Do frio ao calor num segundo

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Ponto de vista de Daichi

Eu estava ardendo de desejo, de saudade, de ciúmes... E ele estava me provocando!!! Será mesmo que ele só escutou a parte em que eu disse que não queria compromisso? Eu disse para ele que, com ele, era diferente!!! Mas ele passou dos limites!!! Moleque abusado! E a facilidade que foi jogá-lo nos ombros e ir com ele até o mar. Eu senti sua ereção em meu ombro e mordi os lábios. Que vontade de deitá-lo na areia e me ocupar de seu corpo. Mas talvez não tivéssemos a mesma sorte de ontem e fôssemos pegos. Melhor nem arriscar. Mas que ele precisava de uma lição, isso precisava. E com prazer eu o vejo submergir na água gelada enquanto faço contagem regressiva: 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1...

- Miserável!!!!! - E um jato d'água me acerta o peito. Ora ora Arthur, eu sou surfista, um pouquinho de água no peito não me assusta. Quer brincar? Estou pronto.

E outro jato me acerta o rosto. Começamos a jogar água um no outro, até que Arthur mergulha. sinto minhas pernas serem agarradas e ele tenta me derrubar, mas eu sou mais forte e não caio. Ele então emerge por trás, fazendo algo que finalmente me derruba.

Não pela força, mas pela ousadia. Ele desce meus shorts me expondo. Por sorte já estava escuro e ninguém na praia podia ver, mas a surpresa me faz perder o equilíbrio. Aproveito que ele se distraiu com isso, ajeito os shorts e não volto à superfície. Fico ali, apenas esperando. Como o mar está calmo, eu sinto seus movimentos, me procurando. Ele mergulha e finalmente suas mãos me encontram, me puxando para cima.

- Daichi, você está bem? Fala comigo! - Aquele olhar preocupado comigo me hipnotiza. Como eu o quero... - DAICHI!!! Desculpa! Eu te machuquei? Você engoliu água? Fala comigo por favor...

- Você é tão bobo, moleque... - Digo em meio a risadas.

- Idiota!!! E moleque é a .... - Eu não o deixo terminar, puxando-o para um beijo apaixonado. Ele se agarra em mim, passando a mão por meus cabelos molhados, aprofundando o beijo, pedindo mais. A água está gelada, mas nossos corpos queimam como brasas.

- Eu quero tanto você, Arthur! Vamos para casa? - Eu pergunto, a voz rouca de desejo por ele.

- E as minhas coisas? Quero ver você encontrá-las agora que está quase escuro!!! - Diz ele zangado. - Depois o moleque sou eu!!!!

- Se você estivesse atento a mim, veria que eu coloquei minha camiseta e nossos chinelos junto com as suas coisas. Estão ali, olhe.

Seu olhar vai do lugar onde estão nossas coisas para mim em total perplexidade. Eu apenas olho para ele zombeteiro.

- Algumas vantagens de ser "velho". - Digo levantando uma das sobrancelhas.

- Imbecil!!!!

- Eu não sabia que você gostava tanto assim de xingar. E parece que sai de forma muito natural, apesar do seu vocabulário limitado.

- Eu vou te mostrar quem tem vocabulário limitado!!!! E se continuar a me provocar vai se ver comigo!!!

- E você vai fazer o quê? Jogar água em mim? Abaixar meus shorts? Você acha mesmo que eu tenho vergonha? Ou você já se esqueceu do que fizemos ontem ali naquela rocha? Quer apostar que eu repito agora com você? Ou talvez a pergunta certa seja: você quer que eu repita agora com você? - Com muita satisfação o vejo arregalar os olhos.

- Eu vou para casa agora! Tchau Sr. Sato... - E tenta sair da água o mais rápido que pode. Só que eu sou mais rápido que ele.

- Para cada Sr. Sato que eu ouvir a partir de agora, você será punido, moleque insolente! - Digo alcançando-o e segurando seu pulso. Sem tirar os olhos dos dele eu passo meu polegar em movimentos circulares por seu pulso, ouvindo-o gemer. - Você me entendeu?

Combustão (Livro 3 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora