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Arthur Cervero


Eram duas horas da manhã de um domingo, e Arthur ainda não conseguia dormir.

Primeiro, ele passou por um turbulento de emoções, viu Nathanael e Bruno invocarem vários dementadores para atacar seus colegas, enfrentou eles conjurando um patrono, viu Luciano e Thiago inconscientes, e ainda tiveram que lidar com toda a burocracia quando chegaram no escritório do diretor Veríssimo. Representantes do Ministério da Magia vieram até Hogwarts interrogar o grupo um por um, Thiago e Luciano foram encaminhados para a enfermaria (e a medibruxa Marcela disse que eles ficariam bem!), viu Beatrice ter uma crise de choro (talvez o nervosismo da noite tenha realmente a prejudicado) e os pais dos meninos foram chamados até a diretoria, Arthur pode ouvir o choro das mães vindo de dentro da sala.

Segundo, Dante havia o beijado.

E pior, ele havia beijado de volta.

Ele não fazia ideia, por que Dante tinha feito aquilo? Então ele tinha interesse em Arthur? Por que diabos ele beijou de volta? E, por Merlin, por que havia sido tão bom?

Quando Erin chegou, o clima havia ficado estranho, por mais que a garota não percebesse, mas Dante não conseguia fitar Arthur nos olhos, ele iria tentar falar com o loiro, precisava saber o que ele sentia. Ele não podia negar que achava Dante um rapaz bonito, seus cabelos longos e loiros, seus olhos azuis e infinitos como o mar, seu rosto, tudo fazia dele uma pessoa atraente.

Arthur foi pego pelo sono sem nem perceber.

Acordado pelos pingos de chuva que batiam em sua janela, e os trovões que deixavam a gata Jennifer assustada, Arthur se levantou, e o primeiro plano para o seu dia envolvia ir visitar a enfermaria, e assim o fez. Andando pelo corredor, viu vários professores indo de um lado para o outro, alguns funcionários do Ministério, os pais de Bruno e Nathanael chorando desoladamente e até mesmo alguns repórteres do O Profeta Diário, Arthur sentiu seu corpo estremecer à medida que se aproximava da enfermaria.

Quando Marcela o viu entrar pela porta, logo esboçou um largo sorriso:

- Eles vão acordar até amanhã, foi apenas uma pancada forte! Agora tome cuidado e não faça barulhos altos.

- Entendido! - Cervero sussurrou.

Com os passos mais lentos possíveis, Arthur foi lentamente se aproximando das duas camas, colocadas lado a lado, separadas por uma cortina, logo percebeu que Fernando, com as olheiras fundas, se encontrava ao lado de Luciano, chorando.

- Fernando, tá tudo bem? Ele vai ficar bem, fica calmo - Fernando levantou-se para abraçá-lo.

- Eu não consegui dormir Arthur, fiquei a noite toda aqui, eu não vou embora daqui sem ele, não vou - ele soluçava.

- A Marcela disse que até amanhã ele vai acordar, calma, vai dar tudo certo.

- Você não entende, Arthur, não vai entender - ele se afastou, enterrando o rosto nas mãos.

- Calma, Fernando, do que você tá falando? - Arthur franziu o cenho.

- Eu amo o Luciano, Arthur, você não tá entendendo? Eu me sinto mal por isso, parece errado, parece estranho, mas eu só quero ficar com ele, e se algo acontecer com ele eu vou me arrepender pelo resto da minha vida mesmo que ele não sinta o mesmo.

O coração de Arthur deu um salto, Fernando estava com a voz embargada, desesperada, ele apenas disse:

- Eu não sei o que dizer, Fernando, mas ele deve gostar de você também.

- Não, Arthur, é tudo muito platônico, o Luciano... ele nunca ia gostar de mim.

- Fernando? - Arthur se virou, e Luciano estava com os olhos entreabertos, sua voz parecia cansada, mas ele sorriu ligeiramente, como se seu olhar brilhasse.

Ordem Veríssimo (Ordem Paranormal AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora