Capítulo 19.

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Quando ele me deixou na porta do prédio não pareceu muito feliz, apesar da manhã ter sido ótima e o café da manhã ter sido preparado com tanto carinho por nós dois, eu sabia que Vitor estava me escondendo algo e ele também sabia que eu estava ciente, preferiu se calar, quem cala, consente. A despedida foi fria e sem gostinho de "quero mais", eu estava mais empolgada para chegar em casa, tomar um banho, perguntar à Hermione como foi a noite e qual seria o nome do bebê, isso com certeza seria bem mais divertido e útil.

— Amor! — olhei para trás e ele estava com o vidro do carro baixo e a mão apoiada no banco do passageiro. — Faz as malas, a nossa viagem é daqui à dois dias.

Vitor piscou e subiu o vidro do carro, forcei um sorriso e voltei a caminhar, depois do beijo sem vontade que ele deu em meu rosto antes de sair do carro, ele não merecia nem ir ao inferno comigo, Deus que me perdoe.

— Senhorita Cooper, a sua amiga estava te procurando! — o porteiro chamou a minha atenção, enquanto eu ainda encostava a porta da portaria do prédio.

— A Hermi? Ah, eu já vou subir e falo com ela. Obrigada por avisar. — abri um sorriso agradecido e comecei a subir a escada, o elevador ainda me trazia lembranças de Artur, eu também estava com raiva dele, foi desnecessário ele agir feito um louco e sumir mais uma vez.

— Não, não é a Hermione. — o porteiro riu. — A Eduarda, sua nova vizinha.

Ignorei a última frase. Minha amiga? Faça-me o favor! O que aquela rata de bueiro quer comigo? Perguntar o tamanho do pau do Artur para ela justificar mais uma vez o quanto o apartamento acende o seu fogo no cu?

Subi a escada mais rápido e na força do ódio, torcendo para encontrar a maldita na minha porta e falar umas verdades, ela ia pedir para se mudar, com toda certeza ia. Eu nunca fui boa em colocar medo e pressão nas pessoas, mas cinco anos morando com Hermione seria falta de interesse eu não aprender algumas coisas. Para a minha sorte, o corredor estava o lugar mais limpo, fui até a sua porta e bati com vontade de que ela caísse bem por cima da vadia, olhar para o número 113 só me fazia lembrar de todas as vezes que fui encher o saco de Artur e das vezes que esperamos do lado de fora enquanto ele não conseguia abrir a porta.

— Oi, pois não? — ela abriu a porta, esfregando os olhos e sonolenta.

— Você estava dormindo ou a sua transa te deu coceira no olho? — cruzei os braços e esperei uma resposta, Eduarda me olhou com cara de tacho e eu entrei em seu apartamento, joguei a bolsa no chão e a encarei. — O que você quer comigo? Eu estou bem aqui, pode dizer, tenho todo tempo do mundo!

— Você é maluca, não pode entrar na minha casa assim! Eu vou chamar a síndica do prédio. — ela colocou a cabeça para o lado de fora e olhou para os lados.

— Fala sério, vizinha. Mais maluca do que você que fala sobre os seus desejos sexuais com uma estranha? — fui até a sua direção e a puxei para dentro, fechei a porta e a encarei. — Mais maluca do que você que a todo custo quer saber sobre o Artur? Nem a síndica do prédio fez tantas perguntas sobre ele como você. O que queria comigo? Não se faz de sonsa.

— Eu... eu faço faculdade de jornalismo, só queria umas dicas. — ela parecia assustada, abriu um sorriso desesperado e tentou sair de perto.

— Como você sabe que eu sou jornalista? — arqueei uma sobrancelha e eu só queria esganá-la.

— Foi você que publicou as fotos da Ashley, não foi? Eu te acompanho, eu sou sua fã! — falou ofegante e rápido demais.

— Você não é minha fã. Você é uma estranha. O que você quer? — andei pêlo apartamento que eu conhecia bem demais cada cômodo.

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