Não Quero Que Ninguém Saiba

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As semanas tinham sido corridas para Asterin, o que não deixou a ela muito tempo para pensar em seus problemas pessoais

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As semanas tinham sido corridas para Asterin, o que não deixou a ela muito tempo para pensar em seus problemas pessoais. Principalmente depois que Rhys e Feyre tinham sido atacados por soldados de Hybern. Rhys tinha sido atingido por flechas de freixo envenenadas nas asas e quando ela soube daquilo, Asterin sentiu tanta raiva que podia ter destruído a montanha gelada que ficava há alguns quilometros da capital de Nilfheim.

Mas agora Asterin estava parada, debruçada sobre a mesa e encarando o papel na sua frente fazia uma hora, a caneta depositada em suas mãos. Ela não fazia a menor ideia de como iniciar aquela carta maldita, e ainda que soubesse, que garantias ela tinha que chegaria a salvo até as mãos do destinatário? E quem poderia garantir que não fosse parar nas mãos erradas?

Claro que ela poderia pedir a Aleyenor que usasse sua magia para entregar aquela carta diretamente a pessoa, mas Asterin não queria ter que lidar com os olhares curiosos da bruxa e as perguntas silenciosas de Aleyenor. No fim das contas, o melhor era deixar aquilo de lado.

Eu não tenho interesse em fazer disso algo longo, mas acha que pode me encontrar? Sei que fazem cem anos que não nos vemos, mas preciso falar com você. Era o que ela deveria ter escrito e enviado, sem enrolação.

Desde que virá Lucien, Asterin soubera que deveria lidar com alguns problemas. Sabia que teria que resolver algumas pendências, principalmente agora que tinha voltado a Prythian.

Porque quando partiu, há quinhentos anos, Asterin não encontrou imediatamente o reino que agora governava. E muita coisa aconteceu no meio do caminho, nem todas boas. E muitas que ela não se orgulhava, assim como muita coisa que ela preferia não se lembrar.

Batidas na porta a fizeram amassar o papel e largar a caneta na mesa enquanto se levantava para abrir. Como esperado, ali estava sua tia, a olhando com preocupação.

Asterin deu um suspiro e abriu mais a porta do quarto para que a fêmea passasse. Marie não disse nada antes de fazê-lo, se sentando na mesa que Asterin estivera segundos antes.

-Qual o problema?- ela perguntou, antes mesmo que Asterin pudesse dizer algo. -Achei que você e Rhysand tivessem se resolvido, mas você anda estranha.

Claro que a tia dela notaria e tentaria a todo custo entender o que estava acontecendo. Não a daria paz enquanto não o fizesse.

Asterin fechou os olhos com força, massageando a tempora enquanto se aproximava da mesa e se sentava diante de sua tia. A illyriana olhou nos olhos negros de Marie e então suspirou.

-Rhys e eu estamos bem, tia. O problema não é esse.- ela murmurou, brincando com a caneta pousada na mesa. Marie torceu o nariz, colocando a mão sobre a de Asterin para que parasse com aquilo.

-Então, qual é?- ela insistiu. Asterin deu um suspiro, apoiando os cotovelos na mesa e colocando o rosto entre as mãos. -Sua preocupação chega a ser palpável, Asterin, está me deixando preocupada.

-Não quero que ninguém saiba.- ela disse, baixinho. Marie a olhou confusa.

-Saiba o que, querida?- ela perguntou calmamente, acariciando com carinho a mão de Asterin.

-O que eu e... - ela engasgou, incapaz de dizer o nome do macho ali, apesar de sua tia já saber de quem ela falava. -Do que eu e ele fizemos anos atrás.- ela murmurou.

-Asterin, você age como se o que tivessem feito fosse um crime.- a tia dela disse, irritada. -Foi a coisa certa, foi sim!

-Engraçado, ele diz a mesma coisa. E por mais que eu ache que tenha sido, o que meus amigos vão achar se souberem? - ela disse a tia dela revirou os olhos, batendo com o dedo na mesa de madeira.

-Se te julgarem por isso, são um bando de tolos. E não se importam de verdade com você.- ela disse, duramente. -E não vejo porque se preocupa tanto com isso, é algo que está no passado, Asterin.

-Lucien lembra de mim.- ela disse, sentindo a tensão em seu corpo. -O jeito que ele me olhou, ah, sim, ele se lembra.

Marie apenas revirou os olhos, talvez dividida entre dar três tapas em Asterin ou expor o quão tola ela estava sendo com aquele assunto.

-Ele era uma criança naquela época. Não deveria nem entender o que estava acontecendo. E ele não viu o que você e o dito cujo fizeram.- Marie disse, cruzando os braços. -Tudo o que ele sabe é que você estava na Corte Outonal quando não deveria ter estado.

-E você não acha que ele vai cutucar agora para tentar descobrir quem eu sou? A fêmea que esteve lá naquela noite maldita e agora perambulava na floresta com o Grão Senhor da Corte Noturna e a Quebradora da Maldição?- Asterin disse, irritada. Marie balançou a cabeça, desgostosa.

-Não importa o que ele acha que sabe, Asterin. Não tem nada que ele possa usar contra você. Ou sua preocupação é outra? Sua preocupação é que Rhysand saiba? - Marie disse e Asterin apenas grunhiu. Se fosse ser honesta, essa era de fato a preocupação dela.

-Ele não vai entender.- ela resmungou.

-Se não entender, então é um imbecil e não te merece.- Marie disse e Asterin riu, sem nenhum divertimento. -Seria interessante você contar essa história, Asterin. Não é tão podre quanto você acha que é.

-Eu matei uma pessoa.- ela disse baixinho e sua tia revirou os olhos.

-Um ser tão podre quanto seu pai era. Não é isso que te aflige. É quem te deu suporte, quem virou seu aliado e amigo. Você tem vergonha.

-Não, jamais.- ela disse num sussurro. Mas sequer sabia se era verdade.

E talvez os medos dela fossem de fato tolos. E Asterin teria muito mais com que se preocupar nos dias que viriam.

 E Asterin teria muito mais com que se preocupar nos dias que viriam

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Boa tarde meu povo! Tudo bem com vocês? Espero que sim!

Nada a comentar sobre esse capítulo risos
Talvez eu demore pra postar o próximo, mas é isso
Vejo vocês no próximo capítulo!
~Ana

Data: 16/06/21

(I Don't Believe In) Fate • ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora