• Capítulo 3 • Primeira Proposta
両面宿儺
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O aperto não era agradável, a força usada deixaria marcas, fato. Quando me virei para o encarar percebi meu erro.
Na escola primária aprendemos sobre almas gêmeas, sobre como é importante e incrível encontrar seu Akai Ito, que no momento em que seus olhos se encontrarem suas almas irão se ligar por toda eternidade. Na noite anterior nossos olhos se encontraram, mas não foi como agora, não havia tanta proximidade que me permitia sentir seu cheiro fresco, nem mapear suas íris. O toque nem doía mais, talvez pelo transe ou por que de fato Sukuna o tenha afrouxado.
Dei um passo em sua direção, não sei com qual intuito, mas meu interior gritava para estar ali, próximo o bastante para que nossas respirações se misturarem, que fosse impossível não notar seu olhar sobre meus lábios.
Agora foi sua vez de se aproximar, quase colando nossos corpos. Nossas bocas estavam tão perto uma da outra. Ele se inclinou em minha direção, então fechei os olhos e abri um pouquinho meus lábios, este que formigavam a espera do outro. Então quando senti aquela pequenina fricção, quase nula, quando iria sentir seu beijo o cara de cabelos brancos apareceu falando alto:
— O que estão fazendo?
Viramos em sua direção, ele parecia se divertir enquanto eu acordava do transe.
Meu Deus, que vergonha!
— N-nada. – respondi.
— Já que não era nada, vamos dar uma volta, garota. – ele veio sorridente.
— Ei, ei, ei! – Sukuna interviu — Ela vai sair daqui até eu saber o que fazer.
— Como assim o que fazer? – perguntou o tal Gojo — Eu estava lá, vocês são almas gêmeas. Só espero que não encham essa casa de pirralhos. Ok, eu sei que ela é grande, mas não vão dar um de coelhos!
— Não fale merda! Eu só quero me livrar dessa daí o mais rápido possível!
— Como? – meus olhos arregalaram.
Sukuna virou para mim sorrindo com escárnio.
— O que? Achou que eu iria ficar com você, garota? Você viu muito ontem. Poder ser problema pra mim.
— Então por que não a mata? – o albino disse naturalmente.
QUE?
O desespero começou a se apossar de mim.
— Hm. Talvez. – respondeu o rosado.
— Mas sobre o fato de vocês serem almas gê… – Gojo foi interrompido por Sukuna que segurou firme na gola de sua camisa a puxando para perto.
— Nem pense em repetir essa merda de novo! – o albino sorriu – O que? Que vocês são almas gêmeas?
— Quem são almas gêmeas?
Nós três nos viramos e lá estava a garota de mais cedo. Cabelos castanhos na altura dos ombros, braços cruzados e roupa explicitamente cara.
— Então? Vão ficar com essa cara de idiotas ou vão dizer quem é alma gêmea de quem?
— Por que não explica Sukuna? – começou Gojo — Ou quem sabe você. – sorriu olhando para mim.
— Ah. – foi o que ela disse — Agora entendi o porquê dela está aqui. Quem diria que justo o Sukuna iria ser destinado a uma única pessoa.
— Sabe de uma? Faça o que quiser. – o rosado disse para mim — Mas se eu sonhar que você pensou em contar qualquer coisa que viu aqui eu faço questão de esconder cada parte do seu corpo em um canto do mundo. – engoli em seco assentindo freneticamente como a covarde que eu sou.
Sukuna saiu dali em passos duros tão irritado quanto podia. Me senti perdida por instantes o vendo sumir da minha visão quando Gojo parou na minha frente com um sorriso provocativo.
— Agora que aquele mala sem alça se mandou quero te levar pra dar uma volta. – ele disse.
— Sair? – meus olhos se iluminaram com a possibilidade de dar o fora.
— Sim, já que você vai ficar por aqui tem que ter roupas novas, não é?
Ficar.
FICAR?
— Eu não vou ficar!
O albino riu.
— Você é engraçada. Venha, Nobara está nos esperando no carro.
Eu sou covarde, nunca tive problema algum com isso. Estar aqui presa junto a essa gente estranha me dá arrepios. Primeiro que eu não conheço nenhum deles, moro só em Tokio e meu ciclo de amizade se resume às outras garçonetes com quem trabalho e nem nos vemos fora do serviço. Segunda e não menos importante: Yakuza. Ninguém em sã consciência iria querer ter qualquer tipo de relacionamento com alguém que faz parte desse meio, mas não o universo tem que ser um grande filha da puta e fazer com que a porra da minha outra metade – se é que posso chama-lo assim – integrante da máfia.
Ok, não sou do tipo romântica nem nada, mas encontrar seu fio vermelho deveria ser bonito, deveria fazer você sentir coisas – ok, eu senti –, deveria existir gentileza e cumplicidade, não necessariamente de maneira romântica. Mas Sukuna parece abominar esse tipo de coisa, o jeito como ele reagiu só me fez perder as esperanças que cultivei.
Gojo nos levou a uma loja extremamente cara, era notável pelo espumante servido e o lustre de cristal. A garota, Nobara, parecia bastante familiarizada com o local e ele, bom, diria estar muito bem familiarizado com a atendente pelos toques sutis dele e o sorriso frouxo dela.
— Então querida. – ela se virou para mim — Diga-me exatamente do que gosta e o que precisa.
— Ela precisa de tudo. – ele falou fazendo com que a mulher se virasse para ele uma as sobrancelhas arqueadas.
— Uou! – ele levantou as mãos em rendição — Ela não é minha, ela namora o Sukuna.
Magicamente seu sorriu gentil voltou.
— Eu não namoro com ele. – respondi.
— Ainda. – disse Nobara.
— Eu nem o conheço!
— Sabe mais que a maioria. – ela se aproximou — Ele é um idiota, mas vocês são o destino um do outro e não se foge do destino. Acredite, eu tentei, mas agora só estou esperando ela voltar de viagem. Não lute contra isso garota, é inevitável.
— Mas ele também não gosta de mim, não que isso importe. – talvez um pouquinho.
— Então vamos fazer assim, você faz as compras e aí te deixamos no seu apartamento.
— Ótimo, mas não vão mesmo querer me perseguir e matar? – perguntei desconfiada.
— Claro que não! Mas vai ser divertido.
Aceitei sua proposta, afinal o que eu tinha a perder? Voltaria para minha cara e tocaria minha vida normalmente como se nada tivesse acontecido.
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両面宿儺
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NOTAS FINAIS: foi mal a demora gente, sério... vou tentar voltar a semana que vem :) beijocas
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Akai Ito - Sukuna x Reader
Fanfiction[CONCLUÍDO] Ao completar certa idade um fio vermelho é desenhado em meu dedo mindinho, este fio te ligará a sua alma gêmea. Mas o que eu não esperava é que ao ser presenciar um assassinato este mesmo fio me ligaria justo ao assassino. As tatuagen...