveria saber. — deu de ombros.

— Sim, acho que sei. — disse, e engoli seco.

Na verdade eu não sabia o que fazer. Claro que pela carta, eu tinha uma ideia de onde Artur estivesse, mas não tinha certeza, Victor era o único meio, era o que me separava de tantos porquês sobre o paradeiro de Artur.

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— Bom dia, flor do dia! — Mary, a secretária da Srª. Evans, disse.

— Está tão animada assim? — perguntei, com um sorriso de canto, enquanto apertava o botão do elevador e segurava cadernos, bolsa, chave e outros trecos.

— Você também deveria estar, é jornalista agora. — ela riu, e entrou no elevador junto comigo. — Mas...

Eu a olhei, e ela suspirava, fechava os olhos e um sorriso bobo tomava conta do seu rosto bochechudo. Parecia uma criança sentindo cheiro de algodão doce, ou uma trouxa apaixonada.

— Mas...? — continuei, esperando pela fofoca que viria.

— Mas a melhor parte é que Cinthia e Alison estão fora da revista! — gritou, jogando as mãos para o céu e deixou cair alguns papéis que segurava.

Eu fiquei boquiaberta, as duas bruxas estavam fora da revista e isso era um alívio, tanto para mim, quanto para a minha carreira.

— Como assim? — perguntei, ficando na frente da porta e apertando outro botão no elevador.

— Elas não estão fora da revista totalmente, foram transferidas para a emissora. — continuou.

Droga!

Conseguiram se dar bem.

— Nossa, que merda. — resmunguei.

— É bem melhor do que a Cinthia ser a sua chefe. — ela riu, a porta abriu e Mary apertou no andar correto.

— E quem vai ser o novo chefe? — perguntei.

— O Louis. — ela me olhou e eu franzi a testa. — O do cabelo azul.

Ah, o Louis.

O Louis não era muito de conversar, sempre foi paciente, ficava na dele, mas os seus textos eram os melhores. Ele merecia ser o nosso chefe.

A porta abriu-se e eu sai do elevador junto com Mary, acenei para ela, que sorriu e saiu pelo corredor. Entrando na sala pude ver todo mundo conversando, era uma energia diferente, todos estavam felizes e sorridentes, eu também.

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