14- Encurralados

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"Quando cercar um inimigo, deixe uma saída para ele, caso contrário ele lutará até a morte" - Sun Tzu 

Eliza Armstrong:

Minhas noites de sono vinham diminuindo cada vez mais , na realidade, desde que cheguei em Nova York, foram raras as noites de sono inteiras que tive. Eram exatas duas horas da manhã de segunda feira, ao chegar em meu apartamento, a primeira notificação que recebi foram dos dois detetives avisando para encontrá-los na "sede da Justiceira" — apelido criado especialmente por Damon.

Ao chegar no local, deparei-me com uma estranha empolgação do detetive loiro já que aparentemente, Anthony teria conseguido quebrar a crepitação, e agora, podíamos ver livremente o que Arthur estava guardando.

— Como conseguiu quebrar a crepitação? — Dylan perguntou, ao loiro sentado diante do notebook.

— Anos de experiência com computadores, inclusive, o exército americano costuma me chamar para fazer isso com muita frequência, è claro que sob juramento de sigilo! — acrescentou ele.

Anthony clicou duas vezes sobre uma pasta de arquivos salva no pen drive, que ao ser aberta, expôs na tela uma série de plantas de projetos minimamente calculados. A princípio, surgiu uma espécie de figuras estranhas que pareciam completar uma a outra, quase como em um quebra cabeça.

— Modelos de bombas diferentes com capacidades destrutivas diferentes! — expliquei, apontando para a tela.

Anthony clicou em uma segunda pasta — cujo nome era uma sequência numérica imprecisa — ao abri-la, uma mapa da cidade de Nova York surgiu, onde havia pontos específicos do distrito de Nova York que estavam marcados em vermelho.

Na região de Manhattan, havia um ponto vermelho sobre a construção do Wall Street — sede da bolsa de valores de Nova York, o maior símbolo econômico da cidade. No Central Park— o mais famoso parque localizado no centro de Nova York. Mais uma marcação na sede da ONU — Organização das Nações Unidas.

Todas as marcações eram de locais importantes de NY, alguns dos símbolos mais importantes dos Estados Unidos, e no fundo, todos naquela sala já haviam entendido o que Arthur pretendia fazer.

— Ele vai explodir tudo! — Dylan concluiu, antes que eu pudesse falar.

Todos presentes naquele lugar, se entreolharam, porém, a atenção de todos foi para Anthony, que encarava atentamente a tela do computador, os olhos arregalados, as mãos fechadas em punho e trêmulas, o sangue parecia ter se esvaído de seu rosto, deixando sua pele mais pálida. Era como se ele estivesse em um estado de choque.

— Isso me parece mais uma versão mais evoluída do ataque de 11 de Setembro! — disse Damon.

O ataque de 11 de Setembro certamente foi um dos maiores atentados terroristas da história dos EUA, e isso não me deixava mais calma, principalmente após saber das ligações exteriores encontradas no telefone descartável de Arthur.

Aquilo certamente me parecia muito semelhante com os planos de alguns conhecidos na Arábia Saudita, mas eu certamente não iria falar nada antes do tempo, prefiro continuar achando que são apenas ideias lunáticas de um lunático genocida.

— Anthony? — o chamei, acordando-o de seu transe de surpresa — Acha que vai conseguir mentir para ele, quando o ver?

Ele apenas me encarou, dando um leve assentir de cabeça para mim em resposta, e em forma de conforto, dei um leve aperto em seu ombro.

— Parte de mentir, é encarar a pessoa bem nos olhos enquanto fala — sugerir a ele — Demonstra confiança e certeza do que está falando!

Novamente a única resposta que consegui foi um assentir em resposta, ele estava praticamente paralisado com o que descobria. Era difícil descobrir que convivia com um louco psicopata dentro da sua casa, principalmente quando esse louco psicopata era o seu pai.

A Justiceira {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora