E Me Pergunta Isso Porque Se Já Sabe?

1.1K 191 61
                                    

Asterin se sentia tonta, a asa doendo tanto que a illyriana a estava arrastando no chão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Asterin se sentia tonta, a asa doendo tanto que a illyriana a estava arrastando no chão. Feyre tinha feito um curativo e dado seu sangue a Asterin, mas não havia sido o suficiente.

Eles estavam ofegantes e a cabeça de Asterin pulsava, seu estômago se revirando pela dor do corte. Feyre e Lucien não pareciam muito melhores. Lucien atravessava de maneira tão trêmula quanto Feyre, até que pararam entre as colinas esverdeadas e Lucien se abaixou, mãos apoiadas nos joelhos.

-Ela se... foi. - Ele disse, ofegando por ar. -Minha magia... nem uma faísca. Eles devem ter drogado todos nós hoje.

Feyre fez uma careta. Asterin sabia bem, tinham atirado aquela droga no rosto dela, e tinha agido rápido como uma flecha envenenada.

Asterin apenas olhou para o sol, agora um palmo acima do horizonte, as sombras já grossas e pesadas entre as colinas. Ela estava zonza pela perda de sangue, então deixou que Feyre se encarregasse de tira-los daquele inferno. Feyre deu um passo na direção norte, lentamente. Lucien agarrou o  braço dela.

-Você vai usar uma porta?

Feyre levantou os olhos na direção dele.

-Sim.

As carvernas (portas, como as chamavam) eram aquelas cavidades que levavam para outras partes de Prythian. E agora Feyre usaria uma para irem para casa. Ou o mais próximo possível, já que não existiam portas para a Corte Noturna, nem ali, nem em lugar nenhum.

-O portal para a Corte Outonal é naquela direção. - aviso e censura. Será que Eris ajudaria Asterin se ela aparecesse lá, sangrando? Claro que sim. Bem, se Beron não soubesse. Se ele estivesse sozinho. Mas ela não podia arriscar, não junto daqueles dois. E tampouco podia arriscar Eris também. Não; tinham que manter as máscaras deles.

-Eu não posso entrar na Estival. Eles vão me matar à primeira vista.

Silêncio. Lucien soltou o braço de Feyre.

-A única outra porta aqui leva até Sob a Montanha. Nós fechamos todas as outras entradas. Se nós formos até lá, poderíamos acabar presos ou teríamos que voltar.

-Então vamos para a Outonal. E de lá... - As palavras de Feyre morreram antes que terminasse. Mas tanto Asterin quanto Lucien captaram de qualquer forma o que ela queria dizer: casa. Que a Corte Norturna era sua casa. E só então Lucien pareceu perceber o que a Corte Noturna era de verdade para Feyre.

Lucien parecia querer dizer algo, mas apenas balançou a cabeça. Asterin entendia que aquilo era muita coisa pra ele. Não o julgava.

-A Corte Outonal será tão perigosa quanto a Estival. - ele avisou. Ah, sim. Asterin tinha bastante noção disso. Então, Lucien olhou ela. -Mas você sabe disso, não sabe?

-Claro que eu sei. - ela disse, os braços cruzados. -E me pergunta isso porque se já sabe?

-Eu só preciso de algum lugar para me esconder, para passar despercebida até... - Feyre começou, sem perceber as faíscas entre Lucien e Asterin.

-Eu conheço um lugar. - Lucien disse, andando na direção da caverna que os levaria até a casa dele. Ou o inferno pessoal dele, que diferença fazia, afinal? Também era o inferno pessoal de Asterin; ela tinha péssimas lembranças daquela Corte.

Eles se apressaram, tão rápidos e silenciosos quanto sombras. A caverna para a Corte Outonal não tinha proteção. Lucien olhou para Feyre por sobre o ombro como se perguntasse se ela também tinha sido a responsável pela ausência dos guardas ali. Ela apenas assentiu outra vez. Garota esperta e brilhante, pensou Asterin. Feyre tinha conseguido, afnal. Tinha tido sua vingança, tinha o feito por si mesma e por Asterin.

Lucien parou diante das trevas rodopiantes na boca da caverna, a escuridão como um verme prestes a engolir eles por completo. Um músculo se moveu no maxilar dele.

-Fique, se você quiser. O que está feito, está feito. - Feyre disse.

Tem coisas que você ainda não sabe, Lucien. Asterin queria dizer, mas apenas desviou o olhar do macho.

E Hybern estava a caminho, já estava lá. Feyre e Asterin tinham debatido por semanas: se seria melhor reclamar a Corte Primaveril para eles, ou deixá-la para os seus inimigos. Mas ela não poderia permanecer neutra, uma barreira entre as forças no Norte e os humanos no Sul.

Teria sido fácil chamar Rhys e Cassian, esse último trazendo uma legião illyriana para reclamar o território quando ele estivesse mais vulnerável depois das manobras de Feyre.

Mas ainda assim teriam reivindicado um território com cinco cortes entre eles. Simpatia pela Corte Primaveril poderia fazê-las hesitar; outras poderiam juntar Hybern contra eles,
considerar a conquista uma prova de maldade. Mas se a Corte Primaveril caísse nas mãos de Hybern... Eles poderiam recrutar as outras cortes. Atacar como um pelo Norte, atraindo Hybern para mais perto.

-Você estava certa. - Lucien declarou por fim. -Aquela garota que eu conhecia realmente morreu Sob a Montanha.

Asterin não tinha nem certeza se aquilo era um elogio ou um insulto. Mas Lucien parecia bastante assombrado, e ela imaginava que aquele macho já tinha e estava passando por merda o suficiente. Ela até tinha certa empatia por ele, de alguma forma; talvez ela tivesse contribuído para um dos traumas dele, tendo em vista que Lucien viu ela e Eris jogando um corpo numa cova quando tinha apenas dez anos.

O que estão fazendo? Ele tinha perguntado. Asterin achou que ia vomitar, mas Eris apenas olhou para o irmão mais novo com aquela máscara de frieza e superioridade.

Não deveria estar aqui. Não é lugar para crianças mimadas. Eris tinha dito. E não é óbvio o que estamos fazendo? Estamos plantando flores.

Flores. Claro. Isso se as sementes haviam sido os restos de um macho escroto.

-Pelo menos podemos concordar nisso.- Feyre disse com dureza e caminhou para o frio e a escuridão que os esperava.

Lucien vinha logo atrás de Asterin conforme passavam sob o arco de pedra bruta esculpida, as lâminas brilhando no escuro conforme deixavam para trás o calor e o verde da primavera eterna.

E à distância, tão fraco que Asterin podia ter imaginado, o rugido de uma fera abria o caminho entre as terras.

E à distância, tão fraco que Asterin podia ter imaginado, o rugido de uma fera abria o caminho entre as terras

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Tá aí só um pedaço da história KKKK

Lucien vendo Asterin e Eris enterrarem um morto: 👁👄👁
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana

Data: 16/07/21

(I Don't Believe In) Fate • ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora