Asterin tinha nascido com um karma, mas ela supunha que toda fêmea illyriana tinha nascido com ele. Para ela, não era nada diferente.
Asterin deveria estar acostumada com o machismo, a maldade e as agressões, mas a verdade é que aquilo apenas alimen...
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Asterin passou a tarde conversando com Eris, mas era arriscado demais ficar lá por muito tempo. Se Beron sequer suspeitasse de algo, aquilo colocaria Eris em uma péssima situação, e Asterin sabia bem das coisas horríveis que Beron era capaz de fazer, mesmo com o próprio filho.
Ela se despediu de Eris com um abraço, prometendo voltar o mais rápido possível. Apesar de terem muito a resolver ainda, Asterin precisava voltar para seu reino e acertar suas pendências.
Quando finalmente chegou ao castelo, o vento estava inquieto. A brisa batia no rosto de Asterin e a envolvia, balançando os cachos sobre o ombro da illyriana. Ela franziu o cenho, mas continuou caminhando tranquilamente pelos corredores que estavam vazios. Era a troca de turno e os guardas que tomariam aqueles postos ainda não haviam chegado. Talvez Asterin tivesse que trocar uma palavrinha com a capitã mais tarde.
O vento continuou roçando o rosto dela, quase como se a tivesse cutucando, inquieto. Asterin começou a se estressar. As vezes o vento fazia aquilo por pura birra, mas em alguns momentos queria dizer que algo estava errado, fora do comum.
Ela observou mais atentamente o castelo enquanto o percorria; nada parecia fora do lugar e Asterin franziu o cenho.
Segunda porta a esquerda. O vento sussurrou no ouvido dela e Asterin suspirou, apressando o passo para ir até lá. Apenas quando parou em frente a porta que percebeu que era a ala médica do castelo. O coração de Asterin foi parar na garganta.
Quando ela abriu a porta, encontrou o caos lá dentro. Alibia estava deitada em uma das camas, sangrando tanto que Asterin se questionou se ainda tinha algum sangue em seu corpo. Morgana, uma curandeira muito talentosa, pressionava o ferimento no estômago da metamorfa, tentando conter o sangramento. Travis, ao lado, estava em um estado de choque tão forte que sequer parecia estar assimilando o que estava acontecendo.
-Onde você estava?- Conan disse, segurando o braço de Asterin e a puxando, fazendo com que ela voltasse a realidade. Ela piscou, agora enxergando o macho a sua frente.
-O que aconteceu? - ela perguntou, tentando manter sua calma.
-Ataque em Velaris. - Conan respondeu. Asterin começou a se agitar, mas Conan apertou o braço dela. -Seus amigos estão bem, Asterin. Mas Alibia...
-Foi pega no fogo cruzado. - Aleyenor murmurou, se aproximando e estendendo as mãos para ajudar Morgana.
-Ela...- Asterin engoliu em seco, sem conseguir terminar aquela frase.
-Vai ficar bem. Consegui conter o sangramento. - Morgana disse sem sequer se virar para a Rainha. Asteirn soltou o ar que sequer percebera que estava prendendo.
-A trouxemos para cá as pressas quando aconteceu. - Travis murmurou. -Eu não ia deixa-la morrer longe de casa.
-Ela não vai morrer, imbecil. - Aleyenor disse, perturbada. Travis nem sequer pareceu escutar. Asterin se sentia da mesma forma: completamente atordoada.
-E Rhysand, sabem algo?- ela perguntou, baixinho.
-Está bem. Olha, a última notícia que recebemos é que eles conteram a invasão e mataram as criaturas mandadas por Hybern. As rainhas nos traíram, não choca ninguém.- Conan resmungou, irritado. -Mataram a rainha que nos deu o livro.
O coração de Asterin parou de bater por um instante. O plano delas sempre havia sido aquele: trair eles, os vender para Hybern. E a toco do que? O que elas ganhariam com isso? Tinha que ter um motivo; aquilo era estranho demais. Não era somente pela promessa de salvar o próprio povo, de forma alguma. Asterin tinha certeza que o que quer que o Rei tivesse oferecido a elas, tinha sido algo relacionado a poder.
Asterin queria arrancar fora o coração de casa uma daquelas rainhas nojentas. As que ainda haviam restado, no caso. Demtra estava morta e a Mãe sabiasse lá o que elas tinham feito com a sexta rainha. Aquilo era demais.
-Eles colocaram Velaris sobre uma proteção mais forte. - Conan continuou. -Amren estava começando a caçar pela cidade quando voltei pra cá.
-Preciso ir lá. - Asterin murmurou, mas Conan negou.
-Asterin, você precisa ficar aqui. - ele disse e olhou para Alibia. Ela assentiu; sabia que ele tinha razão. E ainda tinha a possibilidade de Hybern também atacar Nilfheim, ainda mais depois insultos que Asterin tinha desferido as rainhas. Se estavam trabalhando juntos, era uma possibilidade. Tinha que proteger seu povo. Rhysand sabia se virar sozinho.
-Eu sei. - ela disse e suspirou.
-Ela está estável agora. - disse Morgana e Asterin desviou o olhar de Conan para olhar sua amiga. O ferimento tinha se fechado, mas Alibia ainda parecia estar sentindo muita dor. -Ela precisa ficar aqui por uns dias, mas logo vai estar bem. Vai sentir dor porque os metamorfos se curam de forma diferente de nós. Mas vai sobreviver.
Alibia gemeu, os olhos semicerrados. Ela estava consciente de tudo, mas estava de fato sofrendo. Ver aquilo doía em Asterin. Se ela tivesse estado junto com eles, poderia ter mudado algo? Poderia ter impedido Alibia de se ferir grave daquela forma?
-Não faça essa cara.- Conan murmurou. -Não é sua culpa. - ela sabia, mas não conseguia deixar de pensar que talvez fosse.
-Que triste, eu queria mesmo saber como é o gostinho da morte. - Alibia disse com um sorrisinho e Aleyenor a deu um beliscão forte. -Aley! Eu já estou toda fodida.
-Pare de falar merda.- Aleyenor rosnou e Alibia riu antes de gemer de dor.
-Sabem o que isso significa, não sabem?- Conan disse, os braços cruzados, a expressão séria.
-Pausa nas reuniões?- Alibia disse.
-Mimos da Rainha?- Travis arriscou.
-Soco na cara dos dois?- Aleyenor disse os olhando feio. Mas quem disse foi Asterin, e sua voz saiu fria como a noite.
-Guerra. Isso significa guerra
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Boa tarde meu povo! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
Demorei um pouco pra atualizar, me perdoem. Mas estou de volta!
