"O fracasso quebra as almas pequenas e engrandece as grande, assim como o vento apaga a vela e atiça o fogo da floresta" - Benjamin Franklim
Música da mídia: Darkside - Neoni
Eliza Armstrong:
O som dos bastões de luta se tocando um no outro eram mesclados aos suspiros cansados de Anthony eram os únicos barulhos na sala. Era a terceira vez na semana que treinávamos juntos, e por mais dedicado que ele fosse, Anthony nunca conseguiu sequer me derrubar.
Nos últimos dias estávamos focados em descobrir qual era a arma mais adequada para ele utilizar — tarefa essa que estava tornando-se cada vez mais difícil. Já havíamos tentado praticamente metade das armas brancas e de fogo existentes. Adagas, calibres, e agora até mesmo bastões, mas aparentemente, nenhuma delas era adequada para ele.
— Eliza ... — Anthony chamou minha atenção para um ponto em específico — Acho que ainda não é esse!
Olhei para a arma, que agora encontrava-se partido em dois nas mãos dele, que me olhava com um tom um tanto quanto cômico.
— Lá se vai mais um! — falei, caminhando em direção à ele para pegar o que sobrou do bastão, e jogando-o sobre a mesa.
Nos últimos dias, eu estava fingindo o máximo que podia que estava irritada durante os treinos, para tentar afastar da minha mente todas as memórias. Vez ou outra, eu me via presa dentro de alguma das palavras que ele me falava naquele período.
Te falta ódio — ele dizia, enquanto me assistia segurar uma arma diante uma mulher de trinta anos que foi encontrada no local errado na hora errada. E eu a matei.
Desleixada — ele gritava, quando eu deixava a adaga cair aos pés de um de seus soldados que eram tirados de seus postos para me treinar. Um tempo depois, em outro cenário, em outro momento, eu o matei.
Pare de chorar, o guerreiro não chora — ele me ordenava, enquanto um barra de ferro quente golpeava minha costela, tatuando uma marca eterna em minha pele.
Foram tantos episódios que eu passaria um dia inteiro apenas para listar, talvez mais. O mais intrigante, era que mesmo com todo o tempo, eu ainda lembrava cada momento atordoante naquele país.
Confesso que em alguns momentos eu até gostava das missões que ele me dava, e isso era o que mais me enlouquece hoje. Isso só prova que ele conseguiu o que mais queria, uma cópia aprimorada de si mesmo.
— Eliza, tá tudo bem? — a voz de Anthony me acordou dos meus devaneios, puxando-me de volta para a realidade.
— É claro que está! — me virei para ele, notando sua feição preocupada.
— Se quiser conversar, estou à disposição — ele falou, de maneira tão leve — Estou te ajudando a prender o meu pai, não dá para ficar mais próximo do que isso!
Conversar, eu nunca tinha falado sobre isso com ninguém, nem mesmo com a HARPIA, todos só sabiam o básico sobre mim. Sabiam que eu tinha sido criada e treinada da Arábia Saudita, que minha mãe traiu a própria nação para ficar ao lado de um louco homicida, era tudo. Eles também sabiam sobre meu histórico de sangue, e acreditam veementemente que tudo que fiz foi por escolha e isso contribuiu para o título de Víbora Negra.
A serpente com o veneno mais mortal, para a mulher mais letal da terra — foi isso que James me falou logo quando os boatos sobre sua nova agente assassina se espalharam. Em sua cabeça, aquilo provavelmente era um elogio, para mim era apenas mais uma dos nomes que ele.
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A Justiceira {CONCLUÍDA}
ActionEliza Armstrong uma agente que serve à uma organização secreta é enviada para a cidade de Nova York com uma única missão: quebrar o grande sistema de corrupção, latrocínio e lavagem de dinheiro que está se formando dentro de uma das maiores empresas...