Capítulo 21.

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Sr. Clarkson me chamou para uma conversa sobre alguns clientes antigos da Zimmerman Tec., com foco em uma empresa de produtos de pele localizada em New York. Eles pediram uma reunião e ele disse que gostaria que eu estivesse presente. E eu disse que iria.

Mas o arrependimento bateu quando descobri que Luke o representaria. Por um segundo, pensei em inventar alguma desculpa para não ir nessa viagem e não ter que ficar com Luke. Desde a nossa briga na semana passada, não nos falamos mais e eu mal o vi. Mas, isso seria extremamente antiético e uma grande falta de profissionalismo da minha parte.

Lucy combinou com ele que nos encontraríamos no aeroporto meia hora antes do nosso voo. Quando cheguei, ele apenas me cumprimentou com um "oi" seco, e eu fiz a mesma coisa.

As cinco horas de voo foram horríveis, em um clima e silêncio extremamente constrangedores. Agradeci mentalmente quando chegamos ao hotel que ficaríamos hospedados e eu fui o mais rápido possível para o meu quarto.

Acordo cedo no dia seguinte, e me arrumo para os nossos compromissos do dia. Passaríamos o dia em reunião com os donos da empresa para ver todos os ajustes que deveriam ser feitos nos produtos deles.

Luke sai do seu quarto ao mesmo tempo em que eu saio do meu, e seguimos para o café, ainda em silêncio. Um taxista simpático nos levou até a empresa, e iniciamos nossas reuniões do dia.

Já era tarde quando acabamos de resolver tudo e pudemos voltar para o hotel. Eu me mexia desconfortavelmente no banco do carro, incomodada com clima ruim entre Luke e eu. Mas não seria eu quem iria dar o primeiro passo. Afinal, quem deu o chilique foi ele.

- Você está com fome? Quer comer alguma coisa? – Pela primeira vez no dia ele dirige a palavra para mim, sobre alguma coisa que não seja trabalho.

- Eu prefiro ir para o hotel, e pedir serviço de quarto. – Ele concorda com a cabeça e volta a se concentrar no seu celular.

No hotel, quanto estou prestes a abrir a porta do meu quarto, meu corpo é prensado na parede do corredor. Os lábios de Luke encontram os meus num beijo agitado e urgente.

- Eu não aguento mais esse clima estranho, e nem ficar mais sem falar com você. – Ele diz ofegante, com a testa colada na minha. – Por favor, vamos conversar.

Olho para ele por alguns segundos antes de abrir a porta do quarto e entrar, sendo seguida por ele. Ele fechou a porta quanto entrou e eu tirei os saltos que já estavam me matando.

- Pode falar. – Digo por fim e o encaro.

- Me desculpa! – Ele pede com voz sincera. – Eu fui um idiota estúpido naquele dia e agi totalmente motivado pela raiva que eu estava sentindo. Eu fiquei com ciúmes de você com o Leonardo. – Ele confessa e eu acho graça.

- Isso eu já tinha percebido. Mas, sinceramente, não precisava de tudo aquilo. Você não precisava ter falado aquelas coisas, muito menos daquela forma.

- Eu sei, eu sei disso. Mas eu não consegui controlar. Foi mais forte que eu, eu fiquei incomodado. – Ele gesticula com as mãos, agitado. – Ah, Alice! Isso tudo, essa situação, nós... – Ele para de falar e eu começo a ficar agitada.

- Nós...? – Incentivo que ele continue e ele olha no fundo dos meus olhos.

- Olha, eu sei que você pediu para a gente não assumir nada, explicou suas razões e eu concordei. Mas isso já faz cinco meses, Alice. Isso não te incomoda nenhum pouco? Eu não aguento mais isso. Eu tenho você ao mesmo tempo em que eu não tenho. Parece que você vai perceber logo que é demais para mim, ou escontrar alguém melhor, e vai embora. Sinto que posso te perder a qualquer segundo, e isso me deixa louco.

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