07. O dia seguinte

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•Capítulo 7 • O dia seguinte


両面宿儺

⚜️📿⚜️

No dia seguinte acordei só.

Olhei para o lado vazio na cama, travesseiro bagunçado como se fosse um lembrete de que mais alguém esteve aqui. Por algum motivo me senti triste. Quero dizer, eu não o amo, é cedo e mal o conheço, mas a sensação de ter sido apenas uma foda de uma noite para ele fez meu coração afundar.

- Merda! - grunhi me remexendo na cama como uma criança fazendo birra.

- Sabia que você era infantil, mas não tanto. - a voz dele veio.

Olhei em sua direção, mais uma vez sem camisa, braço dobrado e erguido na direção da cabeça apoiado no batente da porta, ostentava uma cara de desdém, mas com uma pitada de humor.

- Sukuna. - murmurei.

- Tem café da manhã. Vem.
Percebi que não existia palavras como "Por favor" e "com licença" no seu vocabulário. Era quase um homem das cavernas. Um bem gostoso diga-se de passagem.

Me levantei catando minhas roupas pelo chão do quarto, vesti meu pijama e fui à cozinha.

A mesa estava posta com chá verde, ozoni e iyokan. Tinha banana e morangos cortados também.

- Senta e come.

Fiz o que ele disse. A comida estava muito boa então resolvi perguntar onde ele comprou, quem sabe eu passe lá de vez em quando para experimentar outras coisas.

- Onde você comprou? - perguntei de boca cheia - Ta uma delícia!

- O que te leva a pensar que eu comprei alguma coisa?

Me engasguei.

- Você cozinhou?

- Óbvio. Não como qualquer coisa.

- Uau. Por essa eu não esperava.

Ele ergueu seu olhar até mim parando o mão que ia levar uma colher a boca.

- Porque?

- Ahm?

- Por que não esperava por isso?

- Ah... - bebi um pouco de chá - Você é tão, tão assim, meio fresco com cara de quem mal pisa no chão que saber alguma tarefa doméstica é surpreendente.

Ele ergueu uma sobrancelha emburrado. De onde diabos veio essa coragem toda pra falar merda a um Yakuza? Eu só devo quero morrer mesmo.

- Eu não sou fresco. Sou exigente. É diferente.

- Claro.

Ele captou minha ironia e não me pareceu satisfeito.

Merda.

- Sabe eu não sou o imbecil que você pensa.

- Mas foi isso que você se mostrou até agora. Não era isso que eu queria como alma gêmea.

"Cala essa boca" meu subconsciente gritou.

Sukuna se levantou abruptamente deixando a comida pela metade. Vestiu o resto da roupa e saiu da minha casa sem dizer uma única palavra. Até pensei em ter magoado os sentimentos dele, mas lembrei de que ele não os tem.

Tudo tem sido confuso para mim.
Alma Gêmea da Yakuza que sabe foder como ninguém.

Apoiei meu rosto na minha mão enquanto a outra remexia na comida. Olhei para o prato dele.

- Por que você cozinhou para mim? - choraminguei - Se não me quer na sua vida então só vá embora!

Eu tenho que ser realista comigo mesmo. Ter ele nessa noite mudou as coisas de uma maneira que eu não gostei. Dormir ao seu lado, sentir seu calor e seus braços ao meu redor no meio da madrugada foi um desastre para minha sanidade. A sensação de segurança fez com que eu relaxasse completamente. Não lembro de uma noite como essa.

Depois de comer me levantei e levei a louça para a pia, assim que deixei as coisas vi uma sacolinha de alguma farmácia. Quando abri vi a embalagem de pílula do dia seguinte. Ainda tinha isso.

Tomei sem pensar duas vezes.
Não é que eu queira não ter filhos, mas engravidar agora seria o maior desastre da minha vida. Imagina ai eu tendo que criar um bebê cujo o pai foi visto por último no dia da concepção?

Não. Não. Não.

Isso definitivamente não vai acontecer.

⚜️📿⚜️

両面宿儺

NOTASFINAIS

eu sei que ta curtinho, mas é só pra não ficar sem.. Domingo trago mais :)

Akai Ito - Sukuna x ReaderOnde histórias criam vida. Descubra agora