Asterin tinha nascido com um karma, mas ela supunha que toda fêmea illyriana tinha nascido com ele. Para ela, não era nada diferente.
Asterin deveria estar acostumada com o machismo, a maldade e as agressões, mas a verdade é que aquilo apenas alimen...
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Asterin estava toda dolorida e andar era difícil. Seus ossos tinham começado a se curar de forma errônea, o que era um problema, mas caso ela precisasse, quebraria eles de novo para coloca-los da forma correta. De qualquer forma, não é como se a fêmea illyriana nunca tivesse tido que fazer isso.
Quando acordou depois de ter apanhado até apagar, Asterin ainda estava no mesmo lugar. Ninguém sequer tinha a tocado, a ajudado. Se ela não tivesse acordado, provavelmente teria congelado até morrer. E, no fim das contas, aquela não teria sido uma boa opção?
-Samantha, vá até a loja e a abra.- a tia delas ordenou, sem sequer tirar os olhos do que fazia para olhar a jovem illyriana. Asterin teve que conter a vontade de rosnar.
Sam apenas olhou para Asterin, um pedido silencioso para que ela mantesse a calma e não se envolvesse em mais problemas. Asterin não dava a mínima, mas ficou quieta pelo bem de Samantha. Ela faria tudo pela irmã, afinal.
Mas odiava a tia e odiava ainda mais o próprio pai. A única família que lhe havia restado eram os dois. Asterin mal podia esperar pelo dia em que descobriria como abrir o cofre do pai para passar a mão em seu dinheiro e desaparecer pelo mundo com Samantha.
Talvez elas fossem para Corte Estival e nunca mais teriam que se preocupar com illyrianos de merda e serem ameaçadas todo dia. Ou talvez fossem para Corte Diurna onde Asterin poderia finalmente conquistar seu sonho de adquirir mais e mais conhecimento. Poderia finalmente estudar em paz e sem ser julgada, xingada e socada por querer fazê-lo.
-Titia, temos um cliente.- Samantha disse, a voz tensa. Asterin se levantou tão rápido de onde estava que suas pernas, que ainda estavam se curando, falharam e ela quase foi de boca no chão. Mas conseguiu se segurar e se arrastar até a frente da loja de vestes illyrianas que eles tinham.
Três machos realmente bonitos estavam parados ali na frente e qualquer um que vivia naquela cidade os conhecia ou já tinha ouvido falar deles.
O que trazia um sorriso arrogante no rosto e tinha cabelos compridos e muitos músculos eram Cassian. Ele não temia nada e nem ninguém e, para a grande felicidade de Asterin, tinha socado praticamente todos os illyrianos que ela conhecia, inclusive o próprio pai de Asterin quando ele quase matou a mãe dela após uma surra.
O que quase se fundia nas sombras e não parecia nem um pouco contente de estar ali era Azriel, o Encantador de Sombras. Eram óbvio para qualquer um o desprezo de Azriel pelos illyrianos, apesar de ser um, e Asterin não o julgava; ela também os odiava, odiava cada um deles e, se pudesse, colocaria fogo em toda Illyria.
O do meio Asterin não tinha visto antes em sua vida, mas todos o conheciam, todos tinham ouvido falar no nome dele, ainda mais depois de tudo o que aquele macho tinha feito na guerra contra Hybern. Era o filho mais velho do Grão Senhor, Rhysand. Ele tinha um sorriso de gato no rosto e olhos violetas que brilhavam como as estrelas. O cabelo negro estava bagunçado e de qualquer jeito, mas aquilo ainda assim o mantinha bonito.
Mas os sorrisos daqueles dois machos pareceram vacilar quando viram Asterin e até mesmo as sombras do Mestre Espião pareceram se encolher diante da imagem dela. Até mesmo Azriel arregalou levemente os olhos antes de voltar a aquela máscara se frieza que todos conheciam.
-Ande, menina.- a tia dela sibilou, empurrando Asterin para o lado. Ela teve que conter a careta de dor quando se chocou contra a parede dura e os pontos doloridos se incendiaram novamente. -Oh, meu senhor.
A fêmea illyriana fez uma reverência a Rhysand, mas fez questão de ignorar a presença de Cassian e Azriel. Rhysand não pareceu muito satisfeito com isso, mas apenas cruzou os braços e deu a ela um sorriso sarcástico.
-Nossa encomenda. Viemos busca-la.- o macho meio illyriano anunciou e a tia de Asterin assentiu antes de se virar para ela.
-Vá lá embaixo buscar.- ela ordenou. Asterin cruzou os braços.
-Não irei.- ela disse.
Todos ficaram em total silêncio, quase como se sequer fossem capaz de respirar vendo tal ousadia e petulância. Asterin realmente se divertiu vendo as narinas da tia se inflarem de raiva.
-Sabe quem este macho é? O filho do nosso Grão Senhor. Então pare com está arrogância e vá buscar o que te mandei.- a tia dela disse tentando manter a calma enquanto trincava os dentes com força.
-Não estou nem ai.- Asterin disse. -Vá buscar você mesma se quer tanto assim.
-Asterin.- Samantha disse baixinho, mas Asterin sequer ousou olha-la. Permaneceu encarando a tia, sabendo que ela a estava amaldiçoado internamente.
Asterin, Asterin, não a provoque. Ela está tendo pensamentos de como acabar com você pela humilhação.
Aquela voz suave ecoou até a illyriana e ela sentiu a brisa beijar sua bochecha, como um alerta. Asterin cruzou os braços e deu um singelo sorriso a sua tia, ignorando completamente o sorriso de aprovação de Cassian, o cenho franzido de Azriel e o olhar curioso do filho de seu Grão Senhor.
-Não me provoque, mocinha.- sua tia rosnou. -Foi uma ordem.
-E eu disse que não estou nem aí.
Asterin não teve tempo de se mover antes de sua tia avançar contra ela. E esteva esperando pelo tapa no rosto quando a viu levantar a mão, mas esse tapa não veio.
Ela sequer tinha notado, mas o meio illyriano tinha atravessado a loja até elas e segurado gentilmente o pulso da tia de Asterin antes que fosse de encontro com a face da fêmea. Ela viu a tia empalidecer e ficar branca como uma folha de papel.
-Não a toque. - ele disse quase como um ronronar. -Tenho certeza que ela já apanhou o suficiente por séculos.
-Com todo o respeito, meu senhor, ela merece.
-Isso não cabe a você decidir. - Rhysand retrucou com um sorriso cruel. -E vá buscar o que pedi, por gentileza. Antes que eu me canse.
Com as pernas tremendo, a tia dela se virou e desapareceu nos fundos da loja, indo buscar a tal encomenda do meio illyriano.
Asterin o olhou feio, o fuzilando com seus olhos penetrantes. Rhysand deu um sorriso divertido para ela.
-Gosta de se meter em encrencas?- ele perguntou com um ronronar. Asterin sorriu com crueldade para ele.
-Quer descobrir?
Mas ele apenas riu e se afastou e não demorou muito até aqueles três machos partirem novamente. Ainda assim, por algum motivo, Asterin desejou que eles tivessem ficado. Ou que, ao menos, a tivessem livrado daquele pesadelo.
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Boa tarde meu povo! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Bom, como eu tinha dito, a fanfic se passa uns anos depois da guerra contra Hybern, na época que o Rhys ainda não era Grão Senhor e afins
Qualquer dúvida deixem aqui que eu respondo!
Espero que estejam gostando! Vejo vocês no próximo capítulo! ~Ana
