Florescendo

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- Eu consegui! Bom Deus, eu mal posso acreditar! Eu finalmente consegui. - Ise estava eufórica, dava curtos pulinhos de alegria em cima da pedra.

Nathaniel sentia como se o coração estivesse andando em uma carruagem descontrolada que caira em alguma ladeira e saira rolando até o chão.

Automaticamente sorriu, uma sensação de orgulho e felicidade brotaram em seu peito e a única coisa que desejava era se aproximar dela. Não controlava mais seus pés, nem suas ações.

Ver a alegria dela o fazia ter vontade de rir.

- Vossa Alteza viu isso? Eu acertei o meio da árvo... - Nathaniel a abraçou - re...
Ise prendera a respiração.

Os braços dele estavam em volta de sua cintura, ele a girou no ar enquanto ria com uma satisfação tão grande que ela ficou hipnotizada pelo som. Sentia que poderia derreter ali mesmo. Céus, como fazia para o coração voltar ao normal?

Demorara cerca de cinco segundos, mas para ambos, tinha sido muito mais

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Demorara cerca de cinco segundos, mas para ambos, tinha sido muito mais.

Nathaniel voltou a si e a colocou no chão. Sabia que deveria pedir desculpas, mas não se arrependia de tê-la abraçado, embora soubesse que era errado. Ela era uma dama, jamais podia ter feito aquilo, mas fez.

Ise ainda sentia o calor das mãos dele mesmo depois dele ter a soltado.

- Me descul-

- Por favor me ensine a atirar com uma arma agora. - O interrompeu.

Embora já tivesse passado por diversas situações inapropriadas, essa foi a primeira que não havia uma razão.

Os salvamentos, as lágrimas, alguns toques, quando estiveram na caverna e até mesmo quando ele a abraçou depois de ter saído do buraco, todos aqueles momentos foram de desespero, compaixão ou necessidade, mas ali, quando Nathaniel a abraçou com tanta felicidade e a girou no ar, fora diferente.

Não sabia explicar o motivo, mas as batidas de seu coração dançaram em um ritmo diferente de qualquer outra vez. Se ele pedisse desculpas, como se estivesse arrependido de ter causado o mais belo e confuso sentimento de euforia que ela já sentira na vida... Iria doer.

- Nós já conversamos sobre isso. - O foco dele se voltou para o assunto que ela trouxera à tona.

- Você me disse que apenas homens loucos tentariam me impedir de fazer alguma coisa, pois bem... - Jogara tudo aquilo que estava sentindo para o fundo de sua mente e assumira as rédeas de suas vontades - Estou começando a questionar a sua sanidade, Alteza.

- Talvez eu esteja louco, mas a Senhorita não está muito bem da cabeça também. Me disse a pouco tempo que se sentia horrível com uma arma na mão, prometeu-me que não tocaria nelas.

- Eu mudei de ideia. Se tivesse uma arma quando estava sendo perseguida poderia ter sido diferente. - Foi sincera, a sensação de impotência e desespero ainda estavam frescas em sua memória - Com o arco eu me sinto segura, mas sem ele... Eu sei dos riscos que vou assumir, não posso pensar no que faria se realmente matasse alguém, mas se me ensinar a atirar e mirar direito, talvez eu tenha uma chance melhor de sobreviver. - Concluiu.

O Príncipe PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora