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Joui Jouki

Se havia alguém mais ansioso no mundo que Joui Jouki naquele momento, aquela pessoa já estava morta de puro nervoso.

Joui corria.

E corria tão rápido que nem o barulho dos trovões e os relâmpagos o assustavam.

Ele ansiava correr, para abafar a ansiedade e a tristeza que inundavam seu peito, que o apertava e o inundava completamente. A floresta proibida agora tinha se tornado o seu refúgio, o lugar para onde ele ia quando não queria pensar em nada nem ninguém, apenas em correr.

Liz iria matá-lo se chegasse em casa ensopado de correr na chuva, e pior, correr na Floresta Proibida. Ele decide ir para casa, de volta para o conforto.

Thiago está sentado na sala de jantar, ele parece exausto, e tem uma pequena caixa ao lado dele.

- O que é isso, Thiago?

Fritz não responde, apenas abrindo o pequena caixa preta e aveludada para revelar um anel que brilhava tanto quanto as estrelas do céu. Joui sorri.

- Você enlouqueceu?!

- Talvez eu tenha, mas já fazem dez anos, meu querido, eu não acho que temos mais tempo para esperar ou algo do tipo.

Joui carrega-se para o quarto, cansado. E agora se sentindo sozinho, ou melhor, solitário. Porque todos sabem que há uma diferença clara entre as duas: sozinho é o estado físico, é sobre estar na própria companhia e silêncio e se sentir bem, ou confortável. Mas a solidão é dolorida, ela te faz pensar que não há ninguém que irá suportá-lo, nunca, que nada vai valer a pena ser feito, é desconfortável, e mesmo que ele não esteja sozinho, e sim cercado de pessoas, é como se nenhuma delas o compreendesse.

Sim, ele tinha se sobressaído em suas reações, e pior, tinha deixado Kaiser triste e desapontado. Sete anos sem falar com seu amigo (ou mais do que isso) e Joui o havia desapontado, ele pensa que Kaiser tem um coração bom demais de acolher a pessoa que tentou matá-lo. Ele era bom demais para Joui.

O único som que Joui escuta antes de dormir é o barulho esganiçado de surpresa de Elizabeth, antes de ouvir as cadeiras se mexerem para que ela se atire nos braços de Thiago e diga, alto e claramente: "Sim! É claro que eu caso, seu babaca!" E o japonês não pode deixar de sorrir, antes de ser levado por sua consciência.

                                    ________

- Ele passou por aqui, Joui, acho que ele se importa muito com o Bruno, mas foi só eu falar de você que ele ficou todo sem jeito! - Erin testava, junto de Beatrice, mais uma de suas poções explosivas, e claro, Joui era aficcionado por elas.

- Sei lá, eu reagi muito mal com isso tudo, até o Dante veio falar comigo sobre isso, e ele nem gosta de se intrometer nesses assuntos!

- É Joui, tenho que admitir, se meu irmão veio falar com você, é porque realmente as coisas não estão fáceis pro seu lado. - Beatrice está atentamente observando cada movimento de Erin, fascinada pelas poções.

- Parece que eu nunca consigo fazer nada certo! Eu finalmente tinha beijado ele, eu tinha ele ali! Comigo! E eu fui e arruinei tudo. - Ele abaixa a cabeça.

- Você deveria ir falar com ele, só acho. - Erin sorri para ele. - Se não vocês vão ficar sempre nesse impasse infinito.

A questão é que: Joui até poderia fazer isso, mas ele é orgulhoso, e quer algum indicativo de que Kaiser se importe com ele tanto assim. Que aquele beijo não foi algo apenas do calor do momento ou um instinto carnal, ele quis estar com Joui.

Ordem Veríssimo (Ordem Paranormal AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora