O sexteto - parte 1

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Sábado

Ponto de vista de Daichi

Eu acordo de supetão com o barulho do despertador. Só mais 10 minutos!!! Eu estou tão cansado! Me viro na cama, meu braço procurando por Arthur, mas ele não está ao meu lado. Isso me faz levantar, praticamente me arrastando, para tomar um banho.

Depois da ducha fria, eu me sinto mais revigorado. Visto uma bermuda e uma camiseta e vou até a cozinha. Mas Arthur também não está lá e nem na sala. Será que eu não o ouvi sair? Bem, eu estava realmente cansado ontem. Nem dei a ele a atenção que ele merece. Arthur já deve estar farto de mim e da minha falta de tempo. Há semanas que minha rotina está muito puxada. Mas eu sempre procuro dar atenção a ele quando chego em casa. E não estou falando unicamente de sexo. Nós conversamos, muitas vezes abraçados na cama, antes de dormir. Mas ontem, nem sexo, nem conversa.

Eu tinha planejado uma surpresa para Arthur quando fizemos um mês de namoro. Entretanto, Milton atacou Arthur e meus planos foram por água abaixo, até porque fui indiciado por lesão corporal e precisei de Martin e das minhas duas testemunhas: Toya e Carlos. E agora, com dois meses de namoro, eu mal tenho tempo de fazer uma refeição em paz, que dirá planejar uma surpresa romântica para o homem que eu amo.

Hoje vamos sair com meus amigos, mas eu daria tudo para ficar em casa com Arthur, aproveitando meu pouco tempo livre com ele.   Mas eu tinha prometido e não podia voltar atrás. Estava todo mundo esperando. E desta vez, Lincheng, Iori, Bruno e Martin estariam lá. Além de Maja, Philip, Rafael e Fernando. Lincheng, aliás, veio para ver sua família e apresentar sua namorada, Tomoyo, para todos. Ele finalmente conquistara seu destino e estava vivendo sua história de amor. Quando nos falamos por telefone, ele mal cabia em si de felicidade.

Desde que Arthur aceitou ser meu namorado, que ele tem a chave do meu apartamento. A dele eu tinha porque sou o proprietário, mas não a uso. Até porque, estou sempre grudado no meu pinguim fofinho.

Como eu não o vi em lugar nenhum, peguei a chave do apartamento dele e fui até lá. O apartamento estava silencioso, exceto por um barulho parecido ao que máquinas de polimento fazem. Assim que eu me aproximo da porta do quarto, o barulho pára e Arthur se vira para mim, surpreso.

- Daichi! O que você está fazendo aqui? Não são nem nove da manhã. Você ainda tem duas horas para descansar! Você está tão cansado, amor!

- O que é isso?

- Droga, sr. Sato, você acabou de estragar a surpresa!!! Bom, nós não comemoramos nosso primeiro mês como casal porque eu estava doente. Eu já tinha começado isso para você, mas não pude terminar a tempo. É o meu presente. Pensei em dá-lo a você hoje à noite já que completamos dois meses de namoro. Eu acho que vai combinar com sua casa e...

Com três  largos passos eu venco a distância que nos separa e colo nossos lábios. Ele corresponde, faminto.

- Eu tinha planejado um dia e uma noite romântica em um spa que fica na praia da ponta para comemorar nosso primeiro mês juntos. Contudo, no seu estado, eu preferi que ficássemos em casa para você descansar. E agora, bem, agora eu nem tenho tempo para você, meu amor. Mas isso que você fez é... incrível!

Eu olho para a escultura de bronze. Sou eu, em cima da prancha de surfe. Os detalhes são magníficos! A cada dia que passa eu fico mais e mais deslumbrado com meu namorado e seus talentos.

- Está pronta?

- Ainda falta algum polimento, mas está praticamente pronta. Você gostou?

- Se eu gostei? Vocês está mesmo perguntando se eu gostei?

E eu o agarro, beijando sua boca e seu pescoço enquanto tiro sua roupa com sofreguidão. 

Combustão (Livro 3 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora