Capítulo 25.

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Pembroke, País de Gales, alguns meses atrás.

Sempre foi o meu sonho conhecer o País de Gales, os castelos, a paisagem, a gastronomia, o clima... e principalmente pelo fato de ele não ser um lugar tão atrativo, sendo assim, estava fora de cogitação nas buscas do meu pai. Na última ligação, quando ele me ameaçou e estava com diversos processos contra mim, avisou que iria me buscar nem que fosse no inferno, disse que nem o Tyler o decepcionou tanto quanto eu o decepcionei, ele já havia me dito isso em outras ocasiões, mas dessa vez havia me alertado que a Chloe também estava em jogo, e fez questão de frisar isso enviando diversas fotos do nosso prédio, fotos dela na festa de formatura, em diversas ocasiões privadas. Se eu fosse a pessoa de alguns anos atrás, não me importaria, mas o meu instinto em relação a isso é protegê-la, e fazer isso em outro continente é difícil.

A casa estava virada de cabeça para baixo, papéis, inúmeras pastas, arquivos abertos no computador e eu não encontrava o que queria, a última carta de Tyler, o nosso último contato e o seu possível número de telefone. Eu não posso me arriscar em Nova York, mas o meu irmão que todos pensam estar morto, sim. Além do mais, ele me devia diversos favores, por eu me manter de boca fechada todos esses anos, e por lhe ajudar financeiramente quando ele enfrenta problemas no meio do mundo. Tyler estava a altura e ao nível para ser intitulado o novo dono do bar, do hotel e guarda-costas de Chloe.

Em meio a bagunça de dias, finalmente eu estava com o seu número de telefone do Tyler, estava em uma carta que ele havia me mandado ano passado, tentei ligar diversas vezes, mas estava na caixa postal, eu nem sabia se esse número ainda era dele, aliás, de quanto em quanto tempo quem se finge de morto muda de número?

Após muitas tentativas, ele me atendeu, era bom ouvir a sua voz e saber que ele estava bem, na América do Sul, ganhando dinheiro com um violão velho, ele não conseguiu abandonar por completo a carreira de músico, mas estava bem, viajando, cantando, fazendo o que amava fazer, mas agora Tyler tinha um missão importante: tomar o meu lugar, ser um empresário bem sucedido, e principalmente, cuidar da Chloe e a manter fora de perigo.

Espera, você quer que eu me arrisque por uma garota? — perguntou e deu risada.
— Não é por uma garota. É pela Chloe, pelos meus negócios, por mim!
— E o que eu ganho com isso?
— A minha vida!? Será pouco tempo, até a poeira baixar. Você tem um passaporte, eu tenho dinheiro para comprar as passagens, não vai precisar se preocupar com nada, só fingir que é dono de tudo.
— A sua vida é chata, Artur.
— Você precisa cuidar dela, entendeu?
— Eu não sou babá. Você tem dinheiro e poder para dar um fim no Aaron, por que não faz isso e vence a guerra?
— Porque eu não sou um covarde. — suspirei. — Tyler, você só vai precisar seguir os passos dela, de longe, observar, me garantir que não há nada de errado e que ela vai ficar bem. Não é nada demais, você tem que me ajudar.
— Quando você quer que eu vá?
— Amanhã, se possível. Assim que chegar, procure pelo Nuit Privée... lá vai ter um arquivo com o nome de Michael Collins, desenrola uma identidade falsa, o pessoal já estará informado, depois é só agir.
— Mais alguma coisa?
— Eu comprei uma casa para deixar as minhas coisas, você vai ficar lá, o papai jamais vai desconfiar de algo, mas independente de tudo, cuide da Chloe. Vou te repassar tudo o que precisar.
— Certo. E depois?
— Você é melhor com mentiras do que eu, vai se virar. Boa sorte.
— Espera! Eu tenho apenas que vigiar de longe? Ela não pode saber, certo?
— Ela já me deu um sermão por saber se cuidar sozinha, não quero outro. Apenas garanta que para onde ela for, ela estará segura.
— Vou fazer o possível, irmãozinho.
— O papai não pode saber que estou aqui, Tyler. Seja discreto e evite deixar pistas quando entrar em contato.
— Há anos que acham que estou morto, você acha que sou indiscreto?
— Eu confio em você.

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