13. Mentiras?

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両面宿儺
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Faz um mês que ele me deixou aqui e um mês que ele não me toca. Ryomen Sukuna está irredutível e isso em preocupa.

Ele passa boa parte do tempo fora e volta tarde da noite, mas não vem se deitar comigo, ele fica na sacada fumando por um bom tempo antes de entrar a tomar banho. Depois ele se deita. Faz tudo em silêncio.

Já passa das uma da manhã quando vejo a porta se abrir, dessa vez não uso nenhum pijama provocante, só uma calça moletom e uma camiseta.
Ele me olha nos olhos e vai para a sacada acender mais um cigarro. Dessa vez o sigo.

— Esta tarde. — ele diz olhando para o horizonte escuro.

— Estava esperando por você.

— Hm.

— Por que não fala comigo como antes?

— Sei o que quer e não posso te dar. Vamos brigar e não quero isso.

— Só me ouça.

— Por favor, não.

— Ryo…

Ele fechou os olhos quando toquei em seu braço.

— Seu cheiro é tão bom. — disse suspirando — Dormir com você sem te tocar vai acabar me enlouquecendo.

— Você tem o poder de mudar isso.
— Entenda que eu não tenho uma boa reputação, muitas pessoas não gostam de mim e dariam o braço direito pra me fazer sofrer.

— Sei que tem inimigos, mas só peço um dia fora daqui.
— Não.

— Ryomen!

— Eu disse não!

— Se continuar assim, isso não vai funcionar.

— O que quer dizer com isso?
— Acho que entendeu muito bem.
Ele segurou firme em meus ombros e me sacudiu, seu olhar parecia perdido e beirando a loucura.

— Nunca. Entendeu? Nunca mais repita isso.

— Me solta!

— Me ouça bem [Nome]. Você está comigo e isso é pra o resto de nossas vidas, entendeu? Eu não posso mais ficar sem você. — me soltou e sorriu — Você é a luz da minha vida, querida. Agora vá dormir que amanhã é outro dia.

Fui para cama atordoada com esse pequeno surto. Na manhã seguinte acordei sozinha como nos últimos dias, fui dormir sozinho. Assim se tornou minha rotina. Chegou um momento em que eu mal o via.

Então fui atrás de alguém que pudesse me ajudar. A primeira pessoa que encontrei foi Satoru Gojo.

— Olha se não é a dama da casa.

— Onde Sukuna está?

— Negócios.

— Sabe quando ele volta? — perguntei.

— Olha gracinha, não posso tá falando sobre as coisas que o chefe faz ou deixa de fazer. Não me leve a mal, você é legal e tudo mais, mas eu não posso falar sobre negócios com alguém que não está envolvida.

— Eu só quero saber se ele vai demorar.

— Bom, talvez.

— Como assim?

— A cliente de hoje é um pé no saco então provavelmente. E eu já vou saindo porque já falei demais.
Assim fui deixada sozinha no corredor imenso. Pela primeira vez percebi como essa casa era grande e fria. Aqui sozinha sem ninguém ao meu lado eu notei que preciosa voltar para casa.

Esperei Sukuna voltar, eram quase três da manhã quando ele atravessou a porta com a camisa toda amarrotada, cabelos bagunçados e expressão serena. Assim que me viu congelou. Havia alguma coisa de errado.

— Hoje você realmente chegou tarde. — eu comecei.

— Desculpe. Vou tomar banho.

— Onde estava?

— Negócios. — revirei os olhos para ele enquanto cruzava os braços — O que foi?

Me levantei e dei alguns passos para frente e senti o perfume que ele exalava. Não era aquele cheiro masculino que estou tão acostumada e que me entorpece, era um enjoativo, doce. Feminino.

Ele deu passos para trás.

— Onde estava?

— Negócios já disse.

— E por que está com esse cheiro?

— Hm?

— Esse perfume não é seu Ryomen.

— Estava  com uma cliente.

— Quem?

— Por que quer tanto saber?

— Era uma mulher? — eu não queria bancar a ciumenta, mas quando seu homem chega tade e com cheiro que não é dele sua mente cria coisas que nem o Diabo pode.

— E isso realmente importa?

— Era uma mulher. — constatei.

— Uma cliente, já disse.

— E o que ela queria? Porque seu cheiro esta como o dela?

Me aproximei mais e vi uma marca vermelha no colarinho da sua camisa.

— Você transou com ela.

— O que? Não!

— E por qual outro motivo tem batom na sua camisa?

Ele exatamente onde eu tinha visto, tão certeiro quanto se podia. Alguma coisa estava acontecendo entre eles e ele não queria que eu soubesse.

— Quer dizer que depois daquela cena de v”você é minha, você não pode sair daqui” você tem a coragem de se esfregar na primeira vagabunda que lhe aparece?

— Não foi assim.

Ouvir aquilo doeu. Eu sei que não estava transando com ele como punição por me manter presa, mas isso não era desculpa para me trair. Sexo não deveria ser a coisa que mantinha nossa relação, mas parefce que eu estava errada.

— Então me conta. — minha voz estava embargada.

— Ela veio para cima de mim.

— Você a impediu, não impediu?

Ele se manteve em silêncio.

— Vá pro inferno! — gritei com raiva.
— Ela tentou, mas eu não deixei que fizesse nada!

— Então me explica como diabos tem batom no seu colarinho!

— Ela tentou se aproximar, mas eu disse que tinha alguém, disse que minha alma gêmea estava comigo. — disse manso.

— Sukuna estou te esperando a dias para conversar, mas você mal aparece!

— Isso é por causa da sua estupidez !

— O que? Sexo é a unica coisa que mantem nossa relação?

— Não porra! Mas eu também sou homem! Tenho minhas necessidades!

— Isso já teria sido resolvido se você me deixasse respirar fora daqui.

— De novo com esse assunto? Achei que tinha sido claro.

— Eu não estou te pedindo muito, só ficar fora… — fui interrompida.

— Sabe de uma coisa? Faz o que você quiser.

Ele saiu em direção do banheiro enquanto eu fiquei parada no mesmo lugar. Se ele disse que eu poderia fazer o que eu quiser então que se foda Ryomen Sukuna e suas malditas ordens.

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両面宿儺

Akai Ito - Sukuna x ReaderOnde histórias criam vida. Descubra agora