Epílogo.

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Sugiro muito que ouçam a música com a tradução, é de Vitor/Tyler para Chloe.

Tentar confortar o meu irmão era impossível enquanto haviam duas pessoas feridas em nossa frente e uma lá embaixo, eu passava a mão em seu peito e sentia a sua respiração ofegante, ele ainda segurava a arma chorava desesperadamente.

— Eu acabei com a minha vida. — falou, enquanto as mãos estavam trêmulas, talvez eu não fosse a pessoa certa para o acalmar, tendo em vista que eu tremia mais do que ele. Olhei para o lado e Artur estava sentado e encostado na parede, segurando o braço e tentando controlar o sangramento, aparentemente estava bem, mas ainda assim, com dor. Olhei para Vitor caído no chão de bruços, imóvel e sangrando.

— Nós precisamos ligar para uma ambulância. — falei, colocando as mãos no bolso e me aproximando de Vitor. — Droga, cadê o meu celular? — passei o antebraço no nariz e tentei enxugar as lágrimas que insistiam em cair em meu rosto.

— Você não pode fazer nada, Chloe. Acho que é tarde para chamarmos uma ambulância. — Artur disse, entre os grunhidos de dor enquanto tentava se locomover. Me abaixei até ficar na altura do cara de olhos verdes, que tinha um olhar agoniado e distante, até que os olhos dele se encontraram com os meus. Levei a mão até o ferimento bem em suas costas, não me importei com o sangue quente, pressionei e ele balbuciou alguma coisa. — Você não pode mexer nele, talvez piore. Isso é uma droga, o que eu fiz?!

Agora eu tinha dois se lamentado culpados atrás de mim e alguém que precisava de muita ajuda na minha frente, Caio pelo menos largou a arma e agora ligava para pedir uma ambulância, as minhas lágrimas caiam e molhavam o rosto de Vitor, acariciei a sua barba enquanto ele me olhava.

— Você não pode nos deixar, Vitor. Você é forte, aguenta só mais um pouquinho. — me sentei no chão e coloquei a sua cabeça em meu colo, ele continuava me olhando e sorriu, a sua mão trêmula alcançou a minha, ele a beijou com delicadeza e eu pude ver a aliança ainda em seu dedo. A Jade de mansinho se aproximou da gente, passou o focinho no rosto de Vitor e chorou, deitou perto de nós dois, ela parecia entender tudo. — Fica aqui com a gente, ainda precisamos de você. — chorei mais do que a bola de pêlos do meu lado.

— Meu amor, se eu morrer agora, saiba que... — tossiu. — Tudo de ruim que você acha que eu fiz, tive os meus motivos que você talvez nunca compreenda. Mas tudo que eu fiz foi para o seu bem.

— Eu sei, eu sei. — acaricie os seus cabelos e só queria o abraçar forte, não queria o meu namorado de um dia morto mesmo que o meu futuro marido estivesse bem ali na minha frente. — Você vai ficar bem, eu prometo. A ajuda já está vindo e você vai ficar bom, entendeu? — o seu olhar foi se entristecendo, se tornando cansado, parecia que ele queria ir embora da bagunça que chamamos de vida.

And I will love you baby always, And I'll be there forever and a day always. — cantarolou baixinho o refrão da nossa música, do nosso primeiro e último show juntos. — And I know when I die you'll be on my mind, and I'll love you always. — essas foram as suas últimas palavras antes dos seus olhos fecharem e a sua respiração não existir mais, Artur se levantou, o olhou no chão e levou as mãos até o rosto.

— Eu não posso passar por isso de novo! Eu não posso passar por isso ainda mais sendo verdade. — gritou e olhou para cima. — Por que você me odeia tanto, cara? Ele não merecia isso, essa guerra já deixou de ser dele faz tempo! Tyler... — se agachou ao meu lado e me abraçou, vimos Vitor, ou Tyler morrer, era uma coisa que estávamos passando juntos sem jamais imaginar que passaríamos, eu não sabia que ia me envolver tanto com a família Evans como estou envolvida agora. Antes a dúvida era qual dos irmãos, e ver um partir quebra o meu coração em pedacinhos. Vitor se foi e está levando sem dúvida alguma, uma parte minha, uma parte da Jade, uma parte do Artur, no meio da bagunça e de toda a confusão que nós três nos tornamos, acho que nada é mais verdadeiro do que o amor em comum que sentimentos um pelo o outro. Conviver sem a presença dele era estranho, mas conviver sem ele vai ser... injusto.

A vida não acerta em tudo, nem tudo faz parte do destino, acho que os caminhos que iremos traçar somos nós mesmos que construímos. Vitor não merecia ter esse destino, ele só queria um amor no meio de tantas mentiras. Eu só queria ser amada de verdade. E Artur só queria viver a paz e um amor tranquilo. O que viveremos agora?

THE END.

Tradução trecho da música:
"Sim, e eu te amarei sempre, querida. E estarei ao seu lado por toda a eternidade sempre... e sei que quando morrer, você estará em meu pensamento, e eu te amarei, sempre."

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