Capítulo 29.2 [RETA FINAL].

1K 101 22
                                    

— Você só precisa me dá uma semana. — ele me encarou com aqueles olhos azuis, os brilhantes olhos azuis.

— Uma semana não vai consertar o que você fez. — suspirei e cruzei os braços, desviei o olhar para a pista e observei os carros.

— Uma semana não cura nem a dor de um coração partido, mas eu posso te provar como pode valer a pena. — ele se aproximou, mais uma vez me encarou, apoiou as mãos em meus ombros e me olhou insistente.

— Valer a pena o que, Artur? — revirei os olhos, mas continuei a observar a sua carinha de cão arrependido. — Tem alguém te esperando na sua nova mansão, eu preciso ir para casa. Então, por favor, se puder não chegar tão perto de mim...

— Por quê? — perguntou, arqueou uma da sobrancelhas e um sorriso sacana surgiu em seus lábios, ele mostrou aqueles dentes perfeitos e alinhados que me tiravam do sério quando estavam a amostra, mostrando todo o seu deboche não droga daquele sorriso. — Você ainda sente aquilo quando está perto de mim?

Eu queria fingir não saber do que ele estava falando, engoli seco e olhei para um lugar qualquer, tentando não demonstrar interesse. Mas o frio da barriga a cada toque dele, os arrepios e o fogo interno acolhedor era inevitável. Artur despertava muitas coisas em mim, coisas que eu jamais havia sentido antes e sequer sabia o que era, desejo, paixão, tesão, medo e...

— Não, eu não sinto. Acho que sou imune a você agora. — sorri e o olhei.

— É, você sempre foi difícil, resistente, mas... — sua feição mudou ao falar, mas agora ele tinha um sorriso sincero nos lábios, que não entregava segundas intenções ou ironia. Ele aproximou a mão do meu rosto e tirou a mecha de cabelo que caia sob minhas bochechas, ele com certeza agora podia botar como elas estavam vermelhas. — No final você sempre me beijava.

— Você está viajando! — dei risada, ele se aproximou mais. — Você que sempre dava um jeito de enfiar esse seu nariz enorme no meu pescoço.

— E você gostava!

— Me poupe. Eu apenas ia na onda. — cruzei os braços.

— Exceto no dia que você mesma sentou no meu colo e pediu para eu... você sabe.

— Eu não lembro desse dia. Você pode parar de jogar sujo?

— Eu nunca joguei sujo, você que nunca soube dizer "não". — ao falar, Artur aproximou a mão da minha nuca e encostou o seu nariz gelado no meu, fiz careta por alguns segundos e fechei os olhos, a temperatura entre nossas faces mudou com a sua respiração quente e lenta.

— Tem razão. Eu nunca soube.

— Então isso é um "sim"? — perguntou. — Uma semana, Chloe. E você decide se quer voltar para Nova York sozinha ou comigo.

— É um: "preciso ficar sozinha primeiro para pensar". — suspirei.

— Eu sinto a sua falta, fui estúpido, poderia ter ficado com você, mas senti medo.

— Artur Evans nunca sentiu medo. Sempre foi destemido, o típico CEO frio e calculista das fanfic's. Ele não ficou por opção e porque além disso, é egoísta. — dei risada e senti ele envolver o braço em minha cintura e, logo em cima, acomodar o seu rosto em meu ombro, o peso do seu corpo ficou em minhas mãos por um tempo.

— Odeio quando você se refere à mim na terceira pessoa, enquanto só está nós dois aqui. — falou, e emitiu um som de risada acanhado e de boca fechada. — Não sei o que você anda lendo por aí, mas Artur Evans não é esse tipo de CEO, ele é inteligente, bonitão e sexy, mas tem lá os seus defeitos e medos. Um deles é o medo de morrer e de perder a Chloe. Falando nela, você a conhece? Ela anda bem difícil ultimamente. Quando eles se conheceram, ela fazia questão em ir ao apartamento dele e plantar a semente da discórdia, agora ela só parece querer distância.

Meu Inesquecível Vizinho Onde histórias criam vida. Descubra agora