ABBY HAWLEY
Tem alguém espancando a minha porta, merda é uma péssima hora. Pulando pelo quarto desesperada atrás do meu sapato que magicamente sumiu enquanto tento calçar o outro vou saltitando até a porta para tentar lidar com quem quer que seja.
Meu cronograma estaria perfeito se o empresário extremamente idiota e infelizmente muito competente da banda, Big G, não tivesse ligado pela madrugada para resolver um problema de agenda do grupo agora que Ethan está saindo de Lua de Mel pelas próximas duas semanas e o novo álbum está em processo de produção, devemos começar os avisos ao público e a elaboração da campanha publicitária.
É por essas e outras que odeio George ou Big G ou Grande Pau no Cu, ele e seus horários estranhos para falar sobre trabalho porque ele acha que o mundo gira ao seu redor e as pessoas precisam adequar seus horários ao de Vossa Alteza. Somando a longe reunião da madrugada com o cansaço dos últimos dias ajudando Maggie na organização desse casamento secreto - e acredite em mim, tudo de secreto que os famosos fazem exige o triplo de trabalho - estou acabada e necessitando me afogar em uma banheira de cafeína. Em contrapartida, eu já sabia que teria horários estranhos quando aceitei o emprego e o salário é bom demais para ser verdade.
-Que caralho. - Resmungo tentando abotoar os últimos botões da camisa e não exibir meu sutiã para o mundo. Irritada, bato minha perna e o único salto que eu estava calçando sai voando pelo quarto. Eu estou uma bagunça.
Abri a porta irritada, pronta para descontar minha falta de sono, estresse em excesso e minha irritação em quem quer eu esteja ali, mas para aumentar a minha infelicidade Vincent Albert Hutton estava parado na porta com a mão erguida para mais uma batida.
-Puta merda! - Seus olhos cinzentos dobram de tamanho e para me deixar ainda mais irritada com a beleza desse espécime, o espanto o deixa ainda mais bonito. Maldito Hutton.
-Eu sei, eu estou atrasada. - Resmungo voltando para dentro, deixando a porta aberta para que ele feche e vá embora fingindo que nada aconteceu ou simplesmente faça alguma coisa com sua vida. Em LA, quando me atraso, são quinze minutos no máximo e consigo chegar pontualmente ao trabalho, mas uma hora inteira? É irresponsabilidade demais para mim.
-Caralho, o seu cabelo. - Sua voz é quase deslumbrada enquanto Vince me segue para dentro do quarto e estou indo ao resgate do salto que chutei para algum lugar.
-O que tem a por... O que tem meu cabelo? - A névoa de ira se dissipa da minha frente e só então percebo o meu estado, ainda não consegui fazer meu coque e minha cara está limpa de maquiagem. Não parece em nada com a mulher madura e séria que tento mostrar no trabalho.
-É longo. - Seu espanto quase me faz rir, mas então lembro o estado caótico do meu cronograma e toda a graça se esvai.
-Todos estão tomando café? Alguém precisa de alguma coisa específica? - O terror começa a crescer em meu peito quando penso no caos que pode estar. A banda, os Hutton e todos os seus agregados podem gerar um caos enorme sem muito esforço - Aconteceu alguma coisa?
-Fui enviado para verificar que você estava bem, você ainda não apareceu ditando ordens hoje e todos estão perfeitamente bem no restaurante tomando o café da manhã.
-Nenhum problema? - Pergunto desconfiada e contente por ter encontrado o par perdido do salto. Como ele se perdeu é um mistério para mim.
-Nenhum. Por que usa sempre seu cabelo preso?
-O coque é profissional.
-Você tem um cabelo lindo, gosto dele solto.
-Muito engraçado. - Forço uma risada, feliz por estar de pé em cima dos dois saltos - Estarei lá em baixo em cinco minutos e pedirei desculpas pelo atraso, eu...
-Abby, relaxa. - Vince abre aquele sorriso lateral de badboy e reúno tudo de mim para apenas seguir para o banheiro e tentar domar esse cabelo com o homem em questão me seguindo - Eu já disse que você está aqui como convidada, relaxe um pouco.
-Estou fazendo o meu trabalho, Vincent. É por isso que preciso de cinco minutos para estar apresentável e encontrá-los lá em baixo no restaurante.
-Mas você está ótima.
-Não estou profissional. - Pego minha escova de cabelo e o encaro pelo espelho.
-Você não precisa estar profissional usando um coque, boneca. - O idiota cruza os braços e casualmente se encosta no batente da porta, não apenas ocupando toda a passagem como também exibindo suas inúmeras tatuagens nos braços - Você está linda.
Esse homem é um gostoso. O que? Não, eu quis dizer grosso. Eu certamente quis dizer que esse homem é um grosso.
-Espera, o que?
-Você está linda assim. Não menti quando disse que gosto do seu cabelo solto.
-Não é profissional.
-Talvez não no parâmetro das forças armadas, mas os caras que pagam seu salário são cobertos de tatuagens, usam piercings e brincos, acha mesmo que nos importamos se você está usando um terninho ou prendendo seu cabelo em um coque todo santo dia?
-Bom, vocês podem não ligar, mas há toda uma equipe por trás e uma vestimenta adequada é necessária.
-Lexy não usa terninhos.
-Lexy é a garota do Jake, ela pode fazer o que quiser. Eu me sinto mais competente dessa forma, por que é tão difícil?
-Por que, com todo o respeito, eu jurava que você estava na casa dos trinta. Agora já não tenho tanta certeza. Quantos anos você tem?
-Vinte e cinco, quase vinte e seis e é justamente esse o objetivo das roupas, preciso parecer madura e responsável.
Não vou permitir que as pessoas duvidem da minha capacidade, não de novo e não quando me dediquei por tantos anos para conseguir um currículo impecável para o mercado de trabalho. Foda-se que algumas pessoas não gostam de mim e foda-se que não sou o exemplo mais bonito de beleza feminina, mas ninguém pode de chamar de burra. Passei anos trabalhando para ter o cérebro brilhante. Não, não sou burra muito menos incompetente.
-Tanto faz, o cabelo é seu de qualquer maneira, você decide o que fazer com ele. - Vince se desencosta do batente, dando-me uma piscadela antes de dar meia volta - Nos vemos lá em baixo.
-Não, não, não! O voo sai em duas horas, preciso que estejam todos prontos para o aeroporto.
-Você não sabe nada sobre relaxar, não é?
-Sei como soletrar essa palavra.
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O Guitarrista - A5 livro 4
Roman d'amourObra de minha autoria, ou seja, DIREITOS AUTORAIS. É sempre bom lembrar que plágio é CRIME! Que clichês são maravilhoso, essa banda já nos provou, mas e o clássico amor ou ódio? Abby Hawley viu todos os integrantes da banda A5 terem seus corações co...