Asterin tinha nascido com um karma, mas ela supunha que toda fêmea illyriana tinha nascido com ele. Para ela, não era nada diferente.
Asterin deveria estar acostumada com o machismo, a maldade e as agressões, mas a verdade é que aquilo apenas alimen...
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Asterin tinha passado o dia anterior todo irritada com Samantha. Não concordava, nem mesmo por um segundo, com as palavras de sua irmã. E a achava uma completa tola por pensar tal coisa.
Se Asterin fosse a errada naquilo tudo, que fosse. Ainda assim, ela continuaria lutando pelo que achava ser o certo. Mesmo que tivesse que entregar o próprio coração por aquela causa.
Ela tinha acabado de sair de casa quando se deparou com Rhysand. Ele estava sorrindo para ela, mas o sorriso vacilou quando sentiu a irritação de Asterin.
-O que aconteceu?- ele perguntou e ela resmungou, nervosa. Não queria falar sobre e reviver tudo aquilo, mas podia mostrar a ele.
Então, quando Rhys fez uma carícia suave em seus escudos mentais, Asterin permitiu que ele visse tudo. E nem mesmo Rhysand conseguiu esconder a própria irritação.
-Ela foi babaca.- ele concluiu e Asterin suspirou, caminhando ao lado dele.
-Eu sei.
Ambos ficaram em silêncio por um longo tempo, mas não importava. Apenas de ter a companhia de Rhys, ter alguém naquele momento, já era o bastante para Asterin.
-Sei de algo que pode te animar.- ele disse e Asterin se virou para ele e arqueou a sobrancelha. -Mas precisa me prometer que nunca vai revelar a ninguém o que vou te mostrar.
Asterin franziu o cenho, mas concordou com a cabeça. Rhys apenas segurou a mão de Asterin, fazendo todos os pelos do braço dela se arrepiarem e o estômago se revirar, um pedido silencioso para que ela deixasse que ele os levasse. Ela apenas assentiu novamente, e, então, Rhys os atravessou.
No segundo seguinte, estavam dentro de uma bela casa. Asterin franziu o cenho, analisando o lugar. Transmitia tanta paz e harmonia, tão diferente da própria casa de Asterin.
-Me trouxe pra sua casa?- ela perguntou torcendo o nariz e Rhys deu uma risada suave.
-Sim, mas o objetivo não é te mostrar minha casa. Mas sim a cidade fora dela.
Asterin piscou, confusa. Não deveria ele, como Herdeiro, morar no belo palácio do Grão Senhor que ficava acima da Cidade Escavada?
Mas ela não teve muito tempo de perguntar quando Rhys abriu a porta, e, segurando a mão de Asterin, a puxou para fora.
E ela ficou completamente sem ar quando viu aquele lugar. Quando viu as crianças correndo pela rua, rindo e se divertindo, como se não houvesse nenhuma preocupação. Não jogadas em um ringue para lutarem ou forçadas a aprederem a cuidar de uma casa e serem uma boa esposa, mas brincando.
E os adultos andavam pela rua, sorrindo uns para os outros e se comprimentando como se todos ali fossem uma grande e unida e feliz família. E além disso...
A cidade era linda; não havia uma única parte que era desagradável aos olhos. Asterin deu alguns passos para frente, a boca aberta de choque e deslumbre. Aquele lugar era magnífico, e ela jamais tinha ouvido falar da existência de um lugar como aquele.
