Ponto de vista de Arthur
Assim que entramos no carro, após sairmos da casa dos Sato, Daichi se aproveita da escuridão para me beijar. Eu também estava morrendo de saudades dos toques dele. Claro que não íamos demonstrar carinho na casa dos pais dele, até porque não sabíamos o que iria acontecer. E eu sei que o sr. Sato é tradicional e não ficaria confortável conosco se passássemos dos limites.
Eu estou ainda tentando processar o que acabou de acontecer. Nas nossas conversas, ele sempre dizia que seus pais eram frios e que não havia amor. A mãe dele é fantástica e o sr. Sato, bem, ele foi tão gentil quanto normalmente é. Eles sabem sobre nós e se mantiveram discretos, nos tratando bem o tempo todo. A mãe dele até me pediu para chamá-la de mãe. Eu vi o choque no rosto de Daichi mas não podia perguntar.
A belicosidade e a frieza que eu senti, vieram dos tios de Daichi, principalmente em relação a Iori e Júlia. Daichi já havia me dito que isso poderia acontecer e que ele e Seiji já estavam de prontidão para defender Júlia, além do que Iori sairia com ela dali imediatamente. E eu, claro que não deixaria minha irmã ser ultrajada, mesmo correndo o risco de perder o meu emprego.
Agora, no carro, sozinhos, eu aproveito para tocar no assunto.
- Daichi, tirando o comportamento de seus tios, o resto foi uma enorme e agradável surpresa. Gostaria de me explicar o que está acontecendo?
- Anata, eu não sei. Meus pais passaram anos tentando me casar com Kimiko e agora... Eu ainda estou tentando compreender o que acabou de acontecer.
- Talvez seja apenas isso: eles nos aceitaram.
- Eu ainda tenho certo receio. anata. Mas eu vou conversar com eles na primeira oportunidade.
- E por falar em oportunidade, Júlia me disse ontem ao telefone que nossos pais estão vindo. Eles chegam na quarta e vão ficar com Eduardo. Chegou a sua vez de conhecer os Coutinho, Daichi. Pena que você estará com um olho roxo. Mas posso garantir que a mãe e o pai são pessoas legais.
Daichi não havia perdido tempo. Ele marcou a "luta" para hoje, após sairmos da casa de seus pais, em uma academia onde ele costuma treinar. Ou pelo menos ele diz que costuma treinar porque desde que eu cheguei ele não larga do meu pé. Surfar eu já o vi fazer, mas treinar boxe, nunca. Será interessante.
- Tenho certeza de que seus pais são maravilhosos. Mas anata, apenas no final da "luta" nós veremos quem estará o quê...
- Seu imbecil!!!
- Você não desiste, anata? Melhore um pouco seu vocabulário! Está ficando cansativo: "como é que é?", "idiota", "imbecil", "sr. Sato", "velho".
- E você que resolveu me chamar de "bebê fofinho"??!! Eu acho que preferia o "moleque".
- Mais um motivo para eu continuar com o bebê fofinho... Você odeia...
Ele também não pára de provocar!!! Eu não quero brigar com ele. Onde é que eu estava com a cabeça aceitando esta aposta ridícula? É claro que eu não conseguiria vencer! Talvez, se eu fosse rápido, conseguisse dar um soco nele, mas eu não queria isso. Eu amo Daichi, porque socá-lo? Mas e se eu nem tentar? Ou se eu simplesmente deixar que ele me segure e a luta infeliz termine?
- Daichi, vamos dessistir dessa aposta imbecil?
- Anata, o bebê fofinho está com medo? Eu não vou te machucar... só não prometo não transar com você no ringue assim que eu te subjugar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Combustão (Livro 3 da Série Akai ito)
RomancePLÁGIO É CRIME! Estória original, escrita por mim, com personagens de minha autoria. Proibida a reprodução total ou parcial!!!!! Quando você vê seu primeiro amor se transformar em cinzas e todas as esperanças que você tinha desaparecem, o que você f...