22- Reféns

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"Toda vez que você se encontra do lado da maioria, é hora de parar para refletir" - Mark Twain 

Eliza Armstrong:

A adrenalina corria tão rápido em meu sangue quanto os pneus da moto corriam pelas ruas movimentadas de Nova York. Era difícil se concentrar enquanto minha mente se encontrava a mil por hora, porém, estou dando o meu melhor para o fazer.

Nesse momento, a equipe justiceira — como Damon costuma se referir — estava dividida em áreas diferentes da cidade. Damon recuperou seu distintivo e optou por evacuar o Central Park — não sabíamos o que ele planejava fazer a princípio, mas não iríamos arriscar a vida de milhares de pessoas.

Anthony correu para Wall Street — sede da bolsa de valores dos Estados Unidos — ele vestiu um terno que encontrou no armário do pai na cobertura em que estávamos. Apenas para garantir, Dylan estava há não muitos metros de distância do local, servindo como os olhos e ouvidos de Anthony caso a coisa saísse do controle.

Pelo menos, eu espero que ele esteja fazendo isso. Ele deixou claro sua insatisfação ao ficar com a tarefa de babá de Anthony, que também não ficou muito feliz com isso.

Enquanto isso, Hilary estava a caminho da sede da ONU, mas diferente de nós, ela iria tentar uma estratégia diferente. Iria tentar entrar em contato com as forças do FBI, rezando para conseguir o apoio para combater o que estava por vir.

Em meio a tudo isso, eu me encontrava a caminho das Indústrias Lombardi. Eu sabia que ele estaria lá, assim como ele sabia que eu iria atrás dele. Meu pai não era estúpido, ele sabia o momento certo de mostrar a cara, assim como me conhecia e conhecia meus instintos melhor do que eu mesma.

Haveria um momento em que eu teria que escolher entre deixar a justiça dos EUA agir, ou eu mesma decidir qual seria o destino final dele. Por tantos anos imaginei qual seria a sensação de me livrar completamente dele e de sua sombra ao meu encalço, e saber que esse momento estava tão próximo me deixava um tanto quanto ansiosa.

Eles não conseguiriam prendê-lo, não há celas suficientemente fortes ou seguras para mantê-lo preso, e ele iria escapar. Apenas eu poderia condená-lo para sempre, mas para isso, eu teria que me condenar primeiro, ser como ele uma última vez.

Isso provavelmente tiraria a minha paz completamente e para o resto da minha vida. Afinal, quem mata o próprio pai?. Mas não importa, eu o farei, o farei tranquilamente. Posso viver com o peso da minha mente conturbada e perdida, mas não posso viver em um mundo condenado com a presença dele.

Eu estava na entrada das Indústrias Lombardi, havia um fluxo descontrolado de pessoas, seguranças, empresários, jornalistas, todos estavam na porta da empresa entrando e saindo.

Eu usava uma calça escura que se destacava no tecido branco da blusa branca que era coberta por uma jaqueta de material sintético. O óculos escuros é colocado propositalmente em meu rosto para auxiliar na missão de passar despercebida.

Elizabeth Rushman já não era bem vinda neste prédio, então eu tive que cometer o pequeno delito de roubar o cartão de acesso de uma das empresárias dos local, enquanto passava pelo o canto das paredes em meio àquele tumulto.

Porém, para a minha surpresa, as travas das portas haviam sido trocadas, e agora no lugar de um cartão de acesso, a passagem era cedida através do reconhecimento facial, e para isso, eu teria que retirar o óculos de sombra de meu rosto, o que certamente não era uma opção.

— Precisa de ajuda, senhora? — perguntou uma secretária de recepção, ao me ouvir praguejar após tentar novamente o acesso com o cartão.

— Não, não é necessário! — falei, sem virar muito o rosto para encará-la!

A Justiceira {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora