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Elizabeth Webber


Elizabeth tinha onze anos, como qualquer criança trouxa, estava ansiosa pelo fim das férias de verão, iria finalmente começar a "escola de adolescentes", como ela chamava, seus pais faziam questão de que ela fosse estudar na melhor escola do bairro, claro, ter uma mãe historiadora e um pai biólogo marinho fazia com que ela fosse muito aplicada. Era a primeira da classe a aprender a ler, a escrever e a somar, multiplicar, subtrair e dividir, mas Elizabeth, como toda criança saudável, vivia no seu próprio mundo, de dia era uma fada, à noite os seus pais contavam histórias de uma feiticeira.

Em um dia ensolarado do verão, ela havia acabado de voltar do parque, onde brincava com outras crianças, seus pais estavam na cozinha, preparando um jantar, juntos e felizes, abraçados, Liz percebeu que seu corpo estava todo ralado de tanto cair no chão, e depois de finalmente tomar um banho refrescante, colocar alguns curativos e descer para a cozinha novamente, percebeu algo embaixo de sua porta.

Uma carta, selada com cera vermelha, escrita em tinta de pena, endereçada para ela.

Ela abriu a carta, seus pais com taças de vinho na mão também vieram ler o papel endereçado para ela. Ela sorriu, seu sonho de criança não era mais um sonho, era agora a sua realidade.

Foi o que Elizabeth decidiu usar para invocar um patrono, e conseguiu, o lobo branco olhando para ela era a prova disso. Agora Thiago Fritz havia acabado de conjurar um leopardo, e por Merlin, ela não havia parado de pensar nele na última semana, e como teria que enfrentá-lo no campeonato de quadribol, ou o fato de que teria que vê-lo nas próximas semanas, algo simplesmente atraía o olhar dela para ele, e vice-versa, ela não saberia explicar o porquê.

Foi uma grande alegria para Liz ser escolhida como monitora de sua casa, e sempre tinha visto o filho de seu professor Arnaldo pelos corredores, e então, enquanto ela andava até o vagão para a reunião com os monitores no expresso para Hogwarts no começo do ano letivo, simplesmente aconteceu. Ele acabou esbarrando nela e os dois trocaram um olhar muito bizarro, ela não entendia se ele estava expressando desprezo, admiração ou medo, apenas que eles continuaram se olhando toda vez que se cruzavam, Daniel dizia que era um lance bastante estranho e incomum, e que se ela continuasse olhando as pessoas assim, ela morreria sozinha, Alex achava, nas palavras dele "bonitinho".

Ela acordou de seu transe exatamente quando um dos amigos de Thiago, Joui, terminava de conjurar seu patrono: um panda chinês, e agora o filho do seu professor Cristopher Cohen, César, estava tentando conjurar o seu. Ela percebeu que ele parecia bem nervoso, com uma certa dificuldade de concentração, mas logo o garoto conseguiu e o feixe de luz se tornou uma lontra, ele deu pulos de felicidade, e seu amigo, Arthur, foi abraçá-lo.

- O jantar no salão principal vai começar, então eu acho que vocês deveriam praticar mais sobre a conjuração de um patrono, escondidos, obviamente, e manter o olho em qualquer pessoa suspeita, não abaixem a guarda - o professor Fritz disse, e assim, a sala começou a se dispersar.

Logo, Alex colocou um braço em volta do ombro de Liz, e ela sorriu, Daniel também se juntou aos dois, e logo estavam fora da sala, andando pelos corredores na direção do salão.

- Uau Liz, não acredito que você conseguiu falar com o filho do Arnaldo, achei que você ia ficar engolindo a alma dele pra sempre - Daniel disse com o tom de voz sarcástico de sempre.

- Ah, vai se ferrar, Daniel! - Elizabeth disse, mas sua expressão não demonstrava raiva, e sim ela sentiu suas bochechas arderem quando viu que Thiago e seus amigos da Grifinória estavam por perto, e possivelmente ouviram todo o diálogo.

Liz viu Alex segurar a risada, e os amigos de Thiago faziam o mesmo, ela lançou um olhar para Daniel que significava "vou arrancar seus olhos fora", ela queria se esconder, mas para o seu alívio, em alguns segundos de constrangimento, eles chegaram no salão principal. Elizabeth procurou o rosto de Erin e Dante na multidão de alunos da Corvinal e saiu correndo ao encontro deles.

Ordem Veríssimo (Ordem Paranormal AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora