Capitulo 21

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Amo

A cerimônia foi mais rápida do que o esperado, não que eu tenha prestado muita atenção, só conseguia olhar para ela, Greta está completamente linda em seu vestido vermelho. A vi se emocionar com a cerimônia, mas ela disfarçou bem. Tentei me esgueirar para ir até ela diversas vezes, mas meu pai não saia da minha cola, ele não queria estar aqui, nenhum de nós, o clima era tenso, parecia que se um guardanapo caísse no chão, balas voariam.

Nevio e Aurora vão até a pista de dança, diferentemente do casamento de minha irmã, dessa vez, ele vai por livre e espontânea vontade, pelo menos é o que parece, assim arrancando suspiros de todas as moças ao nosso redor, creio que talvez pela forma que minha prima o olhe, a promessa de um casamento feliz em nosso mundo, é bem utópica, mas Nevio nunca deixou dúvidas sobre sua escolha, mas para os demais havia a grande dúvida do "porque", homens como nós não são conhecidos por amar, mas é claro, como em tudo, há excessões, Nevio Falcone é uma, mesmo que não pareça. A família de Greta sempre será uma grande interrogação para mim, até mesmo meu pai teme o temperamento de Remo Falcone, temperamento esse que ele passou para seu filho, isso certamente já me foi demonstrado, ele possivelmente é um homem tão descontrolado quanto seu pai, não foi segredo para ninguém o que ele fez a seus próprios soldados, apenas pela mísera dúvida de sua lealdade, nem um pingo de desconfiança foi tolerado, talvez essa trégua deva permanecer por tempo indeterminado, mesmo que na minha opinião ela tenha durado mais do que o esperado. Meu pai conta que Remo diminuiu sua loucura depois que seus filhos nasceram, mas não consigo imaginar o homem a minha frente temendo por seus filhos, embora Greta sempre fale dele com carinho, por Deus, o homem sequestrou, e coagiu a atual esposa a ficar com ele, ela até mesmo se virou contra sua família por ele, sempre houve boates de que Remo fodia o psicológico daqueles que possuía a sua volta, a coitada foi apenas mais uma vítima, não que ela pareça uma, me pergunto se Greta sabe sobre isso, a história é realmente absurda.

— Tudo bem, querido? — Minha mãe me tira de meus pensamentos.

— Sim, claro — Vejo Greta atravessar o jardim indo em direção a mansão — Vou ao banheiro — Meu pai se levanta — Você vai me acompanhar ao banheiro? Estou com cara de quem precisa de ajuda?

— Amo — Meu pai rosna.

— Oh, por favor, preciso mijar, me dê um pouco de espaço — Vou na direção que Greta seguiu, ela para abruptamente, a puxo para um canto, seguro em sua boca para que não grite — Shiu, eles vão te escutar — Ela realiza ao ouvir minha voz, a levo até uma parede, e a encosto, a beijo com extremo desejo, ela retribui.

— Deus, Amo, você me assustou.

— Era a única maneira de ficarmos juntos — Beijo seu pescoço — Nossa, senti tanto sua falta, quando voltará?

— Logo — Ela diz entre nossos beijos.

— Te quero tanto — Ela geme — Vamos para o hotel comigo, vou viajar em algumas horas, mas podemos ficar um pouco juntos.

— Não sei, eles podem notar minha ausência.

— Vão achar que você foi descansar, ou para casa de uma amiga, em? — Ela assente e a beijo — Vamos sair daqui — Andamos até o portão, o carro que viemos está estacionado, o pego e deixo um recado para meu pai, não vejo o que ele respondeu, mas posso imaginar...

Dirijo até o hotel, o caminho é silencioso, seguro a mão de Greta, ela as observa atentamente.

Logo entramos no meu quarto de hotel.

— Nossa, olha a vista... — Suas palavras morrem quando a beijo, nos perdemos um no outro.

Greta

Acordo com Amo colado nas minhas costas, alcanço meu celular e vejo que é tarde.

— Tudo bem? — A voz de Amo me assusta.

— Oh, sim, está tarde, melhor eu ir.

— Fique.

— Que horas você vai?

— De manhã, posso te levar antes de ir.

— Certo — Deito ao lado dele, ele afaga meu cabelo, mas permanece em silêncio — Tudo bem?

— O que?

— Você está calado demais.

— Estou pensando.

— Posso ver.

— Quando você falará para sua família?

— Logo.

— Você sempre diz isso, quero saber quando, de verdade, Greta, toda minha família sabe, e você tem medo de contar a sua.

— Você não sabe como meu pai é.

— Posso imaginar, mas não justifica.

— Não quero brigar, Amo, respeite meu tempo — Ele assente a contragosto. Amo continua afagando meu cabelo até que adormeço.

Acordo com a luz do sol no meu rosto, viro e não encontro Amo, enrolo o lençol ao meu redor e vou até o banheiro, nada dele, meu celular começa a tocar, a ligação cai antes que eu atenda, vejo que há diversas ligações dos meus primos, irmão e Aurora, minha amiga me liga novamente, a atendo.

LIGAÇÃO ON

Eu: O que houve, Rora, vocês estão bem?

Rora🌹: Greta, por Deus, estou te ligando como louca.

Eu: O que houve?

Rora🌹: Amo acabou de passar pela porta da frente, ele, Nevio e seu pai estão dentro do escritório agora, ele queria conversar com seu pai — Ela sussurra.

Eu: Ele o que?

Rora🌹: Sim, você precisa vir para cá, seu pai vai matá-lo, não sei se Nevio vai conseguir impedi-lo, onde você está, Massimo vai buscá-la.

Eu: No Bellagio.

Rora🌹: Massimo acabou de sair, desça, ele chegará em breve.

Eu: Não deixe que o matem.

Rora🌹: Não depende de mim, Gre

LIGAÇÃO OFF

Me visto e logo saio, quando estou aguardando o elevador, escuto chamarem por mim, me viro e vejo Luca Vitiello vindo até mim.

— Onde ele está?

— Quem? — Gaguejo.

— O irresponsável do meu filho, sabemos de quem estamos falando.

— Senhor Vitiello, olha...

— Greta, por favor, Luca, estamos acima disso.

— Certo, bom, eu vou resolver isso, prometo.

— O que você está falando?

— Ele...Bom...

— Me diga que ele está lá embaixo e não na sua casa.

— Eu não tinha ideia que ele ia fazer isso, pedi para que ele esperasse.

— Merda — Ele pressiona o botão do elevador com força e a porta se abre.

— Não, se você for, meu pai vai matar a você e ao Amo, você não tem como lutar com eles, sabe disso, você tem filhos Luca, uma esposa, se você morrer, eles estarão em perigo, me deixe resolver, se você for eles não agirão bem, estou implorando.

— Você tem uma hora — Ele diz por fim. Entro no elevador e a porta se fecha. Chegando a recepção a atravesso o mais rápido possível e logo estou fora, vejo o carro de Massimo e entro no banco ao seu lado.

— Greta...

— Não diga nada, só dirige.

— Certo.

Amo & GretaOnde histórias criam vida. Descubra agora