O Julgamento de Cambell

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Londres, Palácio Real.
1810

O dia amanhecera claro e quase sem nuvens no céu, o Sol brilhava lindamente emanando todo o seu esplendor e graça. Parecia o dia ideal para condenar um certo boçal que já passara tempo demais impune.

Cambell recebera um intimado real para se apresentar ao palácio, mas obviamente ele fizera questão desobedecer e tentar fugir.

Grande erro.

A esplêndida tentativa de fuga do Duque teve a duração exata de quinze minutos. Os guardas já tinham sido avisados sobre seu comportamento e foram instruídos a vigiar a residência dele. O grande escape de Cambell duraria cinco minutos, ainda mais por ter notado a movimentação estranha de guardas, qualquer um com o mínimo de senso se entregaria, mas ele ainda quisera tentar pular o enorme muro que rodeava a casa de sua falecida esposa que perdera para a tuberculose.

Obviamente os guardas o viram, mas resolveram observar a cômica tentativa dele de escalar. Depois de se divertirem por dez minutos o levaram para o palácio facilmente.
Um homem como Cambell perdia a motivação para tentar qualquer coisa depois de humilhado.

Cambell não se lembrava da última vez que entrara no palácio, mas certamente não fora para um julgamento

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Cambell não se lembrava da última vez que entrara no palácio, mas certamente não fora para um julgamento. Os guardas simplesmente o arrastaram pelos corredores, o jogaram dentro da sala do trono e saíram fechando as portas.

Ele sabia o motivo pelo qual estava lá.

- Duque de Cambell, é um prazer tê-lo aqui. Meus sentimentos pela sua falecida esposa.

Aquela voz que ele ainda se lembrava perfeitamente em sua mente ecoou pela sala. Como poderia esquecê-la? Passara várias tardes na companhia dela.

Ele chegou a preferir a morte do que olhar para Lady Louise Longman novamente, mas era provável que não demorasse para estar a sete palmos do chão. Ele acusara a princesa da Grã-Bretanha de bruxaria, por pouco não a jogou na fogueira, e ainda colocara um preço pela sua cabeça. Eram crimes graves demais para ficarem impunes, ela podia ainda não ser princesa na época, mas sabia que a Família Real não o deixaria impune.

Resolvera se levantar do chão e finalmente erguer a cabeça para olhar a mulher que ele deveria ter destruído.

- Estava me perguntando por mais quanto tempo o Duque olharia para o chão.

Ela não estava lhe dizendo palavras rancorosas ou ofensas, sequer tinha se aproximado dele, mas a simples presença dela o humilhava. Ise vestia um vestido azul-turquesa que combinava perfeitamente bem com a aura madura e elegante que ela sempre tivera, a saia longa e volumosa era trabalhada em detalhes que pareciam gotas de ouro na barra, o corpete perfeitamente alinhado ao corpo e as luvas sob medida deixavam claro que aquele vestido tinha sido feito exclusivamente para ela. Para princesa da Grã-Bretanha.

Ela estava impecavelmente vestida como uma princesa, mas a cereja do bolo era a tiara que ela usava, adornada em pequenos diamantes e enfeitada de pérolas brancas que pareciam brilhar sozinhas.

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