Capítulo 9.

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O dia exaustivo acabou comigo, principalmente por conta da aula e da possível perseguição, chegar em casa e apagar não era tão comum, mas foi o que aconteceu. E pelos meus olhos passavam a cena da mesma manhã do dia anterior, a caixa com as coisas de Artur me incomodava mais do que o barulho vindo do apartamento vizinho.

Será que se eu me mudasse para lá, eu iria atrair uma vida perfeita e múltiplos parceiros sexuais? O segredo deve ser esse, sexo casual, Hermione nunca mentiu, deve ser por isso que ela se mantém firme e confiante. Falando nisso, ela acordou bem cedo e saiu sem dar explicação alguma, não que ela me deva satisfação, mas isso também não era muito comum, minha amiga costumava me comunicar tudo.

Terminei de tomar o café e apanhei o porta-retrato que parecia me chamar, encarei aquela foto por uns minutos e mil versões de histórias sobre aquela família passava pela minha cabeça.

Uma família perfeita e um filho rebelde.
Uma família nem tão perfeita e um filho adotivo.
Uma família normal e dois filhos adotivos, cheios de mágoas.
Um casamento em crise e uma criança de um caso.

Eram teorias bobas, mas eu queria muito saber a verdadeira história atrás daquela foto, eu queria conhecer aquela família, entender os motivos de Artur, do seu pai, da sua mãe, quem era o outro menino?

[...]

— Mary, querida. — acenei e sorri, enquanto me aproximava de Mary.

— Oi, Chloe. Como você está? Está curtindo o seu novo chefe? — perguntou.

— Sim, sim. A Srª. Evans já chegou? Posso falar com ela? — arqueei uma sobrancelha e a acompanhei pelo corredor.

— Acho que não é um bom momento, Chloe. Eu posso marcar um horário, que tal? — ela sorriu de canto.

— Por favor, Mary, é urgente! — implorei e encarando aqueles grandes olhos por trás do óculos preto.

Ela me ignorou e apressou o passo pelo corredor, e eu, como insiste, continuei a andar atrás dela.

— Você quer se demitir? Alguém te assediou? Você sabe sobre algum caso de assédio? O prédio está pegando fogo? Tem um terrorista tentando explodir o prédio? — ela virou-se e me encarou. — Foi o que pensei. Então não é urgente.

— Por que está sendo tão rude? — cruzei os braços.

— Porque... — suspirou. — Chloe, ela está passando por um momento difícil e eu acho que por mais estranho que seja, sou a única amiga que ela tem, tudo vem para cima de mim. Eu te comunico se conseguir um horário para você, vai trabalhar.

Compreendi a preocupação e respeitei a privacidade dela - demorou, mas compreendi -, dei meia volta até a sala e entrei. Estava uma bagunça, todos conversando, uns trabalhando, gargalhadas, não tinha foco algum, sempre era tudo alegre, mas aquilo era um furdunço!

Me direcionei até a minha mesa, organizei a minhas coisas e tentei trabalhar no meio daquele caos, percebi Oliver se aproximar e ignorei mais uma vez a sua presença, ele puxou uma cadeira e sentou ao meu lado.

— Xô. — resmunguei, sem tirar os olhos da tela do computador.

— Acho que precisamos conversar sobre aquele dia. — insistiu.

— Não, não precisamos. Eu nem te conheço, entregamos uma matéria perfeita e você só deve falar comigo quando tivermos que trabalhar juntos novamente. — virei a minha cadeira em sua direção e olhei para aquele filho da puta.

— Sim, e nós temos que trabalhar juntos novamente, então precisamos manter a paz e para isso, temos que conversar. — eu posso pisar no pescoço dele para ele não poder gritar por socorro? — O Louis sugeriu eu te acompanhar para vê se consigo fotografar quem está tirando foto suas, pode ficar mais fácil saber quem é o dono do blogue anônimo.

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