Capítulo 23.

1.2K 102 33
                                    

New York City, 2007.

Era a primeira festa que eu iria em toda a minha vida, quer dizer, já fui em algumas festas de aniversário, mas dessa vez seria diferente, os pais da Emma viajaram e ela daria uma baita festa, tudo isso depois das dez da noite. Então, eu disse a minha mãe que ia dormir na casa do Andrew para fazermos uma maquete para a feira de ciências, ela até quis ligar para a mãe dele, mas eu conseguimos disfarçar porque o primo mais velho do Andrew veio me buscar e falamos que ele era da igreja.

A casa era grande e estava cheia, tinham muitas pessoas da escola e pessoas que eu não conheciam, inclusive alguns universitários, eles estavam bebendo e beijando algumas garotas.

— Cara, vamos nos dar bem hoje! — Andrew falou, bem empolgado, a fama dele era boa entre as garotas, então ele deveria se referir a si mesmo, já que os olhares nunca eram voltados para mim. Ele fazia parte do time de futebol, era popular e amigo de todo mundo, já eu, um fracasso em tudo, a culpada por isso é a minha mãe, e o Tyler por não estar aqui e me ensinar a jogar basquete.

Entramos na sala e as pessoas estavam bebendo e se divertindo, a Emma estava descendo a escada com algumas amigas, entre elas, Polly Standall, ela era a garota mais simpática e bonita da escola, as suas bochechas rosadas e os seus cabelos castanhos... uau, ela era um sonho.

— Por que você não vai falar com ela, cara? — Andrew deu um soco no meu ombro, o olhei e ele estava com um copo na mão, que eu não sei de onde surgiu.

— Eu sou o Artur Evans, você se lembra disso?

— Você precisa ter iniciativa, deixar de ser tímido. — ele estendeu o corpo e arqueou a sobrancelha, esperando que eu pegasse. — Vai, vira. Vai se sentir mais confiante.

— Acho que... não podemos beber.

— Quem disse isso? A sua mãe?! — ele deu uma gargalhada. — Todos estão bebendo, ninguém vai te olhar estranho por fazer o que todos estão fazendo.

Peguei o copo da mão de Andrew e virei em alguns segundos, era cerveja, amarga e gelada, congelou o meu cérebro mais do que sorvete. Fiz uma careta e balancei o rosto, me apoiei no braço de Andrew, eu não estava me sentindo tão firme no chão.

— Se sente melhor, não é? — ele sorriu e eu limpei a boca com a manga do moletom. — Vai, sua chance.

Ele me empurrou em cima de Polly, enquanto ela passava pela gente com as suas amigas, esbarrei nela que, por sorte, Emma a sustentou.

— Qual o seu problema, Artur?! — Emma franziu a testa e me encarou.

— Nada... eu só... me desculpa, Polly. — respirei fundo e encarei os seus olhos cor de mel, o meu rosto estava vermelho com toda certeza, eu sentia isso.

— Não tem problema, está tudo bem. — ela abriu um sorriso de canto a canto, e saiu em seguida, antes de passar pelo próximo corredor, olhou para trás e levou uma mecha de cabelo para detrás da orelha, e acenou.

Olhei para os lados e Andrew havia sumido, comecei a caminhar por todas aquelas pessoas e cheguei até a sala, algumas pessoas estavam sentadas no sofá e outras no chão, formando um circula e passando um cigarro de mão em mão, me encostei na parede e fiquei observando aquele jogo pervertido de verdade ou desafio, e quem perdesse tirava a roupa.

— Você quer participar? — uma voz feminina se aproximou, olhei para o lado e era uma garota de cabelos com mechas loiras e piercing no septo, ela sorriu irônico. — Artur Evans, não é?

— Sim, sou eu. E você é...?

— Skye, você não deve me conhecer. Eu sou irmã do melhor amigo do seu irmão. — ela estendeu a mão e eu a cumprimentei.

Meu Inesquecível Vizinho Onde histórias criam vida. Descubra agora