Capítulo 27 - O novo ano

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Chegaram as férias de fim de ano e com a aproximação do Natal as duas sempre tinham leves discussões sobre onde passariam. Acabava cada uma passando com sua própria família, mesmo depois de casadas. No ano novo passavam juntas com os amigos desde que se casaram, mas nesse ano estavam ocupadas para planejarem alguma coisa no apartamento como era o plano. Estavam distraídas vendo a possibilidade de uma inseminação em Isabelle, que queria tanto ser mãe.

Começariam no ano seguinte o último ano de faculdade, mas Belle queria de qualquer jeito engravidar antes disso, como se fosse uma missão de sua vida.

As duas já tinham conversado com os pais de Isabelle que também achavam melhor esperarem, apesar da filha estar certa de que chegara o tempo. Com o passar das semanas e a insistencia da filha em continuar visitando clínicas e escolhendo doadores, os pais compreenderam que aquilo era realmente muito importate e falaram que ajudariam a pagar a inseminação se fosse preciso.

E dessa forma, sem perceber, Ana Luiza via que tudo estava encaminhando para terem um filho. Apesar do medo absurdo de ter uma criança, ela estava muito feliz e ansiosa. Não tanto quando Isabelle que estava feliz como nunca vista antes. Sua felicidade dominava o pequeno medo. Nada poderia pará-la agora. Essa era a felicidade que ela mais queria plantada em seu terreno agora fértil.

Passaram o ano novo na casa de amigos e depois disso foram ter uma conversa com Gustavo, sobre a decisão já tomada.

– Vocês estão me dizendo que eu serei tio? – perguntou feliz – Eu não acredito! Eu vou ser tio! – exclamava feliz, levantando do sofá.

– Você é o único que sempre concorda com nossas decisões precoce – brincou Ana.

– Claro! Eu estou louco para ser titio! Tio Guto! Vai ser ótimo!

– Amor, ele está mais animado que você – brincou Ana rindo.

Isabelle e ele se abraçaram felizes.

– Meninas da minha vida, vocês acham que já é hora de eu me mudar? A gente combinou que vocês me falariam quando quisessem.

– Deixa de ser bobo, Guto, o que a gente mais quer é que você fique aqui por um tempo para ajudar com a criança... Isso se você quiser, cunhadinho – disse Belle.

– Na verdade, eu tenho uma notícia para dar... Acho que vou pedir a Gabriela em casamento... - contou feliz.

– Que ótimo, mano! – vibrou Ana.

– Parabéns, cunhadinho... Finalmente chegou uma mulher para arrasar esse coração.

– Mas eu não penso em abandonar vocês assim não... Isso são planos futuros. Ela estava muito enrolada lá na empresa e o plano é nos casarmos no próximo ano. Só quero definir logo esse noivado.

– Ficamos muito felizes por você, Guto! – disse Belle – Estamos do seu lado para o que der e vier, como você sempre está do nosso.

Os três se abraçaram felizes. Agora só faltava o mais difícil: contar para os pais de Ana e Guto.

As duas começaram o tratamento e só depois das primeiras consultas foram contar para os dois. Ana achou melhor ir sozinha com Guto.

– Então pode falar o que tanto você queria, filha – disse o pai.

Os pais, Ana e Gustavo estavam sentados na sala, depois de um almoço de família.

– Então... Eu e Belle decidimos que está na hora de termos um filho – foi logo ao ponto.

Os pais ficaram em silêncio e se entreolharam.

– Que bom, filha, você vai engravidar? – perguntou a mãe sem animação.

– A Isabelle vai... Já começamos a ir numa clínica de inseminação.

– Que bom... O que pudermos ajudar estamos aqui, filha – disse o pai tentando mostrar suporte, mesmo sem estar minimamente animado.

Ana sabia que em suas cabeças eles não seriam avós da criança e que no fundo não concordavam ainda.

Os dois continuavam pensando que o casamento acabaria a qualquer momento, mas isso nunca acontecia. E agora essa... teriam um filho.

Ana ficou chateada pela falta de animação e pelo assunto logo ter mudado para o casamento de Gustavo, o filho perfeito que ela nunca seria. Mas não era justo sentir raiva ou inveja do irmão que era sempre tão parceiro. Estava na hora dele ficar mesmo animado com o que acontecia em sua vida.

Terminaram o almoço e voltaram para casa.

– Sempre que eu penso que meus pais estão de bem com a minha vida, eles me jogam um balde de água fria – disse Ana para a esposa, chateada.

– Eu sei que isso ainda dói, mas olha só como eles evoluíram durante esses anos...

– Acho que eles nem pensam no nosso filho como se fosse neto deles...

– Mesmo que não pensem agora, uma criança faz milagre! Quando nosso bebê nascer, quero só ver eles resistirem...

– Não sei não...

– Espera só para ver! – disse Isabelle sorrindo e enchendo Ana Luiza de beijos.

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