Arrependimento Irreversível

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Flechas, tiros...

Disparos ensurdecedores, cavalos, homens, tochas, gritos e xingamentos enchiam o belo cais de Dundee.

Ise e Nathaniel se arrependeram por terem pensado que tudo daria certo.

Se tivessem mudado apenas o dia ou a hora que foram, tudo poderia ter sido diferente.

Iriam em outro momento, contanto que não fossem novamente ás uma e meia da manhã.

Maldito horário.

Jamais se esqueceriam daquele dia.

Jamais se esqueceriam daquele dia

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Alguns minutos antes

- Fiquem todos juntos e prestem atenção no caminho. - Instruiu Wallace.

O grupo caminhava pelas ruas mal iluminadas de Dundee. Ise aproveitou para olhar ao redor. Gostaria de voltar ali algum dia em que pudesse passear livremente pela manhã.

Fitou uma pequena padaria, o vidro da vitrine possibilitou que ela visse alguns doces expostos. Sem que percebesse, acabou parando com um olhar nostálgico.

- Gosta de doces? - Indagou Nathaniel parado ao seu lado, também fitando a adorável padaria.

- Meus irmãos... adoram doces. - Sorriu triste. Havia saudade em sua voz. - Adam ama biscoitos de chocolate, Alam é apaixonado por sorvete de morango e Andrew adora todo o tipo de doce que consegue furtar dos gêmeos.

Ise sentiu a mão de Nathaniel em seu ombro, fazendo um leve aperto.

- Irá vê-los novamente. - Garantiu.

Ela fechou os olhos, absorvendo a firmeza de sua promessa. A mesma voz que ele usara quando fez a promessa pela primeira vez.

Sabia dos medos e inseguranças dele. Mas isso nunca a impediu de acreditar e confiar em suas palavras.

- Vocês dois querem ficar em Dundee?! - Ian se aproximou e puxou os ingleses pelo pulso, sem força, apenas para os apressar - Crianças...

- Nós temos a mesma idade. - Comentou Nathaniel enquanto eram arrastados pelo amigo. Ise apenas olhou divertida para os dois.

Não podiam ver a expressão que Ian estava fazendo por estar virado para frente, mas ambos tinham certeza que ele havia revirado os olhos.

- Apenas andem logo. Wallace disse que já estamos quase no cais e-

- A BRUXA DE MIL LIBRAS! - Um grito ecoou, rompendo todo o silêncio da noite.

Um segundo.

Apenas um mísero segundo bastou para que Ise sentisse a alma saindo do corpo.

Olhou para trás e viu cerca de três homens que, ao julgar por seus estados, estavam voltando da floresta para suas casas.

- A bruxa! A bruxa está aqui! - Gritava um escocês, fazendo sinal para seus companheiros atrás, cerca de vinte homens sujos e com tochas acesas nas mãos.

O Príncipe PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora