Capítulo 7.

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Estacionei meu carro e o vi parar atrás de mim. O lugar era muito agradável, a decoração era rústica, toda em madeira, com garrafas de bebidas antigas. No fundo, uma dupla de voz e violão fazia a trilha sonora. O local não estava muito cheio; mas pudera, hoje era quarta-feira.

Um garçom educado no guiou até uma mesa e nos entregou o cardápio. Fizemos o pedido das nossas bebidas, e de alguns petiscos para acompanhar.

- O que está achando da empresa? – Ele puxa assunto, visivelmente envergonhado. Sorrio.

- Eu estou amando! – Respondo sincera. – Fui muito bem recebida, e me senti à vontade lá dentro. Além de amar o que eu faço. – Ele concorda com a cabeça.

- Isso é bom. Todos gostaram muito de você, também. E tudo que você fez foi impecável até o momento.

- Que continue sendo assim, né?! – Ele concorda, e nossos pedidos são colocados na nossa mesa. Agradecemos quando o garçom se retira.

- Você trabalhava aonde antes de vir para cá?

- Eu estava na CNS. Trabalhei lá por alguns anos, até que tive a oportunidade eu vir para cá. E não pensei duas vezes em aceitar. – Respondo e ele sorri.

- CNS é uma ótima empresa, e muito concorrida. – Concordo.

- Quando eu ainda estava na faculdade, conheci uma pessoa que trabalhava lá. Depois de quase dois anos que me formei, essa pessoa entrou em contato comigo e me disse que tinha sido promovida e tinha um cargo de chefia. Existia uma vaga na área dela, e ela me convidou para participar do processo seletivo. Foi assim que eu consegui entrar lá.

- Em qual universidade você estudou? – Ele come algumas batatinhas.

- Na UCLA.

- Você é de Los Angeles, então? – Nego.

- Sou de San Francisco. Me mudei para Los Angeles por conta da faculdade. E depois vim para San Diego. Mas viajava muito para as outras filiais da CNS, então foi um período que pouco fiquei aqui. – Ele concorda com a cabeça.

- Isso é interessante. E devemos agradecer à CNS por ter colocado você no nosso radar, já que agora temos você na equipe. – Sorrio, sem graça. Nem de longe sou essa profissional que ele está dizendo. – Por que você está me olhando assim? – Ele perguntou enquanto tomava um gole da sua cerveja, me pegando no flagra enquanto olhava para ele feito boba. Sorrio sem graça.

- Como você foi parar na empresa? Quer dizer, eu sei que a empresa é do seu pai e que faz todo o sentido você estar lá dentro. Mas, gosto de imaginar como isso aconteceu e como você chegou aonde está hoje. – Ele sorriu largo e é a minha vez de comer algumas batatinhas e ouvir ele falar.

- Eu sempre fui fascinado pelo trabalho do meu pai. Ele sempre fez tudo com muito amor, muita luta, muita garra. Ele sempre foi apaixonado pelo que fazia, e isso me encantava. – Ele sorriu ainda mais. – Desde pequeno, quando dava, ele me levava para "trabalhar com ele".

- E eu aposto que você tocava o terror! – Brinquei e ele riu.

- Eu era um menino comportado, na maioria das vezes, pelo menos. – Ri. – E me apaixonei por aquele lugar, pelo ambiente corporativo, sabia que era isso que eu queria para mim. Eu queria seguir os passos do meu pai. Mas não para agradar ele, ou porque ele exigia isso. Mas porque eu gostava, sabe? – Concordei com a cabeça. – Eu falei isso pra ele, e ele ficou muito feliz, claro. Mas disse que não iria me dar nada. Eu teria que batalhar para conquistar o que eu queria.

- Sr. Clarkson realmente é uma pessoa muito sábia! – Ele ri junto comigo.

- Com 17 anos eu comecei a trabalhar na empresa. Eu era um simples estagiário, e nem era do meu pai. – Ri. Jamais imaginaria isso. – Quando eu entrei na faculdade, mudei de área. Fui trabalhar com o pessoal da área do Atendimento ao Cliente. Eu era apaixonado pelo que fazia. Eu tinha um relacionamento direto com os clientes. Nós tínhamos que ir atrás deles, e convencê-los a usar nossos serviços.

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