Capítulo 10.

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Será se aqueles olhinhos e a história triste por trás do cara grandão a minha frente, me fazia sentir mais atração por ele? Ele foi um fofo desde que nos conhecemos, apesar da desconfiança e do leve medo, as conversas e saber um pouco mais sobre Vitor ia me dando a certeza de que ele não seria capaz de fazer isso, me seguir.

Se Will estivesse em minha mente agora, diria que eu continuo a mesma garota ingênua de 11 anos atrás, mas quem se importa? O cara me chamou para um jantar mesmo depois de eu ter dado um bolo nele para sair com o babaca do meu ex. Que tipo de pessoa faz isso? Levando em consideração que o receio de aceitar é maior, ele está falindo e eu não quero ser um gasto.

E Will diria mais uma vez que eu sou uma boba, amor não enche a barriga.

Eu tenho que parar de colocar as coisas na minha cabeça sem provas e sem certeza, vai que eu estou perdendo a chance da minha vida e atrapalhando o destino.

— Você quer que eu te leve até o trabalho? — ele se aproximou com algumas sacolas de compras nas mãos. — Vamos, eu te levo.

Continuei parada na calçada do supermercado observando o movimento da rua, sem saber se aceitava ou não a carona de Vitor, ele me fez companhia durante as compras e me ensinou como se escolhe uma boa melancia, eu não estaria abusando demais aceitando a carona?

— Chloe, vem. — ele me puxou pelo braço e caminhou de pressa até o carro. Minha Nossa Senhora da bicicletinha sem freio, um sequestro.

Não tive tempo algum para reagir, só me vi sendo arrastada pela calçada e tropeçando nos meus próprios pés enquanto tentamos acompanhar os passos dele, ele abriu a porta do carro e a minha única reação foi entrar e já planejar o meu discurso antes dele me matar.

Conselho do dia: não duvide da sua intuição.

— Você está bem? Desculpa por isso. — falou ofegante.

— Que merda, Vitor! Você vai me sequestrar? — perguntei, desesperada e ele deixou escapar um sorriso, apontou para uma lata de lixo do outro lado da rua.

— Tem alguém bem ali com uma câmera em mãos. Acho que essa é a prova da minha inocência. — ele sorriu e eu apertei os olhos para observar e realmente havia alguém atrás da lata de lixo.

Era uma pessoa usando um casaco preto, óculos escuros e de capuz, um tanto quanto clichê, pelo visto eu ainda estava no foco da câmera, ela estava bem posicionada para a direção do carro. Abri a porta e Vitor mais uma vez me puxou pelo braço.

— Fica aqui, você não sabe quem é. — me impediu e ligou o carro, estacionou do outro lado da rua, o suposto paparazzi começou a correr.

Vitor não hesitou, desceu do carro e correu atrás, coloquei a mão na cabeça envergonhada e assustada, eles sumiram no meio do parque e eu não sabia o que fazer.

— Louis, acho que encontrei o blogue anônimo. — Chloe.
— Isso é maravilhoso! Quem é ele? — Louis.
— Não sei! Estou no carro de um desconhecido enquanto ele foi atrás, acho que vou me atrasar. — Chloe.
— Isso não é uma desculpa para chegar atrasada? Você está com voz de quem estava transando. — Louis.
— Eu não estava transando *emoji*. — Chloe.
— Alguém estava tirando foto e eu suspeito que seja ele, você sabe que paparazzis estavam me seguindo, muita coincidência. — Chloe.
— Atrase o tempo que precisar, mas descubra pelo menos alguma coisa. Beijinhos e boa sorte. — Louis.

Olhei para os lados e lá vinha Vitor, como um herói no meio das ruínas e algo em mãos, o objeto preto e meio desconcertado, era uma câmera.

Você ganhou dez pontos comigo, Vitor!

— Aquele filho da puta corre para um caralho! E olha que eu já ganhei uma maratona de 10km. — ele riu ainda ofegante quando entrou no carro. — Consegui pelo menos uma câmera, quebrada, mas agora você tem uma câmera.

Meu Inesquecível Vizinho Onde histórias criam vida. Descubra agora