A Promessa da Lady e do Príncipe

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Dor.
A única palavra que Louise conseguia pensar no momento era essa.

Ela sentia que estava despertando depois de uma longa noite de sono em um roseiral com espinhos excepcionalmente afiados.

Não conseguia abrir os olhos, mas sabia que não estava sozinha.

Sentia mãos gentis cuidando de suas feridas e ouvia vozes.

Tateou levemente o chão com a ponta dos dedos e percebeu que havia algum tipo de tecido entre ela e o chão.
Escutou passos e algumas vozes masculinas e, pelo sotaque, eram escoceses.

– Ele está demorando...

– Espere! Acho que ele chegou...

Mais passos, mais vozes...

– Encontrou alguma coisa ou alguém?

– Não, ninguém por perto.

Aquela voz....

Ise lutava em seu subconsciente, conhecia aquela voz. Fora a mesma que a mandou se segurar no cavalo ontem à noite, era voz de seu salvador.

– Ela está bem? Parecia bem machucada quando eu a trouxe ontem.

– Davina está cuidando dela.

Davina...
Então esse e o nome da dona das mãos gentis que estavam cuidando dela.

– Você está maluco? – Uma voz mais agressiva se sobrepôs – Nosso único cavalo morreu ontem! Tudo por você ter parado para salvar uma desconhecida! Você podia ter morrido, aquele tiro podia ter te acertado, sabia? Estamos planejando como te levar para casa a mais de um mês e um dia antes de partimos você decide quase morrer?

– Ah, isso seria um grande infortúnio do destino. – Comentou outra voz masculina.

– Não é hora para brincadeira. O principezinho quase morreu tentando ser herói.

– Também não é hora para discussões. – Uma voz que ainda não tinha se pronunciado encerrou a discussão – A Grã-Bretanha já está sem príncipe há onze anos, ela pode esperar mais um pouco.

O quê? O príncipe era... não, não.

Impossível.

– O que vamos fazer com ela? – A voz feminina se pronunciou pela primeira vez.

– Vamos abandoná-la a própria sorte, não era sequer para ela estar aqui. Precisamos levar Nathaniel para Londres.

Londres?
Nathaniel?

– Acalme-se, Ian. Wallace tem razão, ninguém sabe que estou vivo, a Grã-Bretanha pode esperar um pouco mais para meu retorno.

A voz dele era rouca e aveludada.
E havia certa gentileza no modo que ele falava.

– Esqueceu-se que agora tem um monte de aldeões em busca da cabeça dela? Temos que sair antes que nos encontrem.

– Na verdade, acho que querem queimá-la viva...

Então é um grupo... que está planejando levar Nathaniel para Londres porque ele é... o príncipe perdido?!....

A cabeça de Ise dava voltas e voltas.
Ela conhecia aquela história.
Na verdade, todos os ingleses sabiam o que tinha acontecido.
Ela tinha apenas dez anos na época, mas recordava-se de toda a Grã-Bretanha se mobilizar para encontrá-lo.

Tudo isso há quatorze anos atrás.

O rei e a rainha nunca conseguiram ter mais filhos e o trono ainda está sem um herdeiro legítimo.

O Príncipe PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora