Eu Nasci Para Brilhar, Vivi

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A câmara onde se encontravam tinham cadeiras de carvalho com almofadas  que haviam sido arranjadas em um círculo maciço no coração da sala, apenas o suficiente para todos os Senhores e seus comandantes

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A câmara onde se encontravam tinham cadeiras de carvalho com almofadas  que haviam sido arranjadas em um círculo maciço no coração da sala, apenas o suficiente para todos os Senhores e seus comandantes. Algumas cadeiras, Asterin percebeu,  tinham sido moldadas para acomodar asas. Bem, fazia sentido, afinal. Asterin pode ver, ao lado do Grão Senhor da Corte Crepúscular, o macho alado com penas de pássaro. Peregrino; e também o capitão e amante do Grão Senhor.  De fato, o belo macho estava um pouco mais perto de seu Grão Senhor, uma mão na fina espada ao seu lado. 

Asterin ainda podia ouvir uma das histórias contadas por Rhys ecoando por sua mente. Do como Amarantha havia se deleitado em arrancar as penas deles, uma por uma. Rhys tinha dito que Amarantha havia arrancado penas de uma asa inteira de um deles uma vez. Aquilo fazia o estômago de Asterin se revirar. 

Asterin não estremeceu e nem pareceu minimamente abalada enquanto entravam no local, pisando no chão de mármore polido, a pedra aquecida com o sol fluindo pelos arcos abertos. Os outros olharam para eles, alguns murmurando ao ver as asas de Rhys, mas a atenção de Asterin estava na verdadeira jóia da câmara: a piscina de reflexão.

Ao invés de uma mesa ocupando o espaço entre o círculo de cadeiras, uma rasa piscina de reflexão circular foi esculpida no próprio chão. Sua água escura estava carregada de lírios-de-água-de-rosa e dourados, as pétalas largas e planas como a mão de um macho, e debaixo deles peixes de abóbora e marfim nadavam preguiçosamente.

Asterin continuou analisando o lugar; toda aquela comida posta, esperando por eles. Comida que ela, certamente, não colocaria na boca. Apesar de estarem ali em paz, Asterin não era nem um pouco tola. Cinco séculos de experiência a haviam mostrado que não podia confiar completamente em absolutamente ninguém, nem mesmo em sua própria sombra.

Depois das mesas, estavam os três Grão Senhores, muito bem vestidos. Asterin conhecia cada um deles; mesmo que séculos tivessem se passado, eles continuavam os mesmos, afinal. 

Thesan deslizou  para a frente, seus sapatos bordados, requintados, silenciosos no chão. Sua túnica era apertada em seu peito esbelto, mas as calças flutuantes sussurravam com o movimento quando ele se aproximava. Sua pele e cabelos castanhos eram beijadoscom ouro, como se o nascer do sol os tivesse banhado, mas os seus olhos arregalados, o rico marrom de campos recém-cultivados, eram o seu mais bonito traço. Ele parou a poucos metros de distância, tomando Rhys e Asterin, sua comitiva. As asas que Rhys mantinha dobradas atrás dele.

-Bem-vindos. -  Thesan disse, sua voz tão profunda e rica como aqueles olhos. Seu amante acompanhou cada respiração de alguns metros atrás, sem dúvidas percebendo os companheiros deles fazendo o mesmo atrás. -Ou já  que você chamou esta reunião, talvez deveria estar fazendo o acolhimento?

Um sorriso fraco flutuou pelo rosto  de Rhys, as sombras se entrelaçando entre as mechas de seu cabelo. Ele afrouxou o amortecedor em seu poder - apenas um pouco. Todos eles tinham.

(I Don't Believe In) Fate • ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora