As luzes do fogo que queimava as tochas enfurecidas dos aldeões estavam se aproximando, o desespero consumia Lady Louise Longman com a mesma rapidez de um raio cortando o céu.
Ela estava condenada até um estranho encapuzado surgir tão rápido e cert...
Ise sentia que o clima na sala estava tão tenso e carregado que ela poderia cortá-lo com uma adaga. Nos primeiros segundos ninguém se atreveu a falar nada. Cecília estava pálida, a boca abria e fechava, mas nada saía, era como se tivesse ficado muda.
Nathaniel não conseguia tirar os olhos dela, ele também parecia não saber o que fazer, as mãos se fecharam por nervosismo e não demorou muito para que uma lágrima solitária deslizasse sobre o rosto dele.
- Eu estou feliz em ver que você cresceu bem. – Falou sincero. Saber que sua ex noiva e melhor amiga de infância tinha chegado a vida adulta o deixava aliviado.
Cecília já era uma adulta, mas não perdera os traços ingleses tão absurdamente delicados que sempre tivera. O cabelo havia escurecido um pouco e a postura estava mais madura, Nathaniel calculou que ela já devia estar prestes a fazer vinte e três anos.
Cecília se aproximou a passos trêmulos de Nathaniel. Andrew segurou a mão de Ise que logo saiu de perto do noivo e ficou ao lado do irmão, ela sabia que eles precisavam de um momento apenas deles.
Cecília parou em frente a Nathaniel e ergueu as duas mãos para tocar seu rosto. Assim que seus dedos entraram em contato com a pele dele os olhos se encheram de lágrimas como se finalmente acreditasse que ele estava ali tão perto dela.
- Nath... – Foi tudo que conseguiu dizer antes de amolecer completamente.
Nathaniel a pegou antes que ela caísse ao chão inconsciente. Ise deu dois passos à frente, ficou preocupada com o desmaio repentino de Cecília embora isso não a surpreendesse, também reagiria assim se tivesse visto seu noivo de infância depois de onze anos que fora sequestrado e nunca mais visto. Era como ver um fantasma.
Andrew soltou a mão da irmã e se ajoelhou ao lado de Nathaniel com Cecília desacordada em seus braços. Os dois tentaram chama-la, mas não tinham respostas. Alguns empregados vieram pelo barulho e ficaram desesperados com a cena.
- É melhor leva-la para o quarto! – Algum dos empregados gritou em meio ao caos.
Nathaniel a acomodou nos braços e a ergueu no colo, mas não tivera tempo para agir. No mesmo instante uma mulher com pouco mais de quarenta anos, pele clara e cabelos loiros presos em um alto penteado entrou na sala, os olhos azuis, as roupas luxuosas e as jóias não deixavam dúvidas.
Era a Duquesa White.
A mãe de Cecília chegou na sala e ficou sem reação ao ver a filha desmaiada, dois homens e uma mulher desconhecidos e seus empregados fazendo um completo alvoroço em sua sala de visitas principal.
Nathaniel pigarreou e ajeitou Cecília em seu peito.
- Já faz um tempo tia Charlote...
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Quarenta minutos depois as coisas começavam a tomar algum rumo. Cecília havia acordado e chorado por longos minutos enquanto abraçava Nathaniel.
A Duquesa também chorou ao se recordar dele e o abraçou ainda chocada. Lembrava-se claramente do dia de seu desaparecimento e toda a confusão que aquilo causara.
