Capítulo 43

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Clara 🌷

Eu fiquei ali, naquele quarto.. esperando notícias dele. Eu tive? Só da morte. Eu esperava ver ele chegando, todo soado, cansado.. mas com um sorriso no rosto e falando : "Quem esses pau no cu acham que são? É o Talibã, porra!"

Foi como se tudo tivesse acabado pra mim ali. Meu coração se despedaçou, comecei a chorar e gritar. Agarrei o Guxta, com força, pedindo para que tudo fosse mentira.

Guxta : Não é mentira, mãe. Eu também queria que fosse. - Eu vi uma lágrima caindo do olho dele, que enxugou o mesmo.

Clara : Cadê o corpo? Eu quero ver! - Me levantei.

Guxta : Índio já foi enterrar. - Chorei mais ainda. - Eu matei ele, eu matei o Benny. Eu acabei com isso, meu pai foi esperto, ele sempre foi! - Segurou meu rosto. - Ele fez isso por nós! - Chorei mais. - Ele te ama! - Me abraçou.

Eu permaneci ali, abraçada com ele.

Vi a Fernanda chegando do trabalho dela, que quando recebeu a notícia, começou a chorar também.

Ela me abraçou, e nós duas servimos de consolo.

Fui pra fora, e vi o Cobra.

Abracei ele, apesar de tá todo machucado e sujo de sangue.

Cobra : Desculpa, Clarinha.. Foi culpa minha. - Falou com a voz meio rouca.

Clara : Não foi! Ninguém tem culpa. - Ele beijou minha cabeça, passando a mão na mesma.

Cobra : Ele ia ficar bravo, se visse nós dois abraçados. - Eu ri, mas ainda chorando.

Clara : Hoje ele tava tão carinhoso, me tratou com todo amor. Me falou muita coisa bonita! Eu poderia ter abraçado ele mais, poderia ter dito que amava ele mais vezes. A gente poderia ter ficado mais juntos. Se não fosse nossas desavenças, eu teria mais chance. - Chorei.

Cobra : Não fala essas paradas! - Me abraçou forte. - Quando ele tava pra Minas, perguntava por ti, queria saber se tu tava bem.

Clara : Eu fui muito idiota, ele também foi. Mas eu quero o Felipe de volta, quero o meu Talibã de volta. - Bati no peito dele, que segurou minhas mãos.

Cobra : Porra, presta a atenção.. tu vai ter todo apoio! A gente tá aqui por tu!

Eu fiquei com ele, e depois fui pro quarto dele.

Peguei a camisa dele, me deitei na cama, segurando a mesma e deixei a dor e a saudade invadir meu coração.

Lembrei de todos nossos momentos, e eu chorava mais.

Talibã. | Part. 2 (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora