🦋5🦋

13K 2.3K 1.3K
                                    

O caos estava feito.

Espero que o franguinho consiga correr rápido o suficiente.

Segui em direção a cafeteria que faço alguns estágios de vez em quando, sempre que preciso de paz eu não encontro aqui, mas finjo que sim.

— Bom dia querida! — bati na bunda da minha melhor amiga Yeri indo em direção ao quartinho para me trocar.

— Você é gay mesmo ou tem fetiche na minha bunda? — Yeri perguntou, me fitando.

— Eu tenho um fetiche com a sua bundinha magrela, quero arrancar e joga no riacho mais próximo — segui para o meu lugar no caixa — Bom dia vovó Luísa, como vai? E a saúde? — olhei para senhorinha de idade que se aproximava do balcão.

— Olá borboletinha da vovó, estou bem meu neto, só com o disco meio ruim, mas o médico falou que vai ficar tudo bem. — a senhorinha respondeu com seu sorriso fofo e gentil.

Ahh! eu amo essa mulher. Ela me apelidou de borboletinha desde o dia em que me viu usando um broche com a bandeira LGBT+ estampada.

"Uau, eu amo borboletas coloridas, eu nunca conheci alguém que gostasse de borboletas a ponto de usar uma na jaqueta do casaco" foi o que ela me disse. A partir daí ela sempre se refere a mim como borboletinha da vovó.

— O que a senhora vai querer hoje vovó? — perguntei sorrindo, olhando para a vitrine de doces.

— Eu quero aquele bolinho de canela que a vovó adora, lambi até os dedos na última vez que eu o comi — ela fechou os olhos, provavelmente lembrando do bolo de canela. — Duas fatias generosas, ele não me engorda nadinha.

— Percebi, a senhora está maravilhosa, linda como sempre — a elogio, vendo o sorriso dela crescer ainda mais — Duas fatias do bolinho de canela preferido da vovó saindo! — sorri digitando o seu pedido.

— No capricho meu neto. — apontou o dedinho enrugadinho em minha direção e relembrou desse detalhe.

Apontei em sua direção, tocando o seu dedo indicador com o meu dedo gordinho.

— No capricho. — fui em direção ao balcão de doces pegando as fatias de bolo e ouço o som do sininho tocar, por impulso olhei para a porta que havia revelado um belo rapaz adentrando a cafeteria.

— Aqui vovó, tenha um bom dia. — me curvei levemente em sua direção.

— Até mais borboletinha da vovó — colocou suas duas mãos uma em cada lado do meu rosto e beijou a minha testa, em seguida apertou as minhas bochechas gordinhas — Vovó aperta mesmo. — soltou as minhas bochechas pegando a sacolinha de papel com suas fatias de bolo.

Nos despedimos e voltei minha atenção para o homem que tinha acabado de chegar.

— Bom dia senhor, o que gostaria de pedir hoje? — falei correndo para trás do balcão.

— Alguma sugestão do que eu possa pedir? — olhou no fundo da minha alma antes de continuar com uma nova pergunta — Você encara todos os clientes bonitos assim? — perguntou estalando o dedo na frente do meu rosto.

— Desculpe, meus divertidamente travaram por uns minutos. Que tal um leite de amêndoas com chocolate, chantilly e uma pitada de canela? — perguntei desviando o olhar para a enorme janela de vidro ao lado da porta de entrada.

— Ótimo, quero esse mesmo, para viagem, por favor — ele falou se apoiando no balcão, me olhando fixamente — Você é gay?

Sorri virando em sua direção.

— Olha, se for pela encarada que eu te dei sem querer me perdoe, perdão mesmo, e sim, eu sou, algo contra? — perguntei já preparando um texto na minha mente caso ele solte alguma piadinha homofóbica.

— Eu gosto de ser encarado. Desconfiei, um gay conhece outro de longe, o meu gaydar quase me deixou surdo quando olhei pra você — admitiu me fazendo rir — Assumido? Com qual idade saiu do armário? Eu chutaria uns 13. — perguntou pegando a sua bebida recém preparada.

— Assumido. Sai do armário com 14 anos — sussurrei a última parte, lembrando da cena da minha mãe correndo atrás de mim com uma vassoura e gritando pela casa que ia arrumar um dos filhos dos amigos dela pra ajudar na minha "fase", foi vergonhoso.

— Droga, por um número, parece que estou sem sorte hoje. Obrigado pela bebida jimin, estava ótima — sorriu jogando o copo vazio no lixo e virou em minha direção novamente — A propósito, meu nome é Kim Taehyung, mas pode me chamar de Tae — saiu em direção a porta me lançando um sorriso de canto.

— Filho da mãe gato do caralho. — sussurrei olhando o mesmo de afastar.








Voltei, quase quatro da manhã, céus.
Deixem a estrelinha e comentem seus palpites sobre os próximos capítulos. bjo 💜

Twitte- @nin4_maria

Obs: o tae sabe o nome do jimin por conta de um crachá no uniforme da cafeteria.

A APOSTA  || Jikook Onde histórias criam vida. Descubra agora