Talibã 🤬
Fui pro alto do morro, me sentei e fiquei jogando umas pedras, pensando na vida.
Só desgraça, cria!
Quando eu fico com a mente vazia, eu lembro de tudo. E principalmente, daquela filha da puta.
Ela faz falta, faz falta ficar com ela. Ficar agarrado com ela, fumando minha maconha e apertando aquela bunda dela.
Comecei a surtar e uma vontade de ir onde ela. Mas eu não vou. Não vou! A maluca quer tirar minha cria.
Escutei passos e me virei rápido, vendo a garota feia que tinha me dado noite passada.
Talibã : Qual foi, cria? - Cocei a cabeça, sem paciência.
Mirele : Calma aí. - Sentou do meu lado. - Só quero te dizer que eu não contei nada pra ninguém. - Me olhou. - Meu pai não pode ficar sabendo.
Talibã : Teu pai é meu cria. Foi um erro do caralho o que a gente fez. - Ela assentiu. - Não espalha mais nada, papo pa tu. - Falei calmo. - Agora vai embora! Quando eu te chamar, tu aparece.
Ela levantou e beijou minha cabeça.
Maluca!
Espero ela se distanciar mais e saio pra boca.
Vou caminhando até lá e vejo o Teteu com a boca inchada.
Talibã : Qual é? Um beijo desse jeito? Foi violento. - Gastei e o Ls riu.
Teteu : O filha da puta do teu filho fez isso comigo, porra. - Eu ri, acendendo o cigarro.
Talibã : Problema de vocês. - Soltei a fumaça. - Só não quero ninguém se matando na minha quebra. - Deixa ninguém entrar aqui não. Quero só minha paz! - Ls assentiu.
Fiquei na salinha, sentei e puxei a gaveta que tinha minhas paradas.
Fiquei fumando meu cigarro e contando as paradas da boca.
Vi drogas, carregamentos, armas, propina. Tudo isso dá dinheiro, mané.
Tenho minha aliança com os faixas, mas nada na favela é de graça.
Tudo tem seu preço, ta ligado?
Fico de cabeça baixa, quando vejo a porta se abrir e a Clara entrar feito um furacão.
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Talibã. | Part. 2 (CONCLUÍDO)
Jugendliteratur+16 | Ela me diz que faz cinema, minha vida é um filme. Nóis dois é combinação que vale Oscar.