Capítulo 1

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Greta

— Uma moto? — Pergunto a Amo quando chegamos a rua.

— Sim, algum problema?

— Posso pegar um táxi e nós nos vemos lá.

— O que? Claro que não, Greta, como vou te proteger se eu não estiver com você?

— Não gosto de motos.

— Já andou em uma?

— Não, mas...

— Se nunca andou não pode dizer que não gosta, eu não vou te deixar cair — Ele me olha como se enxergasse minha alma — Nunca irei deixar que algo a machuque.

— Essa é uma promessa bem seria.

— E pretendo cumprir — Ele me puxa e sento na garupa — Você precisa me abraçar.

— Como?

— Para não cair.

— Ah sim, claro, eu sei — Iniciamos nosso caminho até minha escola, logo chegamos. Ao chegarmos, Amo desliga a moto, eu desço e ele olha para mim, o jeito que ele me encara me deixa tímida — Está tudo bem? — Ele sorri e diz:

— Seu cabelo está uma bagunça.

— Bom considerando o vento, suponho que seja normal — Falo passando os dedos pelas mechas.

— Sim, eu gosto dele assim.

— Gosta quando pareço uma louca descabelada? — Ele ri, mas seu sorriso morre ao som de seu celular, ele lê algo e depois volta sua atenção para mim.

— Vá, estarei aqui te esperando.

— Pode fazer outras coisas, não precisa ficar plantado aqui, posso voltar de táxi, é bem perto — Ele bufa.

— Como você é teimosa, Greta, fui designado para te proteger, agora vá, antes que se atrase.

— Certo — Falo indo em direção minha aula.

Depois de um dia extremamente extraordinário, saio da minha última aula, estou absolutamente acabada, meu cabelo está em um coque desgrenhado e não quis perder tempo trocando de roupa ou tomando banho, só queria ir para casa. Saio do prédio e vejo Amo, logo irá escurecer, realmente não pensei que ele ficaria aqui esse tempo todo.

— Você não ficou realmente aqui o dia todo, certo?

— Como eu havia dito, fui designado para isso — Ele fala me entregando o capacete.

— Você deve me odiar profundamente...

— Por quê?

— Por perder os próximos meses de sua vida bancando a babá.

— Pensei que seriam quatro anos.

— Você realmente acha que seu pai te deixará nesse castigo pelos próximos quatro anos?

— Você não conhece meu pai, se for para provar um ponto, sim, ele fará.

— Sinto por você — Subo e digo — Desculpa estou suada — Ele ri e assente. O caminho até meu apartamento parece interminável, quando chegamos, agradeço mentalmente as forças superiores.

— Pronto, entregue.

— Obrigada — Digo descendo.

— Amanhã no mesmo horário?

— Sim — Falo me virando.

— Greta.

— Sim?

Amo & GretaOnde histórias criam vida. Descubra agora