Pára de me jogar no mar!!!

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Ponto de vista de Arthur

Sinto Daichi estranho no caminho inteiro de volta para casa. Como se ele soubesse de algo ruim e não quisesse dividir comigo para não me preocupar. Tem horas que ele me trata como se eu fosse uma criança  e eu me sinto muito irritado com isso. Quando já não consigo mais me conter, eu pergunto sem rodeios.

- Daichi, dá para parar de me tratar como criança e me dizer o porquê de você estar assim esquisito?

- Quem está esquisito?

- Você! É por causa da visita aos seus tios amanhã?

- Hein? Ah, não. Estou só um pouco cansado.

Ele acha que me me engana! Como alguém pode irritar na mesma medida em que excita? Daichi Sato, eu vou descobrir o que você está me escondendo. Quando ele pára o carro, nós vamos direto para o apartamento dele.

- Anda, sr. Sato, vai trocar a roupa. Vamos surfar.

- Você vai comigo? - Sinto ele se animar, achando que eu serei louco a ponto de subir numa prancha de surfe.

- Não, mas estarei com você na praia. Anda logo que eu também vou me trocar. O sol já vai se pôr. Ou você quer perder as ondas de hoje?

- Eu queria sua companhia...

- Eu já não disse que estarei lá?

- Mas não é a mesma coisa. Eu prometo que te seguro firme e te protejo se a gente cair da prancha... Assim podemos ficar bem juntinhos.

- Já não bastam as noites juntos? Você só falta dormir em cima de mim!

- Nunca vai ser o suficiente. Cada segundo sem você por perto é uma tortura.

- Sr. Sato, ninguém nunca lhe negou algo?

- Na verdade não. Você é o primeiro...

- Bem, nunca é tarde para aprender, mesmo já tendo uma certa idade. - Eu sei que estou sendo malvado com ele, provocando-o quando ele tem um problema por ser quase uma década mais velho que eu. Nunca me importei com isso e ele é todo perfeito. Para mim, não existe ninguém mais lindo e maravilhoso do que o homem à minha frente.

- Arthur...

- Já não vai mais me chamar de anata? Que tal de hanii?

- Arthur... - Ele começa a se aproximar perigosamente de mim.

Ops! Hora de bater em retirada, antes que ele me leve para a cama.

- Anda, vai se trocar agora! Eu vou fazer o mesmo! - E saio correndo para meu apartamento. Assim que eu fecho a porta, me encosto nela e tento regularizar a respiração. Daichi tem o poder de me tirar do sério e de me levar ao paraíso.

Ponto de vista de Daichi

Arthur tem a capacidade de me deixar em fogo. Aquele olhar... Eu trocava todas as ondas do mundo só para ficar com ele. Mas ele me conhece bem. E sabe que o mar é minha segunda casa. Eu não sei por quanto tempo vou conseguir esconder dele o fato de que meu pai sabe sobre nós e que o emprego dele está em risco. E a culpa é toda minha. Se eu o tivesse deixado onde ele estava, ele não precisaria passar por isso.

Eu via em seus olhos a felicidade por estar trabalhando na Sato, a alegria de trabalhar com Toya, Carla e os outros. Mais do que colegas de trabalho, Arthur encontrara amigos. Seria muito cruel da parte de meu pai, demiti-lo só porque ele está comigo, principalmente porque a culpa É TODA minha. Eu tenho certeza de que Arthur jamais se aproximaria de mim romanticamente se eu não o tivesse seguido naquela noite, feito sexo com ele e depois corrido atrás dele feito um louco. Não, apesar de Arthur ser uma pessoa apaixonada em seu cerne, ele manteria o profissionalismo e jamais olharia para mim de outra maneira que não fosse como chefe.

Combustão (Livro 3 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora