Combustão (Livro 3 da Série Akai ito)

Sábado - Parte 2

Ouçam a música enquanto lêem o capítulo

Ponto de vista de Arthur

Eu não entendo a razão de me sentir assim tão... em pânico. Bem, na verdade eu entendo sim! Eu estou com medo. Medo de os amigos do Daichi pensarem que eu sou o caso do dia dele. Mas mais que isso, medo de SER o caso do dia dele. Uma coisa é estar apenas com ele, no apartamento ou na praia. Outra coisa é sair com ele com se fôssemos um casal, sem realmente sermos, sob os olhares de outras pessoas. Ainda mais de amigos dele.

Rafael nem parecia que tinha falado aquilo mais cedo. Ele estava realmente animado e se aproximou de nós. Sim, de nós, porque assim que ele começou a vir em nossa direção, sinto Daichi colar o corpo no meu, pronto para me arrancar dali, ou pior, para socar Rafael.

- Vamos lá! O que vocês estão esperando? - Sinto o corpo de Daichi relaxar um pouco. Aquela proximidade sempre fazia meu corpo vibrar, pedindo mais. Eu inconscientemente, colei meu corpo ainda mais ao dele. Sinto sua mão em minha cintura, me acariciando. Eu não posso perder meu autocontrole... agora não!!!

- Vida! Vem cá!!!! - Fernando chama já dentro d'água.

- Andem logo!!! - Ele diz antes de ir ter com Fernando.

Ponto de vista de Akito

- Davidsan! Vem aqui um instante? - Sinto que David entende. Eu me aproveito que Arthur e Daichi parecem estar em seu próprio mundo.

- Amor, eles parecem dois ímãs sendo puxados um para o outro. O Daichi não consegue nem disfarçar. Arthur menos ainda. Se o tapado do Rafael continuar tentando ser simpático eu soco a cara dele!

- Davidsan, o Rafael sempre foi assim, mas ele é um cara legal! O problema é que Arthur ainda está ferido, só que agora ele está apaixonado pelo Daichi. E o Daichi por ele. E eu duvido que eles tenham conversado sobre isso. E tem mais: eles não conseguem manter as mãos longe um do outro. Vamos dar a eles a oportunidade de desaparecer por um tempo? Assim a gente pode calar o Rafael antes que ele seja nocauteado pelo Daichi e a gente precise levá-lo inconsciente para o hospital.

- Então temos um plano, amor. Eu já disse a você que eu te amo?

- Só todo dia.

- Já cansou de ouvir?

- Eu nunca vou me cansar de ouvir!

- Então eu posso dizer de novo. Te amo, Akito Maeda.

- Eu também te amo, David Cheng. - Ele me beija e quem quer desaparecer com ele agora sou eu. Quando separamos nossos lábios, David, ainda abraçado em mim, diz:

- Daichi, nós estamos entrando na água. Há um pequeno riacho mais adiante na trilha, se vocês quiserem olhar. É um lugar lindo e muito tranquilo. Quando vocês quiserem juntem-se a nós. - Como Daichi conhece David há séculos, acredito que ele tenha entendido o recado, porque ele segura Arthur pelo pulso e o leva embora pela trilha adentro.

Quando entramos na água, Fernando e Rafael já estão mais do que molhados de tanto jogarem água um no outro.

- Ué, cadê o Daichi e o Arthur? - Rafael se aproxima procurando os dois com o olhar.

- Rafael, nós quatro precisamos conversar... - Eu digo muito sério.

- O que foi que eu fiz desta vez? E por que vocês três estão me olhando com essa cara? - Rafael, você não pode ser assim tão tapado!!! Será que não viu a tensão entre Daichi e Arthur?

- Vida, como é que você sai fazendo esse tipo de comentário para alguém que você acabou de conhecer?

- Eu realmente não entendo! Foi tão errado assim? É palpável a tensão entre eles. O Daichi só falta arrancar as roupas do Arthur na frente de todo mundo e... - Então você VIU a tensão e optou por falar sobre ela mesmo assim. Alto. Na frente de todo mundo. Envergonhando o Arthur. E o Daichi também. Tá.